Chávez ajudou a manter o mito de "Marulanda”

O ex-ministro do interior e justiça colombiano, Fernando Londoño, assegurou que a morte de “Manuel Marulanda” o “Tirofijo” é velha, porém se faz pública nesse momento porque o governo colombiano já tem certeza do feito. Ele denunciou que a imagem de Marulanda era mantida pelo guerrilheiro morto Raúl Reyes e também pelo próprio presidente da Venezuela Hugo Chávez, e que agora, o mandatário deverá usar um tabuleiro “ouija” para comunicar-se com ele. “O presidente Chávez se prestou ao papel de manter a lenda de Marulanda”.

O ex-ministro considera que tanto o “Mono Jojoy” como “Alfonso Cano”, o novo líder das FARC, estão em posição de desespero, pois ambos não estão conseguindo escapar do cerco das Forças Armadas da Colômbia. “A selva era um refugio seguro, e isso se acabou... o exército colombiano está preparado para ir e permanecer na selva”. Londonõ se mostrou preocupado com as possíveis repercussões negativas na Venezuela e no Equador, pois ambos os territórios eram ideais para os narcotraficantes e guerrilheiros para fugir e descansarem. Fonte: Noticiero Digital

Curiosidade: O “tabuleiro Ouija” é usado em adivinhações e no espiritualismo Normalmente, ele possui inscritas as letras do alfabeto, além de palavras como 'sim', 'não' e “talvez”. Muito provavelmente, este tabuleiro também seja o meio utilizado pelos governos latinos para fazer contatos com o finado Fidel Castro.

Aliás, “manter vivos” os cadáveres do terror, falar com múmias, simular visitas, é uma especialidade dos indecentes da esquerda latina, como forma de manter a opressão sobre o povo. Por Gaúcho/Gabriela


A ÚLTIMA MENSAGEM DE TIROFIJO
Segundo alguns de seus biógrafos, o terrorista ganhou este apelido graças à sua boa pontaria: "onde ele põe o olho, põe a bala”.

Os jornais da Colômbia publicam hoje, que a operação do exército continua para recuperar o cadáver de Tirofijo. A perseguição contra o guerrilheiro número “um” das FARC era tão intensa, que em seu último correio eletrônico, que se teve acesso, no final do ano passado, Tirofijo afirmava: “Estou vendo ao diabo sem cabelos e sem rabo”, em referência aos fortes ataques aéreos da Colômbia.


AS BAIXAS DAS FARC
- Negro Acácio - 1/9/2007
Responsável pelo negócio das drogas, é morto pelo Exército
- Martín Caballero 25/10/2007
Exército mata guerrilheiro acusado de extorsão, assassinato e seqüestro
- Martín Sombra - 27/2/2007
Autoridades prendem um dos mais antigos líderes da guerrilha
- Raúl Reyes - 1/3/2008
Ataque aéreo em território equatoriano mata o número 2 das Farc
- Iván Rios -3/3/2008
Foi morto por um camarada, que embolsou uma recompensa de US$ 2,7 milhões
- Nelly Ávila - 18/3/2008
Conhecida como 'Karina', rendeu-se ao governo no domingo



A NUDEZ DO BOQUIRROTO
Depois do ataque do Exército colombiano à estalagem administrada pelas FARC no lado equatoriano da fronteira, o chanceler Celso Amorim achou pouco o pedido de desculpas apresentado pelo governo de Álvaro Uribe. O presidente deveria suplicar ao vizinho que Autenticados pela Interpol, documentos extraídos dos computadores do terrorista Fred Reyes acabam de provar que a Venezuela de Hugo Chávez e o Equador de Rafael Correa são cúmplices e financiadores das Farc. Peça desculpas, Amorim. – JB Online



“FARC NÃO SÃO O QUE VENDEM”
A Juventude Comunista foi a ponte para a entrada nas Farc. Mas a mesma formação política que lhe garantiu ser líder na guerrilha foi determinante para a desilusão ideológica. Demonizado por questionar o financiamento do narcotráfico e a ação contra civis, Alvaro Agudelo, de 34 anos, conta ao JB que chegou perto do fuzilamento e que recebeu representantes do MST. Desmobilizado, o militante criou o grupo Mãos pela Paz e frente às constantes ameaças das Farc, é vigiado 24 horas por dois seguranças do Estado.

Há brasileiros entre os seqüestrados?
Isso não tenho como saber. Mas posso dizer que recebi representantes do movimento brasileiro dos Sem Terra. E gostaria de dizer ao povo brasileiro que não caia na lábia de ditaduras de esquerda apáticas aos problemas sociais. Matéria do JB Online – Leia mais aqui




UM CONTINENTE À SOMBRA DO NARCOTRÁFICO

Tráfico planta raízes do México à Argentina, dominando áreas e desafiando o controle do Estado - Do GDA* - O Globo

O fenômeno do tráfico de drogas se estendeu pela América Latina. É isso que confirmam números oficiais colhidos para esta reportagem especial do Grupo de Diários América (GDA) - que reúne os principais jornais de vários países do continente e do qual O GLOBO é parte - sobre o domínio ou a territorialização do narcotráfico.

Cada país, de acordo com suas particularidades e com o papel que desempenha no negócio da produção e comercialização de entorpecentes, sofre de maneira diferente. Mas existe um consenso: estamos diante de um problema cada vez mais alarmante e que representa um enorme desafio para os governos e sociedades do continente.

Ao contrário do que sustentam os defensores da folha de coca, a venda de cocaína e de pasta base deixou de ser um mal exclusivo dos países ricos. Os informes dos membros do GDA desmentem categoricamente essa afirmação. O consumo de drogas aumentou na grande maioria das cidades da região agravando a situação da segurança e da saúde pública. Onde se comercializam cocaína e pasta base, a delinqüência dispara, a evasão escolar cresce e a saúde da população (em especial dos jovens) se deteriora rapidamente.


PAÍSES TÊM PAPÉIS DIFERENTES

De acordo com as necessidades e as condições geográficas, naturais, sociais e políticas que cada país encontra, o tráfico se estabelece neles e age de acordo com a sua conveniência. Assim, determinados países são produtores e exportadores de cocaína, outros são usados para o transporte e reexportação de carregamentos ilícitos e outros tantos são pontos de venda e comercialização de entorpecentes, meros mercados.

Segundo a lógica sinistra que dita o negócio, a atividade criminal reclama para si o controle de territórios, zonas e bairros e instaura neles sua autoridade por meio da violência e do terror. Isso acontece nas regiões cocaleiras de Colômbia e Peru, nos corredores de droga do norte do Equador e na larga faixa que forma a fronteira da Colômbia com a Venezuela. Também acontece nas favelas brasileiras e em alguns bairros marginais de cidades como Buenos Aires, Rosário e Córdoba, na Argentina; Santiago, no Chile; San José, na Costa Rica; e Lima e Trujillo, no Peru.


COLÔMBIA: CARTÉIS ENFRAQUECIDOS
Desde os anos 70 e 80, Bolívia e Peru se converteram em dois dos principais produtores de folhas de coca e de pasta básica de coca para a produção de cocaína. A transformação em cocaína desses produtos e seu posterior envio ao resto do mundo ficava a cargo de traficantes colombianos. Mas desde o fim dos anos 80 e início dos anos 90, por impulso dos cartéis da droga, a Colômbia se transformou no primeiro produtor de folha de coca do mundo.

A expansão de campos de coca nos três países citados teve como imediata conseqüência o domínio dessas áreas inóspitas por criminosos. Dos anos 80 para cá, a situação no Peru melhorou, mas ainda há indícios de que o que restou da guerrilha do Sendero Luminoso mantém-se ativo no tráfico, especialmente em regiões de selva. Segundo analistas, o Vale do Rio Apurímac (no sul do país) é hoje o principal produtor de cocaína do Peru. A geografia favorável e o fato que desde 1984 não existe mais qualquer controle policial na área transformou a região do Monzón em monoprodutora de coca, com 98,4% do PIB local originários da folha.

Colômbia é outro grande produtor, mas em anos recentes seus poderosos cartéis têm perdido sua outrora capacidade de corrupção e domínio. Hoje, segundo a polícia, só existem organizações de narcotraficantes de peso no oeste do país, região de onde enviam coca para México e EUA, através de Venezuela e Brasil. Informes de inteligência, no entanto, asseguram que os cartéis colombianos exercem pressão mediante exércitos privados, formados por paramilitares desmobilizados das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), ainda que sem controle territorial. Sua área de influência compreenderia grandes extensões de cultivos de coca nesses departamentos, principalmente próximos a rios utilizados para transportar da droga de onde é produzida, geralmente em zonas de acesso complicado, para dificultar a entrada das autoridades de segurança.


GUERRILHA SE ALIA AO TRÁFICO
O último estudo do Escritório contra Crimes e Drogas da ONU, divulgado em 2007, mostra que área atingida no país é cerca de 78 mil hectares, muito menos que os 163 mil hectares detectados em 2000, quando se registrou o maior índice de cultivo. Atualmente, esse tipo de cultivo ilícito está presente em 23 dos 32 departamentos colombianos. Em alguns deles, a aliança com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - que financia grande parte de seus gastos militares com o narcotráfico - é o fator mais preocupante.

- Vemos uma regressão das Farc ao sistema de cobrança de impostos sobre as drogas e de extorsão aos próprios cultivadores - diz o general Óscar Naranjo, diretor geral da Polícia.

Por sua vez, os traficantes sempre estão inovando com formas mais baratas e modernas de produção de coca e seus derivados, diversas formas de comercialização e, claro, novas rotas para enviar cocaína aos melhores mercados. Nos últimos cinco anos, os cartéis utilizaram vários países da região como centros de estocagem e reexportação de embarques ilícitos a fim de evitar os estritos controles de inspeção de cargas, especialmente nas alfândegas peruana, boliviana e colombiana. Venezuela, Equador, Chile e Argentina são as nações que mais foram afetadas por essa modalidade.

Os cálculos do Departamento de Estado americano indicam que transitam pelo o território venezuelano anualmente entre 200 e 300 toneladas de drogas. O meio de transporte preferido dos grandes grupos de traficantes é o aéreo, devido à escassa vigilância dos céus venezuelanos, especialmente nas regiões sul e oriental do país. Na faixa fronteiriça dos estados de Apure, Táchira, Bolívar e Zulia existem enclaves onde operam grupos ligados às Farc.

O Equador padece de um problema semelhante, só que lá o tráfico usa uma estratégia de carrossel: o território do país é usado como depósito de estocagem de droga, que de lá volta à Colômbia para processamento, retornando ao Equador para ser exportada.

No caso do Chile, sua luta contra as drogas tem na geografia um inesperado inimigo. Seus vizinhos do norte, Bolívia e Peru, são líderes de produção de cocaína, e nas fronteiras dessas nações (215 quilômetros com o Peru e 914 quilômetros com a Bolívia), existem 106 pontos ilegais de passagem, evitando os controles fronteiriços.

- Países como Bolívia, Peru e Colômbia enviam droga para a Europa do Chile - diz Manuela Guerra, diretor de drogas do escritório de fiscalização. - E como não somos um país produtor, as cargas que os barcos levam não levantam suspeitas.

Mas os problemas do Chile não se restringem a ser usado como corredor de passagem. O país conta, por exemplo, com um tentador mercado consumidor. O senador Jaime Orpis, criador da ONG La Esperanza, dedicada à reabilitação de viciados, assegura que "há muito tempo o Chile deixou de ser país de trânsito" e o consumo atinge todas as faixas etárias. Segundo cifras oficiais, em 2006 640 mil pessoas usaram um ou mais entorpecentes.

Dados oficiais, porém, às vezes mascaram a realidade. Na Venezuela, as estatísticas do Escritório Nacional Antidrogas refletem apenas parcialmente a gravidade da situação, pois muitos casos de vício em drogas não estariam sendo registrados, segundo a ONG Aliança para uma Venezuela sem Drogas.

Além disso, o vício em narcóticos estaria começando cada vez mais cedo, com adolescentes já em estado de dependência.
- Estamos diante de um problema de saúde pública - alertou Juvenal Villasmil, presidente da fundação José Félix Ribas.


MÉXICO DOMINA ROTAS PARA EUA
Outro país que foi transformado em trampolim para a reexportação de drogas foi a Argentina. A droga entra já refinada pelo norte (por Bolívia e Paraguai), passa por Buenos Aires e de lá parte para a Europa, principalmente por navio, ou para os EUA, levada por "mulas". O perfil de país de passagem, porém, não livrou a Argentina de ter as drogas como problema interno. O último levantamento nacional sobre o tema, em 2007, apontou que 500 mil pessoas consumiram cocaína (2,6 % da população) no ano passado, e 1,2 milhão fumaram maconha (6,9 % da população). Como no Rio, quadrilhas de traficantes impõem seu domínio sobre zonas pobres de cidades como Buenos Aires, Rosario e Córdoba.

Por sua posição de fronteira com os EUA, o México conseguiu uma posição de destaque no narcotráfico: através de alianças com os colombianos, os cartéis locais consolidaram seu poder na América Latina, mantendo a hegemonia sobre as rotas de comércio. Washington estima que quase 90% da cocaína que chega aos EUA passam pelo corredor América Central-México. Com isso, o país viu subirem assustadoramente os índices de criminalidade: a procuradoria-geral estima que somente em 2008 os assassinatos ligados ao crime organizado e ao narcotráfico tenham aumentado em 47%, chegando a 1.378 até agora. O governo teve de mobilizar 20 mil soldados e policiais para combater a escalada do crime.


NAÇÕES MENORES SÃO TRAMPOLIM
Países menores também sofrem e têm seu papel no narcotráfico. Guatemala, Costa Rica e Porto Rico são usados como trampolim para a droga chegar ao México ou aos EUA. Embora os costa-riquenhos tenham se transformado também em consumidores, sobretudo de crack, é em Porto Rico que o tráfico assumiu uma feição conhecida dos cariocas - o de um Estado paralelo que controla zonas pobres nas cidades e penetra as instituições do poder público.


PARTICIPARAM DESTA REPORTAGEM: Hernán Cappiello, "La Nación" da Argentina; Sérgio Ramalho, O GLOBO; Matías Bakit e Andrea Sierra, do "El Mercurio" do Chile; Editoria de Justiça do "El Tiempo" da Colômbia; Otto Vargas M., do "La Nación" da Costa Rica; Editoria Judicial do "El Comercio", do Equador; Silvia Otero, do "El Universal", do México; Pablo O'Brien, do "El Comercio" do Peru; José A. Sánchez Fournier, do "El Nuevo Día", de Porto Rico; Fabián Muro, do "El País", do Uruguai, e Javier Ignacio Mayorca, do "El Nacional", da Venezuela.

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