O jogo é pesado! Aquele negócio que se confunde com
imprensa e que hoje atua a serviço do petismo, do governismo e dos mensaleiros
perdeu a noção de qualquer limite. Nadando na dinheirama de governos petistas e
das estatais e certa da impunidade — apostando, de resto, na lentidão da
Justiça —, essa gente publica qualquer coisa, o que lhe der na telha, o que o
chefe mandar.
A Carta Capital, comandada pelo notório Mino Carta,
cuja independência é conhecida, certo? — resolveu anunciar a existência de uma
suposta lista de beneficiários do chamado “mensalão mineiro”. Nela estariam o
ministro Gilmar Mendes (claro!), a Abril (por que não? Duas parcelas de R$ 49,5
mil!!!), ministros de FHC e o próprio ex-presidente.
É estupefaciente! Há indícios de que o papelório foi
forjado pela mesma quadrilha que falsificou a lista de Furnas. Saibam os
senhores: bandidos estavam tentando emplacar essa nojeira na imprensa séria faz
algum tempo. Todos sentiram o cheiro da farsa e caíram fora. Menos a “Carta
Capital”, que, afinal, tem uma missão. Exatamente porque conhece o cheiro da
farsa.
O jogo é conhecido. A revista lança a porcaria,
a rede suja na Internet, igualmente financiada por dinheiro público,
encarrega-se de pôr a coisa pra circular, a difamação se espalha, gera
movimento e, depois, ninguém mais fala do assunto. Trata-se de um último
esforço para tentar tirar Mendes do julgamento do mensalão.
Eu não sei qual será o voto do ministro. Só ele sabe.
Se Zé Dirceu tem motivos para temê-lo — daí o esforço para tirar o ministro do
julgamento —, não deve ser diferente com Marcos Valério, certo? Nessa
perspectiva, ele próprio poderia desejar o mesmo. Não obstante, sua defesa
divulgou uma nota, que reproduzo abaixo. Volto em seguida:
NOTA À IMPRENSA
A defesa de Marcos Valério Fernandes de Souza
manifesta sua perplexidade com o teor de matéria publicada nesta data pela
Revista Carta Capital. Trata-se, lamentavelmente, de reportagem baseada em
documentos e informações falsas. Ao que tudo indica, documentos provavelmente
produzidos por pessoa notoriamente conhecida por seu envolvimento em fraudes
diversas em Minas Gerais, que recentemente esteve preso acusado de estelionato
e que, inclusive, seria beneficiado, de forma no mínimo curiosa, no próprio
documento falsificado.
A defesa de Marcos Valério reitera seu respeito e
confiança no Poder Judiciário, especialmente no Supremo Tribunal Federal,
manifestando seu repúdio a qualquer dúvida que seja levantada sobre a
credibilidade, a capacidade jurídica e a imparcialidade do Ministro Gilmar
Mendes. Trata-se de magistrado que exerce suas funções de forma exemplar,
dignificando seu exercício no Pretório Excelso.
Repita-se: a matéria baseia-se em documentos e
informações falsas, cujo teor são veementemente rechaçados por Marcos Valério
Fernandes de Souza. Os dois documentos constantes da publicação não foram
produzidos ou assinados pelo mesmo, parecendo ser mais uma montagem do
conhecido falsário.
Marcos Valério aguarda, com serenidade, o início do
julgamento da Ação Penal nº 470 pelo Supremo Tribunal Federal.
Belo Horizonte, 27 de julho de 2012
Marcelo Leonardo
Advogado
Criminalista e defensor de Marcos Valério
Voltei
O
curioso é que a lista reproduzida na revista não traz o nome do ministro,
apresente só na peça difamatória que circula na Internet. Até onde essa gente
pode ir, alimentada com dinheiro público? Eis uma boa questão. Falei há pouco
com o ministro. Não resta outra reação que não a ironia:
“Nossa! Que coisa! Cheguei a pensar que eles fossem me acusar
de ter matado o prefeito Celso Daniel… Mas acho que eles sabem que não fui eu,
como sabem que essa lista é uma farsa, coisa de bandidos!”
STF refém
A quadrilha que faz essas coisas está mandando um
recado aos ministros do Supremo: aqueles que não votarem “direitinho” poderão
ser vítimas da rede de difamação. E, como a gente vê, eles não distinguem
verdade de mentira.
Que coisa asquerosa!
Esse mercado deve operar mais ou menos com a lógica
vigente no submundo dos matadores de aluguel, cangaceiros e pistoleiros. A
depender do serviço, sobe o preço. Tudo bem! O dinheiro público dá conta do recado.
É um saco sem fundo. Tudo vale a pena se a grana não é pequena.
De resto, havendo uma condenação na Justiça, tem quem
paga: nós!
Por
Reinaldo Azevedo
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