Apontada como a mentora do dossiê FHC, a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, está longe de receber uma punição. Pelo contrário, foi premiada com uma cadeira no cobiçado conselho fiscal do BNDES. A nomeação foi assinada pelo Lula da Silva e publicada ontem no Diário Oficial da União. O novo cargo deverá lhe render mais R$ 3.500 mensais. O salário mensal dela é de R$ 12.700. A petista foi nomeada para a vaga do Ministério do Desenvolvimento. Além do BNDES, Erenice participa também do conselho fiscal da Chesf, que lhe rende mais R$ 2.500 mensais. A participação em conselhos das estatais é uma forma de aumentar os salários de ministros. A Casa Civil não se manifestou sobre a nomeação. (AOG) – Jornal do Comércio
NÃO NOS INTERESSA SABER QUEM “VAZOU” O DOSSIÊ!
Queremos que o Lula divulgue seus gastos de uma vez por todas. Chega de embromação!
Ninguém mais tem dúvidas sobre os mentores do Dossiê contra o FHC, e de onde ele saiu. Depois do caso da ministra Matilde Ribeiro (aquela que torrou o cartão no Free-Shop, em padarias etc.), os próprios ministros Franklin Martins e Dilma Rousseff haviam ameaçado que o governo contra-atacaria a oposição.
Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre quem era “a mãe” do crime, a entrevista coletiva de Dilma Rousseff apenas serviu para clarear o que todos nós já sabemos. Quanto mais os governistas insistem em nos tratar como tolos, pior fica. A fragilidade da versão oficial apresentada pela ministra, de que o dossiê é um simples “banco de dados”, e que o dolo está no vazamento do seu conteúdo e não no uso da máquina pública, ofende até o mais o retardado dos cidadãos.
O Tarso Genro querer envolver a PF para descobrir o “espião ou o traidor” que vazou o dossiê criminoso é de uma patifaria sem limites. De que nos interessa saber quem foi o autor do vazamento? Que se dane, quem vazou! Isto, não altera a motivação do crime.
Lula está fugindo tanto de abrir seus gastos (coisa que deveria ser normal e corriqueira num governo transparente), que as nossas desconfianças só pioram. O buraco pode ser mais embaixo, ainda. Além de comidas, bebidas e outras leviandades que nos custaram o olho da cara, o que mais foi gasto em nome da “Segurança Nacional”, Senhor presidente?
A coisa deve ser tão cabeluda e tão pior do que imaginamos que a petezada toda está em ação, neste momento, imbuída em pautar a imprensa com a tese do terceiro mandato, para tentar desviar as atenções do caso do DOSSIÊ da Dilma.
Nada mais inútil do que uma discussão fora de hora e fora de ordem. Mas, sabemos que para o PT é extremamente providencial mudar o foco dos holofotes. Que o Lula abra seus gastos, primeiro, que ele mostre ao povo que não tem medo de “transparência”, que ele justifique seus gastos em nome da tal “segurança Nacional”. Se ele tem medo de fazer isto, então Lula não merece nem mais um dia no governo. E se ele insistir nisso, então é GOLPE! Por Gaúcho/Gabriela
NÃO NOS INTERESSA SABER QUEM “VAZOU” O DOSSIÊ!
Queremos que o Lula divulgue seus gastos de uma vez por todas. Chega de embromação!
Ninguém mais tem dúvidas sobre os mentores do Dossiê contra o FHC, e de onde ele saiu. Depois do caso da ministra Matilde Ribeiro (aquela que torrou o cartão no Free-Shop, em padarias etc.), os próprios ministros Franklin Martins e Dilma Rousseff haviam ameaçado que o governo contra-atacaria a oposição.
Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre quem era “a mãe” do crime, a entrevista coletiva de Dilma Rousseff apenas serviu para clarear o que todos nós já sabemos. Quanto mais os governistas insistem em nos tratar como tolos, pior fica. A fragilidade da versão oficial apresentada pela ministra, de que o dossiê é um simples “banco de dados”, e que o dolo está no vazamento do seu conteúdo e não no uso da máquina pública, ofende até o mais o retardado dos cidadãos.
O Tarso Genro querer envolver a PF para descobrir o “espião ou o traidor” que vazou o dossiê criminoso é de uma patifaria sem limites. De que nos interessa saber quem foi o autor do vazamento? Que se dane, quem vazou! Isto, não altera a motivação do crime.
Lula está fugindo tanto de abrir seus gastos (coisa que deveria ser normal e corriqueira num governo transparente), que as nossas desconfianças só pioram. O buraco pode ser mais embaixo, ainda. Além de comidas, bebidas e outras leviandades que nos custaram o olho da cara, o que mais foi gasto em nome da “Segurança Nacional”, Senhor presidente?
A coisa deve ser tão cabeluda e tão pior do que imaginamos que a petezada toda está em ação, neste momento, imbuída em pautar a imprensa com a tese do terceiro mandato, para tentar desviar as atenções do caso do DOSSIÊ da Dilma.
Nada mais inútil do que uma discussão fora de hora e fora de ordem. Mas, sabemos que para o PT é extremamente providencial mudar o foco dos holofotes. Que o Lula abra seus gastos, primeiro, que ele mostre ao povo que não tem medo de “transparência”, que ele justifique seus gastos em nome da tal “segurança Nacional”. Se ele tem medo de fazer isto, então Lula não merece nem mais um dia no governo. E se ele insistir nisso, então é GOLPE! Por Gaúcho/Gabriela
A primeira vez em que escrevi contra as indenizações políticas foi em 1995. Nestes 13 anos, não encontrei uma única razão que fosse para mudar de opinião. O que era então um tímido movimento por aposentadorias especiais virou a grande farra para a formação de pé-de-meia de alguns poucos. O critério do cálculo é estapafúrdio: o de que todos chegariam ao máximo de suas carreiras, mesmo em empresas que não existem mais.
Alguns chegam a ser cômicos. A ouvidora da Petrobras que foi, na juventude, uma recepcionista bilíngüe da joalheria H.Stern. Se não tivesse sido presa, trocada pelo embaixador americano, quanto teria ganhado no emprego ao longo da vida? A comissão chegou à conclusão de que ela teria direito a R$1,6 milhão (R$8,4 mil mensalmente), agora reduziu para pouco mais de R$870 mil. O raciocínio só faria sentido se ela não tivesse sido nada mais na vida, impossibilitada de auferir qualquer renda pelo resto dos seus dias.
Na semana passada, fui a uma homenagem emocionante à advogada Dyrce Drach, que defendeu muitos presos políticos, alguns bem famosos na época. De mim, certamente ela mal se lembrava, mas eu me lembro bem dela, com gratidão pelo apoio que foi além do contrato profissional. Lá, no bate-papo lateral, ouvi histórias tocantes de resistência. Gente, como a própria Dyrce, que colocou sua vida em risco para defender idéias, pessoas e resistir à esmagadora força do arbítrio.
A grande reparação nunca foi concedida. Nunca se ouviu das instituições que comandaram o período ditatorial uma retratação; nunca um torturador ou assassino foi punido. Mais importante: somos o último país com arquivos e informações importantes para a reconstituição da História que permanecem secretos e prisioneiros. A única reparação desejável é a informação de onde foram parar os corpos dos desaparecidos. Continuam sendo necessárias informações que elucidem episódios ainda obscuros da nossa História. Essa seria a desejável reparação coletiva, e não a escolha arbitrária de alguns para receber, com critérios absurdos e contabilidade insana, vergonhosas compensações financeiras.
A geração que tinha uma história edificante, para contar aos mais jovens sobre como se comportar quando o país enfrenta uma situação limite, não tem mais. Nem todos entraram nesta fila do saque ao Estado, mas os que encheram seus bolsos dilapidaram o patrimônio coletivo e jogaram a história da resistência política na vala comum do jeitinho brasileiro de levar vantagem em tudo.
Há casos e casos e, em alguns, a indenização do Estado faz sentido, mas a máquina de calcular dos reparadores é que enlouqueceu. A mãe de Edson Luis, menino morto no Calabouço, recebeu R$130 mil. A ouvidora da Petrobras receberia 12 vezes mais, antes de ter tido uma revisão para "apenas" 6 vezes mais. Fica-se sabendo, assim, que a vida de um jovem estudante de 18 anos, morto indefeso e inocente, vale apenas um sexto do valor de um emprego bilíngüe numa loja de jóias.
Os jornalistas que recebem as indenizações argumentam que são merecedores porque foram presos, perderam temporariamente empregos, independentemente do sucesso que tiveram depois em suas áreas de atuação. Encontrei tantos ex-presos políticos dentro das redações - eu, um deles - com suas carreiras seguindo normalmente, que não poderia estabelecer uma relação causal entre as opiniões políticas contra a ditadura, os períodos na prisão, e seqüelas nas carreiras profissionais.
No Brasil, a elite encontra inúmeras formas de tirar dinheiro do Estado: financiamentos subsidiados do BNDES, dívidas rurais não pagas ao Banco do Brasil, operação hospital para salvar empresas falidas por má gestão, critérios atuariais estapafúrdios para transferência para os fundos de pensão de estatais, superaposentadorias. A lista é infindável. Sempre foi assim.
Provavelmente, se os arquivos da escravidão não tivessem sido incendiados, naquela tão criticada decisão de alguns abolicionistas radicais, tinha prosperado a idéia, que contava com muitos adeptos, de se indenizar os donos de escravos. Os defensores da visão certa naquele começo da República, a de indenizar os ex-escravos, eram poucos e suas idéias consideradas estranhas.
Nos tempos atuais, até a resistência política contra a ditadura virou uma forma de tirar dinheiro do Estado para alguns poucos. E com o mesmo critério: quem era pobre, tinha emprego mal remunerado e uma carreira sem horizontes recebe menos do que quem estava numa carreira mais lucrativa. A cada um, segundo as suas posses: em que texto marxista eles encontraram tal lógica?
Na primeira vez em que escrevi, aqui mesmo no GLOBO, um artigo contra a proposta da indenização política, o processo estava só no começo e era um caso de pedido de aposentadoria especial no Sindicato dos Jornalistas do Rio. Era o início do processo. Pelo que escrevi, perdi alguns amigos. Um deles me faz muita falta ainda hoje. De lá para cá, o caso virou uma bola-de-neve, um esqueleto no armário dos passivos públicos, um saque ao caixa do Tesouro que ainda não terminou. Vai se prolongar pelos próximos anos enquanto estiverem sendo pagos os atrasados e as mensalidades dos bem aquinhoados.
Alguns chegam a ser cômicos. A ouvidora da Petrobras que foi, na juventude, uma recepcionista bilíngüe da joalheria H.Stern. Se não tivesse sido presa, trocada pelo embaixador americano, quanto teria ganhado no emprego ao longo da vida? A comissão chegou à conclusão de que ela teria direito a R$1,6 milhão (R$8,4 mil mensalmente), agora reduziu para pouco mais de R$870 mil. O raciocínio só faria sentido se ela não tivesse sido nada mais na vida, impossibilitada de auferir qualquer renda pelo resto dos seus dias.
Na semana passada, fui a uma homenagem emocionante à advogada Dyrce Drach, que defendeu muitos presos políticos, alguns bem famosos na época. De mim, certamente ela mal se lembrava, mas eu me lembro bem dela, com gratidão pelo apoio que foi além do contrato profissional. Lá, no bate-papo lateral, ouvi histórias tocantes de resistência. Gente, como a própria Dyrce, que colocou sua vida em risco para defender idéias, pessoas e resistir à esmagadora força do arbítrio.
A grande reparação nunca foi concedida. Nunca se ouviu das instituições que comandaram o período ditatorial uma retratação; nunca um torturador ou assassino foi punido. Mais importante: somos o último país com arquivos e informações importantes para a reconstituição da História que permanecem secretos e prisioneiros. A única reparação desejável é a informação de onde foram parar os corpos dos desaparecidos. Continuam sendo necessárias informações que elucidem episódios ainda obscuros da nossa História. Essa seria a desejável reparação coletiva, e não a escolha arbitrária de alguns para receber, com critérios absurdos e contabilidade insana, vergonhosas compensações financeiras.
A geração que tinha uma história edificante, para contar aos mais jovens sobre como se comportar quando o país enfrenta uma situação limite, não tem mais. Nem todos entraram nesta fila do saque ao Estado, mas os que encheram seus bolsos dilapidaram o patrimônio coletivo e jogaram a história da resistência política na vala comum do jeitinho brasileiro de levar vantagem em tudo.
Há casos e casos e, em alguns, a indenização do Estado faz sentido, mas a máquina de calcular dos reparadores é que enlouqueceu. A mãe de Edson Luis, menino morto no Calabouço, recebeu R$130 mil. A ouvidora da Petrobras receberia 12 vezes mais, antes de ter tido uma revisão para "apenas" 6 vezes mais. Fica-se sabendo, assim, que a vida de um jovem estudante de 18 anos, morto indefeso e inocente, vale apenas um sexto do valor de um emprego bilíngüe numa loja de jóias.
Os jornalistas que recebem as indenizações argumentam que são merecedores porque foram presos, perderam temporariamente empregos, independentemente do sucesso que tiveram depois em suas áreas de atuação. Encontrei tantos ex-presos políticos dentro das redações - eu, um deles - com suas carreiras seguindo normalmente, que não poderia estabelecer uma relação causal entre as opiniões políticas contra a ditadura, os períodos na prisão, e seqüelas nas carreiras profissionais.
No Brasil, a elite encontra inúmeras formas de tirar dinheiro do Estado: financiamentos subsidiados do BNDES, dívidas rurais não pagas ao Banco do Brasil, operação hospital para salvar empresas falidas por má gestão, critérios atuariais estapafúrdios para transferência para os fundos de pensão de estatais, superaposentadorias. A lista é infindável. Sempre foi assim.
Provavelmente, se os arquivos da escravidão não tivessem sido incendiados, naquela tão criticada decisão de alguns abolicionistas radicais, tinha prosperado a idéia, que contava com muitos adeptos, de se indenizar os donos de escravos. Os defensores da visão certa naquele começo da República, a de indenizar os ex-escravos, eram poucos e suas idéias consideradas estranhas.
Nos tempos atuais, até a resistência política contra a ditadura virou uma forma de tirar dinheiro do Estado para alguns poucos. E com o mesmo critério: quem era pobre, tinha emprego mal remunerado e uma carreira sem horizontes recebe menos do que quem estava numa carreira mais lucrativa. A cada um, segundo as suas posses: em que texto marxista eles encontraram tal lógica?
Na primeira vez em que escrevi, aqui mesmo no GLOBO, um artigo contra a proposta da indenização política, o processo estava só no começo e era um caso de pedido de aposentadoria especial no Sindicato dos Jornalistas do Rio. Era o início do processo. Pelo que escrevi, perdi alguns amigos. Um deles me faz muita falta ainda hoje. De lá para cá, o caso virou uma bola-de-neve, um esqueleto no armário dos passivos públicos, um saque ao caixa do Tesouro que ainda não terminou. Vai se prolongar pelos próximos anos enquanto estiverem sendo pagos os atrasados e as mensalidades dos bem aquinhoados.
Um comentário:
Os militares erraram muito, não mandaram essa cambada de VAGABUNDOS para o outro mundo. Vejam só, seu rico dinheirinho no bolso do Ziraldo e outros bandoleiros.
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