GRAVÍSSIMO! Relato do Senador Mário Couto à Nação Brasileira

“Eu nem falo mais de corrupção neste Governo. Nem falo. Não adianta mais falar em corrupção neste País! Corrupção, neste País, virou cultura!”

Querem um exemplo? Vou dar um exemplo. Desde que entrei aqui, comecei a bater e a mostrar fatos verídicos, com números, da corrupção existente neste País. Sabem quantas vezes publicaram na imprensa uma palavra pelo menos? Nunca! Bastou falar que eu ia fazer uma greve e não ia tomar banho. Pronto. Foi notícia nacional. Vejam como a corrupção não tem mais vez neste País. Não se divulgam mais neste País atos de corrupção. Virou cultura!”

Não pensei que se pudesse lamentar tanto nesse um ano e três meses de governo do Partido dos Trabalhadores no Estado do Pará. Aliás, a cidade de Santarém, com 300 mil habitantes, também é governada por uma senhora do Partido dos Trabalhadores.

Agora, vejam isso aqui. TV Senado! Rapaz da TV Senado, por favor, aproxime bem a câmera. Quero que o povo do Brasil, que o povo brasileiro veja. Isso aqui é um hospital, um hospital público, pronto, equipado – pronto, repito, equipado! –, para servir a esta cidade.

Olhem a pediatria! Tenho certeza de que na capital não temos uma pediatria igual a essa. Tenho certeza! Pronto e equipado, há um ano e três meses! Sabem por que não funciona? Pasmem, senhoras e senhores; pasmem, brasileiras e brasileiros; pasmem, santarenas e santarenos, sabem por que não funciona?

Porque esse hospital foi construído por um governador do PSDB.

Minha Santa Filomena! Pelo amor de Deus! Isso traz uma angústia muito grande a cada um de nós paraenses. Quantas crianças, quantos paraenses, quantos santarenos, quantas pessoas de outras cidades próximas não precisam de um atendimento de emergência? - Esse hospital é um dos melhores construídos no norte deste País. Esse hospital, em pleno funcionamento, vai servir não só à população santarena – servir com qualidade! –, mas a toda população que mora na redondeza.

A eleição passou. Por que se guarda tanto rancor e mágoa?
(Trecho do discurso de Mário Couto, ontem, no Plenário)

FONTES:
Você pode ler o discurso completo do Senador Mario Couto
aqui, também pode assistir ao vídeo de seu pronunciamento aqui (inclusive, ele mostra as fotos do hospital), e pode ler sobre este pronunciamento com redação da Agência do Senado aqui



DEMOCRACIA DEGRADADA
Por Jarbas Passarinho - Foi ministro de Estado, governador e senador

Direita e esquerda dominam o pensamento ocidental há mais de dois séculos. São termos antitéticos que dividem as ideologias, no contraste entre as paixões, uma pela igualdade e a outra pela liberdade, omitindo a fraternidade da tríade da Revolução Francesa. Marx ainda acrescentou a fraternidade à igualdade: uma vez comunista, o mundo inevitavelmente seria fraterno. Seria “o fim da história”, tema de que se apropriou Francis Fukuyama ao escrever O fim da história e O último homem. O mundo contemporâneo desmentiu-lhe a profecia, uma arte perigosa dada a sucessão de fracassos, a despeito das crenças em Nostradamus.

No século 20, União Soviética e China, durante a Segunda Guerra Mundial, mobilizaram dezenas de divisões nas suas fronteiras, frente a frente, em ameaça recíproca. O Vietnã atacou militarmente o Camboja. Todos eles comunistas e nada fraternos.

No mesmo período que o historiador marxista Hobsbawn apelidou de “século breve”, esquerda e direita provocaram hecatombes. Antes diferenciadas hermeticamente, vêm se aproximando. Não se combinam, mas seus regimes políticos admitem recíprocas concessões, mais que de estofo emocional. Países adeptos da economia de mercado vieram a ter ministério de planejamento, próprio da economia de comando marxista. As medidas que Marx e Engels propuseram no Manifesto de 1848 existem, hoje, em grande parte dos regimes capitalistas: Imposto de Renda progressivo, educação gratuita, taxação de herança, estatização de empresas e crédito nas mãos do Estado.

A China, de um único partido, o comunista, inventa o “socialismo de mercado”. Com Raul Castro, alter ego de Fidel, os cubanos já podem freqüentar hotéis de luxo e acabam de ganhar um direito fabuloso: permissão para freqüentar a praia de Varadero, até há pouco privativa de turistas.

Bobbio afirmou que “nenhum homem de esquerda pode deixar de admitir que a esquerda de hoje não é mais a de ontem”. Sartre, mais desgostoso, serve-se de imagem mais forte: “Esquerda e direita são hoje duas caixas vazias”. Os esquerdistas anacrônicos, irredutíveis, repetem a ironia de Alain: “Quando alguém me diz que esquerda e direita já não têm diferença, logo concluo que se trata de um direitista”. Gobarchev, nas suas memórias, sintetiza: “A antinomia socialismo/capitalismo parece-me, agora, caduca”. A democracia mudou tanto, desde as ágoras gregas, que Burdeau diz que “hoje é uma filosofia, uma maneira de viver e só acessoriamente uma forma de governo”.

A democracia representativa, também chamada de democracia governada, em que o eleitor abdica da sua soberania em favor de seu representante, evolui para a democracia governante. O povo participa das sessões públicas, sob condições especiais apresenta projeto de lei, muda leis reprovando referendos, vota plebiscitos. Implica, porém, o problema da interpretação da liberdade.

Aqui, onde o petismo é Executivo, ensaia-se um tipo de democracia governada que deprava o conceito de liberdade. Franklin Roosevelt, na mensagem ao Congresso em 1941, acrescentou às liberdades expressas no Bill of rights mais duas: a liberdade de não ter medo e a de não ter fome. Elas estão escrupulosamente respeitadas entre nós. Não temos medo — apesar dos esforços do deputado Devenir — de ilimitados mandatos presidenciais à moda Chávez, nem temos fome, graças ao Bolsa Família. Somos até mais generosos.

A burocracia, com cartões corporativos, jamais terá fome. Só a têm os poucos que ainda não comem três vezes ao dia. Medo não terão de pseudo-investigação os fazedores dos dossiês flagrados para fraudar eleição em favor de petistas. São indenes à responsabilidade. A criação de dezenas de “grupos de trabalho”, de resultado ignorado, não teme aumentar o lixo do palácio. No parlamento, os mensaleiros trocaram dinheiro na boca do cofre dos bancos por aluguel de votos, sem medo, pois o presidente — coitado! — de nada sabia.

O bispo que estimula as invasões de empresas rurais, “sem o que não haverá reforma agrária”, não tem medo de censura da CNBB. João Paulo II disse: “Sobre toda propriedade privada pesa uma hipoteca social”. Para o bispo, a invasão é parte da hipoteca. Vândalos, protege-os a liberdade de invadir e depredar. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve o imóvel rural familiar invadido, devassado, o forró abastecido pela adega da casa. Os proprietários negaram-se a registrar a ocorrência na polícia

Experimentos agrícolas são depredados pela liberdade de lutar contra multinacionais. Oficial de justiça, esse, sim, teme, faz três meses, intimar Stedile, o “líder supremo” do MST (linguagem esplendorosa dos stalinistas). Não o encontra, mesmo quando, convidado, fazia palestra na Escola Superior de Guerra. Índios nada temem também: invadem a usina hidrelétrica de Tucuruí, gerando risco iminente às instalações, e obstruem a estrada de ferro da Vale do Rio Doce. Estudantes da UnB, à moda da USP, embora justa a causa, são livres para invadir a Reitoria e afrontar a Justiça, descumprindo mandato de reintegração de posse do imóvel. “Prefiro a injustiça à desordem”, disse Goethe. Aqui se prefere a desordem. Depravou-se a liberdade democrática. - Correio Braziliense




STF VAI DISCUTIR SE RAPOSA FERE A SOBERANIA

'É importante que se tome uma decisão breve. Desde que estou no Supremo, nunca vi coisa tão grave', diz Eros - Por Alan Gripp e Evandro Éboli

O próximo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, indicou ontem que defenderá a revisão do processo de demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Mendes propôs a discussão de uma solução alternativa, que substitua a faixa contínua de 1,7 milhão de hectares, que tornaria intocáveis quase 50% do território do estado, por um modelo de ilhas de preservação.

A Raposa Serra do Sol foi criada por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Ao julgarem uma ação movida pelo governo de Roraima, os ministros do STF decidem também sobre o tamanho e o formato da reserva. Estão em jogo a segurança das fronteiras do estado com Guiana e Venezuela e, principalmente, o iminente confronto entre a Polícia Federal e os arrozeiros e moradores que resistem à desocupação.

- Fiz uma ponderação de que se deve discutir o modelo em ilhas de preservação. O modelo (defendido pelo governo) é muito conflitivo. Precisamos discutir opções minimamente viáveis. O que não pode é você criar um estado e depois criar uma reserva que tenha 50%, 60% do seu tamanho. Esse processo será um aprendizado para o país - disse Mendes.

Pelo STF já tramitaram 33 ações sobre a reserva, sendo que três tratam atualmente do decreto presidencial. Na mais recente, semana passada, o governo de Roraima conseguiu liminar impedindo a Polícia Federal de deflagrar a operação de desocupação. O conflito era dado como inevitável, com os ocupantes da reserva se armando com bombas e táticas de guerrilha. O mérito da ação deve ser julgado em dois meses.

- É importante que se tome uma decisão breve. Desde que estou aqui (no Supremo), nunca vi uma coisa tão grave - disse o ministro Eros Grau, dando a temperatura da discussão.

O ministro Celso de Mello se disse preocupado com a soberania nacional. Segundo ele, a reserva, no modelo proposto pelo decreto, pode tornar inviável o controle das fronteiras: - Parece-me quase certo que isso (a demarcação da reserva) significaria a falta de uma base física para que o estado de Roraima exerça sua autonomia.



MST TENTA DRIBLAR JUSTIÇA COM CAMISAS AMARELAS

Sem-terra descartam vermelho e usam cor de movimento de garimpeiros para não serem punidos por ato contra a Vale – Por Ronaldo Brasiliense

A cor vermelha, desde ontem, deixou de ser a marca registrada entre os mais de dois mil manifestantes do MST acampados em Parauapebas, sudeste do Pará, a pouco mais de cem metros dos trilhos da ferrovia de Carajás, pertencente à Vale.

Para tentar burlar a liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que proíbe o movimento e seu coordenador nacional, João Pedro Stédile, de "incitar e promover a prática de atos violentos" contra a mineradora Vale, os integrantes do MST vestiram camisas amarelas, cor do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM), que apóiam as ações do grupo.

Em nota oficial, o MST alega que não realizou protesto contra a Vale quarta-feira passada, como divulgou a mineradora, nem participou da organização do acampamento montado às margens da ferrovia. "O acampamento montado às margens da Estrada de Ferro Carajás é do MTM, que fazem uma jornada de lutas em defesa dos direitos dos garimpeiros e contra a exploração imposta pela Vale", diz a nota.

Os advogados de Stédile recorreram quinta-feira passada contra a liminar obtida pela Vale, contestando a competência da 41ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio para julgar a ação. A alegação é que Stédile tem endereço fixo em São Paulo, onde alegam que a ação deveria ter sido proposta. O recurso ainda não foi julgado. A multa definida pelo TJ do Rio é de R$5 mil por ato violento ou interrupção.

Empresas de segurança que prestam serviços à Vale flagraram, ontem, militantes do MST e do MTM vistoriando os trilhos da ferrovia. Cerca de 600 homens das polícias Civil e Militar do Pará foram deslocados para o sudeste do estado, onde montaram barreiras nas rodovias PA-150 e PA-275, revistando todos os veículos em busca de armas e drogas.

Os órgãos de segurança do estado mantêm diálogo com os líderes do MST tentando evitar o bloqueio da ferrovia e das rodovias estaduais, principalmente depois que a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), recebeu apelos do vice-presidente da República, José Alencar, e do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix, para que o governo do estado tente de todas as maneiras evitar ações violentas do MST no dia 17 de abril.

O prefeito de Parauapebas , Darci Lermen foi flagrado em uma gravação supostamente feita pela Polícia Federal incitando os militantes do MST a promoveram ações contra a Vale.
O Globo


O mesmo governo que ataca quem produz passa a mão na cabeça de quem destrói.

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