Da foice para a motosserra

Cada um tem o direito de acreditar no que quiser sobre o movimento dos sem-terra. Pode achar até que o MST está aí para fazer reforma agrária. Mas não dá para levá-lo a sério quando levanta foices contra plantações de eucalipto, canaviais transgênicos e outros espantalhos do meio ambiente, escolhidos como pragas agrícolas nesta safra 2008 de atentados. Por Marcos Sá Corrêa* - O Estado e São Paulo


Disso, na melhor das hipóteses, o MST não entende. Se entendesse mesmo, não tocaria num assunto que só serve para incriminá-lo. O braço do movimento, cada vez mais cheio de dedos como a Via Campesina, deixou marcas nas frentes brasileiras de desmatamento para falar dos pecados alheios. Não faltam toras de assentamentos, por exemplo, no último recorde de devastação ilegal da Amazônia.

Mas isso o País está cansado de saber. Só quem não sabe é o governo. No fim dos anos 90, uma comissão parlamentar que avaliava os estragos produzidos na região por serrarias asiáticas, tropeçou na evidência de que 16 milhões de hectares da floresta haviam caído, nas últimas três décadas, em nome da reforma agrária. Era notória "a interface entre os projetos de assentamento e a extração de madeira". E também faz tempo que Adalberto Veríssimo, do Imazon, chamou de "desastroso" o "histórico dos projetos de desenvolvimento sustentado na Amazônia".

Nada disso impediu, evidentemente, que o engenheiro gaúcho Guilherme Cassel assumisse em 2006 o Ministério do Desenvolvimento Agrário dizendo: "A máquina está montada, só falta agora colocar mais lenha na fogueira." A fogueira está lá para todo mundo ver. Mas, para Cassel, continua a ser "obrigação do Estado assentar gente no Norte e em terras públicas" porque, à luz do fósforo oficial, "o assentamento combate o desmatamento".

No ano passado, o biólogo Fábio Olmos fez o inventário desse programa de colonização "extrativista" e "socioambiental", no jargão de Brasília. Segundo Olmos, os assentamentos viraram rivais do agronegócio na "destruição de hábitats no País, com a agravante de serem financiados pelo contribuinte". Pudera. No Brasil, as últimas fronteiras que se poderiam chamar de colonizáveis estão na floresta amazônica, nos saldos da mata atlântica, nas escarpas mais ínvias da Serra do Mar e no que sobra do Pantanal mato-grossense. São, todos eles, nomeados um a um, lugares que o artigo 225 na Constituição declara "patrimônio nacional", a ser ocupado com cautela.

Mas é neles, de preferência, que o INCRA desova seus assentados, geralmente sem dar a mínima a quesitos legais, como relatórios de impacto ou licenças do IBAMA. O INCRA é torto até no nome. O C de sua sigla vem de colonização, coisa que, pela Constituição, ele deveria ter deixado de fazer há 20 anos.

A sopa de letras bóia no anacronismo burocrático. Sem esse C, apesar do superfaturamento de fazendas e do permanente motim de seus quadros contra as leis vigentes, o INCRA talvez fizesse reforma agrária de vez em quando, sob pena de fechar as portas por caduquice e desuso. Com o C, virou pau para toda obra. Morde terras devolutas, privatiza florestas, sitia reservas e inventa quilombos. Faz qualquer coisa para não fazer reforma agrária. E para isso conta com o apoio tácito do MST. O movimento dos sem-terra denuncia tudo com muito barulho. Mas abafa em discussões internas seu próprio desvio oficioso da foice e da enxada para a motosserra. - * É jornalista e editor do site O Eco (www.oeco.com.br)


PERIGO SOCIAL

Movimento dos Sem-Terra e Via Campesina desafiam o povo e o governo do Brasil. Estão à beira da desobediência civil, com invasões a propriedades privadas e repartições públicas. Sabe-se que a Justiça procura, há dias, encontrar João Pedro Stedile para entregar intimação. O homem não está em parte alguma. José Rainha Jr., no Paranapanema, adota a política do avestruz.

Desaparece... não se ouve falar dele, a não ser quando volta a invadir terras alheias. Parodiando o que acontece na América do Sul, falta pouco para o MST, que é político, adotar medidas de terroristas. Sabotadores já são, e o governo brasileiro, um dos abastecedores de dinheiro, tem gasto muito dos impostos do povo para que essas organizações se voltem contra patrícios. Não se sabe a razão de o governo Lula da Silva se desligar do assunto. O movimento está crescendo, tem muito dinheiro. Possui agilidade para transportar populações de um estado a outro. Pára ferrovias, rodovias, fábricas, fazendas e repartições. Há desassossego quando se fala em MST. Poderá estar perto da verdadeira transformação política, adotando a sabotagem e o crime em benefício próprio. Por Ari Cunha - Correio Braziliense


UMA EXCELENTE SUGESTÃO DE UM LEITOR DO NOSSO BLOG
Caso essa lei seja formalizada pelo Senador Álvaro Dias, a sugestão veio de um leitor do nosso Blog, do Márcio, e que encaminhamos ao Senador, que atencioso como sempre já está providenciando um estudo sobre o assunto.

A SUGESTÃO:
“Sugiro a algum deputado da oposição, citar ou criar uma lei, proibindo que usem pessoas (mulheres, crianças, grávidas e pessoas idosas) como "escudos humanos, para qualquer tipo de movimento ou manifestação. A impossibilidade de defesa, ou desse tipo de uso - creio estar na Constituição.” – Por Márcio

RESPOSTA DO SENADOR ÁLVARO DIAS
Ao Senador Alvaro Dias
Sugestão que nos foi enviada por um leitor do nosso Blog. Enviamos por se tratar de ótima sugestão. Um abraço. Gabriela

Grato, prezada Gabriela. Determinei que a minha assessoria legislativa proceda estudos a respeito da sugestão enviada.Cordialmente, Alvaro Dias


FORA DA LEI
Não surpreendem as ações ilegais do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e seu ativo aliado Via Campesina contra a Vale do Rio Doce. O MST e organizações aparentadas, nascidas da conjunção de frações da esquerda radical, temperadas por um tosco projeto de sociedade derivado da Teologia da Libertação, há muito tempo desafiam a lei e o estado de direito, indicando que nutrem um projeto de poder a ser implantado com o uso da violência. Têm, portanto, um traço de terrorismo na sua formação, e que fica cada vez mais explícito.

A surpresa - embora não das maiores - é a persistência com que o governo Lula se mantém passivo diante das absurdas ações desses grupos, que há muito já abandonaram como prioritária a bandeira da reforma agrária. Entende-se, pois a modernização do agronegócio acabou com a ociosidade de terras em regiões onde o MST e similares mais atuavam (Sul e Sudeste). Mesmo no Norte e no Centro-Oeste a expansão da agricultura moderna deixa pouco espaço para a execução de um projeto ilusório em que todos serão pequenos e felizes agricultores.

Com o passar do tempo e as facilidades abertas pelo governo Lula, essas organizações, além de aparelharem a máquina do Estado, começaram a se tornar mais agressivas contra tudo aquilo que tenha relação com um Brasil avançado em tecnologia e forte no comércio exterior. Na visão rudimentar dessas organizações, por trás desses avanços está o ôgro do "grande capital". Daí os assaltos criminosos a laboratórios de experimentos genéticos na agricultura e, mais recentemente, as ações de cunho terrorista contra a Vale do Rio Doce, um dos carros-chefes das exportações brasileiras e prova irrefutável do acerto das privatizações - o que deve ser intolerável para bandos que se alimentam de idéias nascidas de um catolicismo de catacumbas e de um modo de produção comunista primitivo, responsável por ondas de fome que dizimaram milhões na China de Mao e na União Soviética de Lenin e Stalin.

De algum tempo para cá, enfatizemos o MST e aliados se lançam contra setores estratégicos naquilo que tem de mais avançado no capitalismo brasileiro. Mesmo assim, o governo Lula, e de forma também muito visível o PT, mantêm-se inertes. Mesmo que eles e o país sejam prejudicados diretamente pela ameaça que representa em termos de retração de investimentos a falta de garantias institucionais à propriedade privada. Deduz-se que as alianças políticas e as afinidades ideológicas são mais importantes que a Constituição e o estado de direito. Não deve ser por acaso que o governo Lula tem o mesmo comportamento passivo diante das Farc. Por razões políticas, não importa o que façam a narcoguerrilha, o MST e a Via Campesina conseguem paralisar e silenciar o Palácio. Trecho da matéria de Adauri Antunes Barbosa, Chico Otavio e Isabela Martin - O Globo

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