D. Luiz Gonzaga Bergonzini, BISPO DA DIOCESE DE GUARULHOS
Jose Maria Mayrink - O Estado de São Paulo
O bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, que em julho recomendou aos católicos não votar em Dilma Rousseff ou em qualquer candidato do PT, porque são favoráveis à legalização do aborto, disse ontem que mantém o veto, mesmo depois do encontro da presidenciável com evangélicos e católicos, anteontem, em Brasília.
Por que o senhor recomendou aos católicos que não votem em Dilma Rousseff e fez questão de citar o nome da candidata do PT?
Escrevi esse artigo dirigido aos fiéis de Guarulhos com a advertência: não votem na Dilma, que é favorável ao aborto, nem no PT, que como partido se posicionou abertamente a favor da legalização do aborto. Digo no artigo que os fieis não devem votar no PT e em todos os candidatos favoráveis à liberação do aborto. Eu disse o nome de Dilma Rousseff e não recuo.
Por que o senhor falou de Dilma Rousseff, mas não citou outros candidatos que apoiam o aborto?
Eu me refiro a eles também. Falei do PT e de outros candidatos que apoiam o aborto. Vale também para esses. Só que o PT fechou questão a respeito do aborto como partido. Há políticos que são favoráveis ao aborto, mas têm liberdade de opinar em seu partido.
O que o senhor acha da posição da candidata Marina Silva, do PV, que se diz contra o aborto, mas propõe um plebiscito para o povo decidir?
Acho uma ilogicidade da parte dela. Porque, se ela coloca essa questão para ser resolvida pelo povo, é como se perguntasse se a pessoa é favorável ou não à pena de morte. Marina foi inconsequente em sua colocação.
A advertência que o senhor faz aos católicos de Guarulhos vale para outras dioceses ?
Muita gente, até bispos, pegou carona no meu artigo. A minha intenção não era me dirigir a todos os brasileiros, mas ao povo de Guarulhos, uma diocese que tem cerca de 1,3 milhão de habitantes e mais de 400 mil eleitores. O tema extrapolou não só para outros Estados.
O senhor revela em quem vai votar para presidente?
Não. Só declarei que não voto na Dilma. Também não pedi voto para ninguém.
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