O ex-presidente da Colômbia César Gaviria: o desafio é não se prender a questões ideológicas - Da Redação – Revista Veja
A guerra ao narcotráfico nos termos preconizados pelos países desenvolvidos, Estados Unidos à frente, não tem obtido resultados na América Latina. A partir dessa constatação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso idealizou um novo fórum para discutir a questão. A Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, que realizou sua primeira reunião na quarta-feira passada, no Rio de Janeiro, pretende dar novo foco ao combate às drogas. A idéia é priorizar a redução do consumo por meio de políticas de educação e saúde. Juntaram-se a Fernando Henrique nessa empreitada os ex-presidentes Ernesto Zedillo, do México, e César Gaviria, da Colômbia. O objetivo é apresentar à ONU, no ano que vem, uma proposta latino-americana de enfrentamento do problema. Presente ao encontro, César Gaviria detalhou ao repórter Ronaldo Soares, da sucursal de VEJA no Rio, os principais pontos em discussão.
DROGAS E DEMOCRACIA
A ameaça é real e muito clara. A Colômbia, sem dúvida, é um exemplo do que estou falando. A democracia ficou realmente ameaçada pelas ofensivas dos narcotraficantes em meu país. Eu mesmo, quando fui presidente e combati os cartéis de Medellín e de Cali, enfrentei desafios descomunais. No Brasil, o que acontece nas favelas, com bandidos que impõem suas próprias leis e desafiam as autoridades, é um conjunto de ações alheias aos princípios sagrados da democracia. Quem mais sofre com isso são os pobres, particularmente os que estão à margem da economia de mercado. É a população mais vulnerável, na qual os valores democráticos, os valores educativos, os valores sociais se perdem mais facilmente. O estado protege muito menos essas pessoas do que poderia. Por isso, o tráfico se desenvolve com mais vigor nas zonas marginais das cidades.
O PAPEL DA COMISSÃO
A responsabilidade de propor soluções para um desafio dessa natureza não é apenas de organismos internacionais ou dos governos locais. Quando não se quer resolver um problema, basta deixá-lo exclusivamente por conta das autoridades. Além do mais, o debate sobre as drogas é precário, quase inexistente, em muitos países. Em diversas circunstâncias, as discussões estão voltadas para analisar apenas os aspectos relacionados ao crime, deixando de lado todos os componentes sociais, familiares e coletivos que também têm de estar contemplados no debate.
O PAPEL DOS CIDADÃOS
A sociedade pode dar contribuições valiosas sobre como combater o consumo de drogas, como orientar nossos jovens e nossos cidadãos, como tratá-los quando se tornam viciados. Nesses casos, temos de transcender a ação das autoridades. Temos de compreender que o enfrentamento das drogas é uma responsabilidade da sociedade civil, que exige participação dos pais, dos médicos, dos professores, das organizações não-governamentais, das empresas. Não se pode delegar toda a responsabilidade aos governos.
A EXPERIÊNCIA COLOMBIANA
No que diz respeito ao controle da produção e do tráfico de drogas, nenhum país tem tanta experiência como a Colômbia. Ninguém pode dizer que meu país não cumpriu o seu papel, que não se empenhou. O último grande esforço que se fez, com uma grande colaboração internacional, particularmente dos Estados Unidos, foi o Plano Colômbia. Vários objetivos foram atingidos, em termos de erradicação de plantações, de controle de terminais, de criação de áreas de apoio para essas operações conjuntas, de um grande esforço de integração na área de inteligência. Tudo isso é válido, representou um grande avanço. Mas, apesar de terem sido gastos vários milhões de dólares nesse trabalho, a sensação é que estamos ainda próximos do ponto de partida.
O DEBATE
Nas políticas européias existem medidas interessantes de enfrentamento do consumo. O controle do tráfico é a linha mestra da atuação dos Estados Unidos. Na América Latina, temos de levar em conta os dois aspectos. A comissão deve reconhecer a necessidade de um controle rigoroso sobre o tráfico e a produção de drogas. É preciso haver um controle, e um controle com presença do estado. Mas achar que somente esse controle vai resolver o problema é algo que já sabemos ser ilusório. Vamos propor uma troca de experiências, avaliando as ações que estão em curso no mundo em relação à produção e ao consumo de drogas. Acreditamos que é importante conhecer essas experiências e avaliar essas políticas. E temos de fazer isso de maneira mais sistemática, sem nos prender a posições simplesmente ideológicas. Esse é, talvez, o principal desafio.
A guerra ao narcotráfico nos termos preconizados pelos países desenvolvidos, Estados Unidos à frente, não tem obtido resultados na América Latina
MARCHA CONTRA A MACONHA
Amanhã, domingo 4, enquanto a Marcha da Maconha acontecerá em Ipanema, a orla de Copacabana sediará a ‘contramarcha’. Batizada de Marcha da Família, a passeata deve reunir representantes públicos e integrantes da Igreja Católica. O ‘contramanifesto’ é organizado pela vereadora Sílvia Pontes (DEM).
A Marcha da Família também terá camisetas promocionais inspiradas na brincadeira “vô, não vou”, em referência à passeata da maconha. “Tem que parar com esse negócio de que maconha não faz mal. Isso é o estupro da sociedade carioca. Duvido encontrar alguma mãe com o filho na passeata da maconha”, afirma a vereadora.
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP) defendeu a ‘contramarcha’: “Família nenhuma é a favor da maconha. O protesto, na verdade, vem de um pequeno grupo de vagabundos que querem impor seus interesses”. – O DiaOnline
A guerra ao narcotráfico nos termos preconizados pelos países desenvolvidos, Estados Unidos à frente, não tem obtido resultados na América Latina. A partir dessa constatação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso idealizou um novo fórum para discutir a questão. A Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, que realizou sua primeira reunião na quarta-feira passada, no Rio de Janeiro, pretende dar novo foco ao combate às drogas. A idéia é priorizar a redução do consumo por meio de políticas de educação e saúde. Juntaram-se a Fernando Henrique nessa empreitada os ex-presidentes Ernesto Zedillo, do México, e César Gaviria, da Colômbia. O objetivo é apresentar à ONU, no ano que vem, uma proposta latino-americana de enfrentamento do problema. Presente ao encontro, César Gaviria detalhou ao repórter Ronaldo Soares, da sucursal de VEJA no Rio, os principais pontos em discussão.
DROGAS E DEMOCRACIA
A ameaça é real e muito clara. A Colômbia, sem dúvida, é um exemplo do que estou falando. A democracia ficou realmente ameaçada pelas ofensivas dos narcotraficantes em meu país. Eu mesmo, quando fui presidente e combati os cartéis de Medellín e de Cali, enfrentei desafios descomunais. No Brasil, o que acontece nas favelas, com bandidos que impõem suas próprias leis e desafiam as autoridades, é um conjunto de ações alheias aos princípios sagrados da democracia. Quem mais sofre com isso são os pobres, particularmente os que estão à margem da economia de mercado. É a população mais vulnerável, na qual os valores democráticos, os valores educativos, os valores sociais se perdem mais facilmente. O estado protege muito menos essas pessoas do que poderia. Por isso, o tráfico se desenvolve com mais vigor nas zonas marginais das cidades.
O PAPEL DA COMISSÃO
A responsabilidade de propor soluções para um desafio dessa natureza não é apenas de organismos internacionais ou dos governos locais. Quando não se quer resolver um problema, basta deixá-lo exclusivamente por conta das autoridades. Além do mais, o debate sobre as drogas é precário, quase inexistente, em muitos países. Em diversas circunstâncias, as discussões estão voltadas para analisar apenas os aspectos relacionados ao crime, deixando de lado todos os componentes sociais, familiares e coletivos que também têm de estar contemplados no debate.
O PAPEL DOS CIDADÃOS
A sociedade pode dar contribuições valiosas sobre como combater o consumo de drogas, como orientar nossos jovens e nossos cidadãos, como tratá-los quando se tornam viciados. Nesses casos, temos de transcender a ação das autoridades. Temos de compreender que o enfrentamento das drogas é uma responsabilidade da sociedade civil, que exige participação dos pais, dos médicos, dos professores, das organizações não-governamentais, das empresas. Não se pode delegar toda a responsabilidade aos governos.
A EXPERIÊNCIA COLOMBIANA
No que diz respeito ao controle da produção e do tráfico de drogas, nenhum país tem tanta experiência como a Colômbia. Ninguém pode dizer que meu país não cumpriu o seu papel, que não se empenhou. O último grande esforço que se fez, com uma grande colaboração internacional, particularmente dos Estados Unidos, foi o Plano Colômbia. Vários objetivos foram atingidos, em termos de erradicação de plantações, de controle de terminais, de criação de áreas de apoio para essas operações conjuntas, de um grande esforço de integração na área de inteligência. Tudo isso é válido, representou um grande avanço. Mas, apesar de terem sido gastos vários milhões de dólares nesse trabalho, a sensação é que estamos ainda próximos do ponto de partida.
O DEBATE
Nas políticas européias existem medidas interessantes de enfrentamento do consumo. O controle do tráfico é a linha mestra da atuação dos Estados Unidos. Na América Latina, temos de levar em conta os dois aspectos. A comissão deve reconhecer a necessidade de um controle rigoroso sobre o tráfico e a produção de drogas. É preciso haver um controle, e um controle com presença do estado. Mas achar que somente esse controle vai resolver o problema é algo que já sabemos ser ilusório. Vamos propor uma troca de experiências, avaliando as ações que estão em curso no mundo em relação à produção e ao consumo de drogas. Acreditamos que é importante conhecer essas experiências e avaliar essas políticas. E temos de fazer isso de maneira mais sistemática, sem nos prender a posições simplesmente ideológicas. Esse é, talvez, o principal desafio.
A guerra ao narcotráfico nos termos preconizados pelos países desenvolvidos, Estados Unidos à frente, não tem obtido resultados na América Latina
MARCHA CONTRA A MACONHA
Amanhã, domingo 4, enquanto a Marcha da Maconha acontecerá em Ipanema, a orla de Copacabana sediará a ‘contramarcha’. Batizada de Marcha da Família, a passeata deve reunir representantes públicos e integrantes da Igreja Católica. O ‘contramanifesto’ é organizado pela vereadora Sílvia Pontes (DEM).
A Marcha da Família também terá camisetas promocionais inspiradas na brincadeira “vô, não vou”, em referência à passeata da maconha. “Tem que parar com esse negócio de que maconha não faz mal. Isso é o estupro da sociedade carioca. Duvido encontrar alguma mãe com o filho na passeata da maconha”, afirma a vereadora.
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP) defendeu a ‘contramarcha’: “Família nenhuma é a favor da maconha. O protesto, na verdade, vem de um pequeno grupo de vagabundos que querem impor seus interesses”. – O DiaOnline
PRÁ QUE MÁSCARAS?
O Tribunal Regional Eleitoral vai fiscalizar a Marcha da Maconha. O tribunal quer reprimir as máscaras com as quais os simpatizantes da liberalização da droga pretendem desfilar, com rostos de candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, como o do deputado Fernando Gabeira. Isso não pode. Tudo que o TRE pode fazer é ver se algum candidato participa ostensivamente fazendo campanha. Gabeira e alguns outros citados ou que têm máscaras sugeridas no site dos pamonheiros não irão. As marchas serão realizadas em várias cidades no mundo e no Brasil. Aqui foram proibidas em algumas delas.
INTERESSES INTERNACIONAIS POR TRÁS DOS ABESTADOS
Marcha pela legalização da maconha acaba em confronto na Grécia
Participantes atearam fogo em pneus e bloquearam uma rua, em Atenas. A marcha faz parte de uma campanha internacional para promover a legalização da maconha e vai passar pelo Brasil neste domingo (4). A polícia usou jatos de água e bombas de gás lacrimogênio para dispersar a manifestação. Portal G1
O Tribunal de Justiça de São Paulo pode derrubar neste sábado decisão judicial de 1ª instância que permitiu realização da marcha da maconha no Parque do Ibirapuera no domingo. O Promotor de Justiça Augusto Rossini é categórico ao afirmar que caminhada é apologia contundente ao crime e ao uso de drogas. Ele lembra que a Justiça de outros estados já proibiu a realização do evento e cita como exemplo, a Bahia e a Paraíba, que determinaram a proibição da marcha da maconha para evitar a apologia à droga e o risco à ordem pública. As informações são da Jovem Pan.
RIO: 65% SÃO CONTRA DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA
Pesquisa inédita do Instituto Data Rio, feita terça e quarta-feira com 450 cariocas, indicou que 65% deles são contrários à descriminalização da maconha. Outros 24% se manifestaram favoráveis à mudança na lei e 11% não quiseram opinar. – Leia também » Justiça proíbe marcha em MG e no PR
COMENTÁRIO
Não há maneira de ensinar ou de mandar mais forte que o próprio exemplo. Esse maldito desgoverno está tentando delinqüir a família, depravar, estuprar, emporcalhar e derrotar a estrutura familiar, cujos valores moldamos nos princípios defendidos por nossa DIREITA, ideologia política que nunca chegou perto desses excrementos, que hoje tentam destruir a base moral e ética de uma sociedade que já teve grandes homens políticos como exemplo. Basta um olhar para o passado!
O mal penetrando e inundando a alma dos fracos sem rumo pode ser colocado, por exemplo, no resultado recente das últimas pesquisas - quanto mais Lula se mostra indecente, amoral e cínico, mais a massa "fraca" e ressentida vê nele a possibilidade de poder roubar e delinqüir sem medo da punição das leis, e da cadeia.
A que ponto chegamos! Precisamos de "armas" que defendam nossa democracia e nossas famílias dos abusos e perigos que surgem a cada momento nesse país. Que chorem os santos pelas "armas" que pedimos, mas que não acusem a nossa mais DIREITA convicção de que a nossa marcha da família terá que combater a quem tenta nos matar com as piores das intenções. Uma sociedade misericordiosa com Lula da Silva é uma sociedade perdida. Ele é o próprio crime! Por Gabriela/Gaúcho
3 comentários:
Deve ser o sindicato do terrorismo e do narcotráfico que estão por trás dos imbecilóides do mundo inteiro, para defender o plantio da droga.
Hoje foi no Chile:Uruguai: Montevidéu defende legalização da maconha
O Movimento pela Liberação da Cannabis de Montevidéu uniu-se neste sábado à mobilização de mais de 220 cidades do mundo que promovem a legalização da maconha.
Rio de Janeiro e São Paulo - FOI PROIBÍDA A MARCHA DOS MACONHEIROS!
RIDICULO ESSE ANTI-MANIFESTO FACISTA!
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