Cuba e FARC treinam militares e civis venezuelanos

A guerrilha colombiana e o governo cubano, em coordenação com o exército venezuelano, participam ativamente há pelo menos três anos, na formação de forças especiais e unidades de milícias "para a defesa da revolução'' bolivariana, segundo informações obtidas nos documentos do PC do ex- líder guerrilheiro Raúl Reyes. Por Casto Ocando do El Nuevo Herald – Tradução: Arthur do MOVCC

Em missivas e correios eletrônicos entre membros do secretariado das FARC, são mencionados contingentes de militares venezuelanos em processo de receber treinamento em acampamentos guerrilheiros em território colombiano e nos centros de treinamento militar em Cuba. Ademais, fala-se do treinamento de milhares de jovens das Unidades de Defesa Popular, sob supervisão da guerrilha colombiana.


Em um correio do ano passado, que apresenta um informe sobre a situação das forças armadas venezuelanas, é mencionado que o governo Hugo Chávez mantém em Cuba "2,500 homens em formação em distintas áreas'' e que, "quando eles regressam à Venezuela, o governo Chávez manda outra quantidade igual de homens para treinamento”. Segundo a mensagem, as autoridades venezuelanas "estão organizando as Forças Armadas bolivarianas para a defesa da revolução''.

A participação de membros do secretariado das FARC no treinamento das milícias pro-chavistas estão acontecendo há pelo menos 3 anos, segundo várias cartas enviadas pelo comandante "Iván Márquez'', atualmente, o principal condutor da comunicação entre as FARC e o governo venezuelano.

Um ativo membro da guerrilha, identificado como "Tino'', mantém uma ‘‘alta responsabilidade'' no que diz respeito ao "manejo das Unidades de Defesa Popular'', segundo um correio de abril de 2005, que Márquez enviou ao comandante Raúl Reyes.

Como meta principal, informa Márquez, está o objetivo de fazer "passar pelo curso militar em Fuerte Tiuna, 1.300 homens de sua confiança''.

Márquez também informa que "já estão preparando os primeiros 120 homens, alguns dos quais já passaram por esta modesta escola (guerrilheira)'', e ele transmite a petição de ‘‘Tino'', de "preparar a 100 chefes de esquadra do corpo de reservista, criado por ordem do presidente Chávez. A petição de treinar aos chefes de esquadra em 2005, foi ratificada dois anos depois pelo ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín, segundo um correio de novembro passado.

Em mensagem subscrita por Iván Márquez, ele informa ao secretariado das FARC sobre a solicitação de Rodríguez Chacín para que "nós transmitamos e eles, nossa experiência em guerra de guerrilhas, a qual eles chamam de guerra assimétrica'', com treinamento em ‘‘explosivos, cátedra bolivariana, acampamentos na selva, emboscadas logísticas e mobilidade'', como parte de seus preparativos para uma eventual invasão dos Estados Unidos.

O acordo, segundo sugere o ministro venezuelano, seria estabelecido com "alguns generais'' e outros oficiais intermediários do exército venezuelano.

Em um correio enviado dois dias antes, Márquez havia informado ao secretariado sobre um plano para receber armamentos na região de Orenoco, ao sul da Venezuela, e de um plano para pôr em marcha um mecanismo de coordenação do mais alto nível entre a guerrilha e o exército venezuelano.

Várias mensagens enviadas em 2007 mencionam um ativo interesse do Partido Comunista da Venezuela (PCV), para formar quadros milicianos em acampamentos guerrilheiros.

Em um correio de 13 de março do ano passado, Márquez informou a Raúl Reyes sobre a impossibilidade de "receber estudantes do PCV'' na escola guerrilheira Efraín Guzmán, por falta de quota e por "carências logísticas'', sugerindo uma vinculação prévia entre o PCV e as FARC.

Em outra mensagem de 14 de março, o chefe guerrilheiro conhecido como "Timochenko'' Jiménez, membro do secretariado das FARC, informou Reyes sobre os contatos que teve com um deputado do PCV e as dificuldades de organização para receber a 35 ou 40 jovens enviados pelo PCV.

As revelações dos documentos coincidem com as denuncias da oposição na Venezuela sobre a existência de acampamentos para treinamento de milicianos, a cargo de cubanos.

Segundo o ex-deputado César Pérez Vivas, membro do partido de oposição Copei, um antigo centro de recreação na represa Uribante-Caparo, no estado andino de Táchira, serve como local de treinamento controlado por oficiais cubanos, que dão cursos dirigidos a 450 pessoas por vez.

Chávez está tratando de criar "um exército paralelo'', repetindo a mesma experiência de Fidel Castro em Cuba, afirmou o coronel Pedro Antonio Pereira, um militar venezuelano atualmente refugiado em Miami. - "É o mesmo que fez Fidel com as suas forças armadas revolucionárias, que não eram outra coisa senão o Partido Comunista em armas'', afirmou Pereira.



SEM CONTEMPLAÇÃO – Jornal O Globo


Uma análise técnica da Interpol concluiu que a Colômbia não violou os computadores das Farc apreendidos na incursão de 1º de março do Exército colombiano em território do Equador. Segundo fontes com acesso aos dados, não divulgados pela Interpol, eles provariam uma ação consistente do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em apoio às Farc, e também contatos do presidente do Equador, Rafael Correa, com a narcoguerrilha.

Em suma: um plano que visa a expandir pela América Latina um projeto de poder ideologicamente baseado no "socialismo bolivariano" - autoritário estatizante e retrógrado, usando como ponta de lança a organização narcoterrorista colombiana.

As Farc travam há décadas uma luta sem quartel para transformar a Colômbia num estado totalitário. Mas não é só: segundo levantamento do Grupo de Diários América (GDA), do qual O GLOBO faz parte, a organização já conta hoje com cerca de 400 focos de ação - firmas de fachada, ONGs, partidos políticos e movimentos rebeldes - em vários países latino-americanos.

Os arquivos dos computadores apreendidos mostrariam a Venezuela prestes a emprestar US$250 milhões às Farc, que receberiam ainda 20 bazucas e peças para construção de foguetes.

O equatoriano Correa não teria contribuído, mas recebido US$100 mil da guerrilha para sua campanha eleitoral, afinal vitoriosa.

Na hipótese de se confirmar o que já foi antecipado sobre o conteúdo dos computadores, o Brasil e outros países latino-americanos devem repudiar veementemente a tentativa de impor ao continente um caminho que nada tem a ver com seus objetivos de integração e de busca de estabilidade política, econômica e social, num ambiente que priorize mútua cooperação, redução das desigualdades e integração ao mundo.




RELATÓRIO AZEDA CLIMA EM REUNIÃO DE LIMA

Chávez e Correa rejeitam conclusões da Interpol sobre autenticidade de arquivos de líder das Farc e atacam Uribe – O Globo

O relatório da Interpol que atesta que os arquivos encontrados nos computadores de Raúl Reyes, um dos líderes das FARC, não foram adulterados deixou mais tenso ontem o clima da V Cúpula dos Chefes de Estados da América Latina, Caribe e União Européia, que acontece em Lima, no Peru. Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa, aproveitaram a ocasião para atacar o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que afirma que os documentos apontam para laços existentes entre os dois presidentes e a guerrilha.

Irritado com o respaldo da Interpol a Uribe, Chávez afirmou que não tinha condições de falar com o presidente colombiano, a quem chamou de "arauto da desunião". - Não há condições para conversar com Uribe. Para falar com ele teria de descer a um pântano. O único problema que temos atualmente na América do Sul é Uribe - disse.

Antes da Cúpula, Correa também atacou Uribe e afirmou que as acusações contra ele fazem parte de uma campanha de difamação: - O governo colombiano promove sistematicamente a difamação de outros governos sul-americanos.



PERU TENTA DIMINUIR CLIMA DE CONFRONTAÇÃO

Do outro lado, o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, apoiou o presidente Uribe e afirmou que a crise entre Colômbia, Equador e Venezuela tem as Farc como o principal responsável.

- Nenhum dos países democráticos deveria se deixar levar por interpretações equivocadas do que realmente acontece. Não podemos esquecer que as Farc são um grupo terrorista e que Álvaro Uribe tem uma missão muito difícil - afirmou.

O clima de tensão fez com a diplomacia peruana tentasse evitar mais trocas de acusações que resultassem no fracasso do encontro. O presidente Alan Garcia chegou a pedir que os participantes se concentrassem nas questões a serem tratadas.

- Nosso apelo, na qualidade de anfitriões momentâneos, é para que nossa discussão de hoje concentre-se nos pontos que nos unem, os quais são vários e com os quais podemos beneficiar em muito nossos povos, em vez de nos determos naquilo que nos desune e que, por enquanto, nos divide - disse. Uribe, por sua vez, evitou responder aos ataques de Chávez e Correa.

- Estamos em uma batalha contra o terrorismo que causa muitos danos à Colômbia e ameaça nossos vizinhos. Estamos nessa batalha e temos todo o afeto por nossos vizinhos, e o que queremos é cumprir o que diz a OEA: que ninguém proteja terroristas que causem danos a outro país. Não temos interesse em molestar território de outros países e sim sermos bons vizinhos - disse em entrevista ao jornal peruano "El Comercio".

Já o assessor internacional da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o Brasil não tomará uma posição sobre a crise entre Venezuela, Colômbia e Equador. Marco Aurélio disse que o governo brasileiro não conhece o teor do relatório atestado pela Interpol. Em sua opinião, o assunto voltará a ser tratado na próxima semana, em Brasília, durante a reunião de chefes de Estado da região, quando será constituída a União das Nações Sul-Americanas.

- O governo brasileiro está disposto a fazer essa aproximação - lembrou.
Já o alto representante para a Política Exterior da União Européia (UE), Javier Solana, assegurou ontem que a UE continuará a classificar as Farc como um grupo terrorista: - As Farc atuam como um grupo terrorista e por isso continuarão em nossa lista de terroristas. – Colaborou Eliane Oliveira



A AMEBA PARAGUAIA
O presidente eleito de Paraguai, Fernando Lugo, afirmou na sexta-feira, que o estudo da Interpol "não é a palavra de Deus”. - "Creio que é apenas um informe a mais. Não temos que descartá-lo, porém, tampouco temos que considerá-lo como a palavra de Deus. Temos que confrontá-lo com outros informes de outros organismos também especializados", disse o ex-bispo, o comunista Lugo, em uma entrevista à imprensa em Lima. Informações da CZA - Globovisión / AFP



ITAMARATY ATENUA INCIDENTE NO PARAGUAI

Brasília diz que responderá firmando acordos com sócio no Mercosul - Denise Chrispim Marin – O Estado de São Paulo

A queima da bandeira brasileira e as ameaças do governador eleito de San Pedro, José Ledesma, não romperam a frieza do Itamaraty. A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores informou que o Brasil responde a esse tipo de provocação por meio de seu apoio a medidas que levarão desenvolvimento no Paraguai.

Ainda ontem, o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) aprovou dois projetos do Paraguai. Nesse fundo, criado em 2007, o Brasil é o principal contribuinte. O Focem aprovou a concessão de US$ 6,3 milhões para um projeto de asfaltamento de rodovia e US$ 39,4 milhões para obras de saneamento básico em comunidades rurais e indígenas do Paraguai. Como país menos desenvolvido economicamente do Mercosul, o Paraguai sempre foi o maior beneficiário do Focem, com oito projetos em execução, num valor total de US$ 110 milhões, e outros dez em análise técnica.

ACORDOS
Ciente de possíveis atritos nas relações bilaterais, a partir da posse do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo - o Itamaraty prepara um pacote com pelo menos 14 acordos de cooperação e dispõe-se a concretizar projetos de infra-estrutura no país vizinho e incentivar investimentos de empresas brasileiras em energia. Entre as obras previstas estão uma linha de transmissão de energia entre a usina hidrelétrica de Itaipu e Assunção, no valor de US$ 350 milhões, e a conexão do Paraguai a uma linha ferroviária que ligará os portos de Paranaguá (PR) e Antofagasta, no Chile, e passará também pela Argentina.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa Al esta toda tomado por terroristas. Aqui no Brasil eles ocupam os maiores cargos, e todos fingem que nao sabem.

Anônimo disse...

Que atrevimento afrontar a Interpol.

Anônimo disse...

COMO COMUNISTA É GENTE IMUNDA. DEPOIS FICAM ILUDINDO O POVO COM PORCARIA DE DVD E CELULAR (QUE ELES NEM PODEM PAGAR), PRÁ DIZER QUE CUBA ESTÁ MUDANDO. UM BANDO DE SAFADOS MENTIROSOS E ASSASSINOS. CUBA MERECE FICAR NA LISTA DOS TERRORISTAS, SOFRER EMBARGOS ATÉ O FIM. OU, O POVO REAGE OU A ILHA AFUNDA NA MERDA TOTAL. EU SÓ SINTO PELOS CUBANOS DE BEM.

Anônimo disse...

Agora dá prá entender pq o Chávez andou chamando "policiais" cubanos na semana passada, para treinar os policiais venezuelanos, e fez questão de divulgar na imprensa.