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Após um mês de análise, depoimento de
Marcos Valério irá para procuradoria em Brasília
Ezequiel Fagundes - O
Globo
Após
um mês de análise, o Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais informou,
na tarde desta quarta-feira, que o depoimento do operador do mensalão, Marcos
Valério, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi remetido
para a procuradoria da República em Brasília (DF). Valério fez várias
denúncias, inclusive a de que o ex-presidente seria o mandante do mensalão.
Na
capital mineira, no entanto, o MPF determinou que a Polícia Federal (PF)
investigue repasses de Valério que não foram incluídos no processo do mensalão.
Neste caso, os pagamentos não teriam relação com o depoimento de Valério no
qual envolveu Lula com o esquema de pagamento de propina para deputados. Com
isso, caberá agora aos procuradores do Distrito Federal decidirem se o
ex-presidente petista será investigado ou se o caso será arquivado.
Em
14 de fevereiro, o procurador geral da República, Roberto Gurgel, remeteu para
o MPF mineiro o interrogatório de Valério. Após ter sido condenado a mais de 40
anos de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o Valério prestou o
depoimento a Gurgel e afirmou que Lula autorizou os empréstimos para custear o
esquema de propina e ainda teria embolsado parte do dinheiro para bancar
despesas pessoais. Lula nega, mas não fala com a imprensa sobre o assunto. Como
o ex-presidente perdeu a prerrogativa de foro privilegiado do cargo, Gurgel
enviou para Belo Horizonte, onde Valério tem residência fixa e presta
depoimentos em outros processos, como do mensalão mineiro, que ainda está na
fase de oitiva de testemunhas.
Quando
o documento foi remetido, havia uma expectativa que ele fosse incluído em
outros processos batizados de "filhotes do mensalão”, que já tramitam na
Justiça Federal em Minas. No período de 2006 até 2010, o MPF mineiro ajuizou
cinco ações penais derivadas do processo do mensalão do PT.
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