"Houve uma tentativa
de intimidação e constrangimento absolutamente inéditos. Temos uma quadrilha
que é extremamente arrogante"
VEJA
Roberto Gurgel diz ter sofrido pressões desde o ano passado e afirmou que há provas para colocar todos os réus na prisão
Roberto Gurgel diz ter sofrido pressões desde o ano passado e afirmou que há provas para colocar todos os réus na prisão
Na avaliação de
Gurgel, como os eventuais recursos dos condenados não poderão mudar o conteúdo
da sentença no Supremo, não haveria razão para que eles recorressem das
prováveis condenações em liberdade.
“Confiante no juízo condenatório dessa Corte Suprema e
tendo em vista a inadmissibilidade de qualquer recurso com efeito modificativo
da decisão plenária, que deve ter pronta e máxima efetividade, a
Procuradoria-Geral da República requer, desde já, a expedição dos mandados de
prisão cabíveis imediatamente após a conclusão do julgamento”, disse o chefe do
Ministério Público. “Espera-se a condenação de 36 dos réus e a expedição dos
mandados de prisão cabíveis. Em princípio, é algo que se aplica a todos”,
resumiu.
Leia também: entenda o
escândalo do mensalão
Dos 38 réus que figuram na ação penal do mensalão,
Roberto Gurgel entendeu que não há provas para a condenação somente do
ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Luiz Gushiken, e do
ex-assessor parlamentar Antonio Lamas.
“A Procuradoria-Geral da República tem plena confiança
que essa Corte Suprema, com a absoluta isenção de sempre, aplicará as penas de
forma justa, sancionando adequadamente os responsáveis ante a imensa gravidade
de seus crimes”, disse.
Em tom de desabafo, Roberto Gurgel revelou que, desde
o ano passado, quando apresentou as alegações finais do caso, tem sofrido
pressões das mais diversas áreas. “Houve uma tentativa de intimidação e
constrangimento absolutamente inéditos. Temos uma quadrilha que é extremamente
arrogante”, afirmou.
Falta de tradição – O apelo do chefe do Ministério Público pela prisão dos
mensaleiros eventualmente condenados evidencia a “falta de tradição” do Supremo
Tribunal Federal em condenar políticos. Um mandato como deputado federal ou
senador é garantia quase certa de os políticos não terem dor de cabeça em ações
penais na Justiça. Desde a Constituição de 1988, o STF só condenou seis
deputados, mas nenhum deles efetivamente foi para a cadeia.
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