Desprestigiada por Lula, Marina Silva pediu demissão

EDITORIAL DO BLOG

Segundo dizem, o que “pegou na veia” foi o fato de o governo entregar a gestão do plano da Amazônia Sustentável (PAS), ao ministro Mangabeira Unger ( SEALOPRA), da Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, o que deixou a ministra irritadíssima, a ponto de mandar entregar sua carta de demissão, sem pisar na sede do governo para despedir-se do presidente.

Obviamente, que o melhor jeito de se livrar de um funcionário é desprestigiando seu trabalho. No entanto, em se tratando desse governo petista aparelhado até o “branco dos olhos”, não deixou de ser uma surpresa o comportamento da ministra. Afinal, a grande maioria dos aboletados está pouco se lixando se as decisões do Lula comprometem ou não, os seus trabalhos.


A LADAINHA DA FAUNA AMBIENTALISTA
GREENPACE
Para a entidade, o fato mostra uma mudança de postura do governo em relação à questão ambiental. – Nossa opinião é que isso (o pedido de demissão) é a prova cabal e derradeira das reais intenções do governo Lula em relação a essa questão. O meio ambiente, a questão da Amazônia, perdeu seu anjo da guarda, a única voz no governo que ainda defendia a prudência, o juízo, em relação às questões ambientais – afirmou o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sergio Leitão. JB Online

THE NATURE CONSERVANCY
A saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente poderá aumentar a pressão externa contra a produção de biocombustíveis, disse a representante da ONG The Nature Conservancy no Brasil, Ana Cristina Barros, em entrevista à BBC Brasil.

WWF
O WWF-Brasil (Fundo Mundial para Natureza) lamentou a saída de Marina Silva do ministério. "Trata-se de uma clara demonstração de que a área ambiental não tem espaço no atual governo", afirmou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.


CARLOS MINC OU JORGE VIANA?
Tudo indica que será o ex-governador do Acre, Jorge Viana, quem vai ocupar o lugar de Marina. Isso faz alguma diferença? Absolutamente, nenhuma! Assim como a saída de Marina Silva é incolor, inodora e insípida, a não ser pelo fato de que sua postura retrógrada e obscurantista, apoiada por seu séqüito de ongueiros, entidades e setores radicais como MST, Pastoral da Terra e outras porcarias, não era bom para o desenvolvimento do país.

Só sentiremos alguma diferença, de fato, o dia em que todos da corja do Lula forem enxotados juntamente com sua excelência. Se é que serve de consolo à ex-ministra, o PAC não é só uma afronta ambiental, mas principalmente, NACIONAL, porque não passa de “pedrinhas fundamentais” do Lula, inauguradas com objetivos eleitoreiros. Quanto ao meio ambiente, tudo continuará no “breu", com capacidade zero, onde os interesses mais ordinários sempre ocuparão o topo na agenda dos aloprados. Por Gaúcho/Gabriela


ATUALIZAÇÃO AS 17:50hs
O Lula da Silva confirmou hoje que Carlos Minc vai assumir o Ministério do Meio Ambiente no lugar de Marina Silva. De duas uma: Ou, o Jorge Viana não aceitou o convite, ou não pode assumir o cargo sabe lá por quê. Sobrou para o Carlos Minc - também foi guerrilheiro da turma da Dilma, aliás, ele participou do assalto do cofre do Adhemar de Barros.


RURALISTAS GOSTARAM DA DECISÃO DA MINISTRA
Para representantes do setor, Marina era um entrave para a produção de alimentos no país.


A saída da ministra Marina Silva foi comemorada ontem por ruralistas que a viam como entrave ao setor produtivo. Eles dizem que a política adotada por ela tinha viés ideológico e sem compromisso com a modernização do setor. Os ruralistas a responsabilizam por prejudicar o avanço de áreas de lavoura, o que, segundo eles, teria dificultado a produção de alimentos.

— Enquanto o mundo passa por dificuldades para produzir alimentos, o Brasil, mesmo com uma área imensa, trata a questão agrícola de forma radical e com viés ideológico ultrapassado — disse o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia.

A ação da ministra contra madeireiros ilegais também incomodava os ruralistas. — Ela tinha dificuldade de diferenciar quem era madeireiro ilegal e produtor rural. Ela não poderia prender produtores rurais por problemas ambientais, não poderia ter tratamento repressivo. Tinha que ter diálogo e zoneamento para (os agricultores) saberem onde pode e onde não pode — disse Nabhan.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva, não poupou Marina: — A ministra conduzia a pasta com muita ideologia, e a modernização do setor agrícola não condizia com tantos embargos provocados pelo ministério do Meio Ambiente. O Globo


EXPORTAÇÃO A CONTA-GOTAS
Por Alexandre Garcia: "Estamos péssimos, se comparados a outros países. Aqui, os poucos trens que circulam nas poucas linhas vão devagar, e alguns só andam quando o MST permite como agora". Enquanto o mundo transporta cargas e passageiros por trem, o Brasil exporta a sua riqueza a conta-gotas, de caminhãozinho a encher estradas mal asfaltadas. O Brasil só vai licitar neste ano o seu primeiro trem-bala. A Argentina já comprou o dela para fazer 700 quilômetros entre Buenos Aires, Rosário e Córdoba. A Espanha tem uma dúzia de trens de alta velocidade. A China que se prepara para o futuro já tem 300 trens que andam a mais de 200km/h e compra trens-bala por atacado. Portugal tem muito mais trilho e trem que o Brasil proporcionalmente. Aqui, os poucos trens que circulam nas poucas linhas vão devagar, e alguns só andam quando o MST permite como agora.


GARIMPEIROS VOLTAM A INTERDITAR FERROVIA DA VALE
Manifestantes, que apoiaram MST na última invasão da via, mês passado, querem indenização do governo - Ronaldo Brasiliense – O Globo

Cerca de 400 garimpeiros ligados ao Movimento dos Trabalhadores da Mineração (MTM) voltaram a interditar, ontem à tarde, a Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, sudeste do Pará. A paralisação da ferrovia, por onde a mineradora Vale escoa minério de ferro - causa um prejuízo de US$20 milhões por dia à empresa.

O mesmo grupo deu apoio ao MST na última paralisação da via férrea, no dia 17 de abril. Para burlar ordem judicial que impede atos dos sem-terra contra a Vale, os manifestantes vestiram na ocasião camisas amarelas, cor do MTM.

Ontem, de acordo com a PM do Pará, os manifestantes atearam fogo em pneus e jogaram entulhos nos trilhos da ferrovia. Segundo o garimpeiro Eurival Martins, conhecido como Totô, os trabalhadores estão insatisfeitos com as negociações junto ao governo federal. Martins diz que o governo não cumpriu a agenda de reuniões marcada em 17 de abril, quando os garimpeiros interditaram a ferrovia pela última vez. - Tivemos uma reunião ontem (anteontem) e nenhum representante do governo federal compareceu. Não queremos ficar aqui sem negociação nenhuma - disse Eurival.

Os garimpeiros pedem que a Caixa Econômica Federal efetue o pagamento de compensações referentes às perdas que milhares de garimpeiros tiveram com a venda do ouro do garimpo de Serra Pelada, na década de 80 do século passado.


VALE: "SOLUÇÃO DEPENDE DAS AUTORIDADES"
Até as 19h de ontem, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), não havia se pronunciado sobre a interdição da ferrovia. Em Parauapebas, cerca de 25 policiais militares estão de prontidão à espera de ordens do secretário de Segurança Pública do Pará, delegado Geraldo Araújo, ao comando geral da Polícia Militar em Belém.

Em nota oficial, a Vale afirma que está "involuntariamente envolvida, há mais de um ano, numa disputa que não lhe diz respeito, leva medo a seus empregados e à população local e interfere nas suas atividades". E completa: "A resolução dessa situação depende unicamente do empenho das autoridades". A mineradora acusou os invasores de fazer dois de seus funcionários reféns, após interceptar um carro da empresa. "Os dois foram obrigados a deixar o veículo e levados para o acampamento montado pelo MST a cerca de 70 metros da ferrovia desde o início de abril".

Esta foi a 11ª ocupação de instalações da mineradora desde março do ano passado, e a segunda desde que a 41ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio proibiu o MST e seu coordenador nacional, João Pedro Stédile, de "incitar e promover a prática de atos violentos" contra a Vale ou interromper as atividades da mineradora no país, sob pena de multa de R$5 mil.

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