Tatiana Farah - O Globo
Filhos de Erenice podem depor à força
Depoimento de Vinícius é na quarta
Os empresários Rubnei Quícoli, Aldo Wagner e Marcelo Scarlassara estão prestando depoimento nesta terça-feira na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Quícoli é o autor das denúncias de tráfico de influência na Casa Civil que culminaram na saída da então ministra Erenice Guerra. Já Aldo e Scarlassara são os donos da empresa de energia ERDB, de Campinas. ( Entenda o escândalo da Casa Civil )
Quícoli representou a ERDB junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no pedido de um empréstimo de R$ 9 bilhões para a construção de uma usina de energia solar no Nordeste.
Segundo a denúncia de Quícoli, o empréstimo só seria concedido mediante acordo com a Capital Assessoria, empresa dos filhos de Erenice, ligada à família da ex-ministra e a Vinícius Castro, ex-assessor da Casa Civil. Quícoli acusou também o ex-diretor de operações dos Correios Marco Antonio de Oliveira, tio de Vinícius, de tentar cobrar uma propina de R$ 5 milhões para tentar agilizar o negócio. Todos negam as acusações.
Filhos de Erenice podem depor à força
A Polícia Federal poderá pedir nos próximos dias que a Justiça Federal determine que os irmãos Israel e Saulo Guerra , filhos de Erenice, sejam levados à força para depor no inquérito em que são acusados de tráfico de influência no governo. O delegado Ruberval Vicalvi recorrerá à condução coercitiva se os dois não responderem às tentativas de intimação. Eles são acusados de suposto envolvimento na intermediação de negócios entre empresas privadas e o governo.
Depoimento de Vinícius é na quarta
Na segunda-feira, a PF iria ouvir Vinícius e a mãe dele, Sônia Castro. Mas a pedido de Vinícius, o depoimento dele foi adiado para quarta-feira. Ele teria trabalhado com Israel Guerra, filho de Erenice, no suposto lobby junto ao governo. Vinícius também teria recebido R$ 200 mil de propina na Casa Civil referente à compra do medicamento Tamiflu. Já o depoimento de Marco Antônio de Oliveira, que seria nesta terça, foi adiado para segunda-feira.
Israel, Saulo, Vinícius e Oliveira são suspeitos de facilitar a renovação de contrato da Master Topic Airlines (MTA) nos Correios. Eles teriam sido contratados para apressar a concessão de uma licença da MTA na Anac (Agência Nacional de Aviação), e criar as condições para a renovação do contrato da empresa de transporte aéreo de carga com os Correios.
O lobista Fábio Baracat disse à PF na semana passada que teria pago mais de R$ 200 mil por parte dos serviços prestados pela Capital. Os Correios, a MTA e a ANAC negam qualquer irregularidade na concessão da licença e na prorrogação do contrato.
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