BRASÍLIA
- A menos de um quilômetro do Palácio do Planalto, numa área invadida nas
imediações da garagem do Senado, 50 pessoas vivem em barracos de madeira e
lona, sem saneamento nem água encanada, cercadas de lixo e ratos. Os casebres
contam apenas com dois banheiros coletivos, cada um com espaço para uma pessoa,
usados principalmente pelas mulheres. Como não há fossa, boa parte dos
moradores prefere ir no mato.O banho, de tonel e caneca, é com água fria trazida de ministérios e
estacionamentos próximos. Nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que o
Brasil tem o grande desafio de encontrar a miséria que ainda não é conhecida
pelo governo, em cerimônia de lançamento da ampliação
do programa Brasil Sem Miséria, e pediu ajuda de governantes para achar os
pobres que "se escondem dos olhos" do governo.
A
moradora Rosa Maria Albino dos Santos, de 36 anos, diz que está cadastrada no
Bolsa Família e que deveria receber R$ 300 por mês. Segundo ela, porém, os
repasses estão bloqueados. Mãe de quatro filhos, ela conta que o marido foi
preso por tentativa de assalto. Além do dinheiro do Bolsa Família, Rosa
trabalha como catadora de papel, papelão, plástico e metais, assim como os
demais moradores da área. O serviço rende R$ 150 por mês, mas a quantia costuma
cair nos meses de chuva.
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