Em minha última coluna, informei que a mulher de Olivério Medina, o representante das Farc no Brasil, foi contratada pelo governo Lula. Isso aconteceu em dezembro de 2006, quando o marido dela ainda estava preso em Brasília, à espera do julgamento no STF. Uma reportagem do jornal Gazeta do Povo mostrou que a mulher de Olivério Medina foi cedida pelo governo do Paraná a pedido de Dilma Rousseff. Epa, epa, epa! Pode repetir? Posso sim. Com prazer. De acordo com um documento reproduzido pela Gazeta do Povo, e que pode ser acessado aqui, Dilma Rousseff requisitou pessoalmente ao governador do Paraná a transferência da mulher do preso das Farc. Uma dúvida: a ministra da Casa Civil demonstra esse mesmo interesse por todos os servidores de terceiro escalão?
O deputado Rodrigo Maia pediu esclarecimentos sobre o caso. O senador Arthur Virgílio, por sua vez, encaminhou um requerimento ao Ministério da Pesca. Até agora, o governo Lula só emitiu uma nota sobre o assunto, prometendo me processar. É a escala de valores dessa gente: Olivério Medina - "el Pancho" - solto, e Diogo Mainardi - "o Pança" - condenado. Em sua nota, a assessoria de imprensa do Ministério da Pesca confirmou todos os dados relatados em minha coluna. Negou apenas que pudesse haver um elo entre o governo e as Farc. Eu ficaria muito surpreso se alguém admitisse o contrário.
O Brasil tem 50.000 assassinatos por ano. Isso é o que importa quando se trata das Farc. Ignore a retórica esquerdista. Ignore a mística guerrilheira. Concentre-se no essencial. E o essencial é o tráfico de drogas. O Brasil é um grande mercado consumidor das drogas produzidas nos territórios dominados pelas Farc. O Brasil é também um grande entreposto para o seu comércio internacional. O lulismo tenta passar a idéia de que as Farc dizem respeito apenas à Colômbia.
E, marginalmente, à Venezuela e ao Equador. Mentira. O Brasil entra na guerra com sua monumental cota de assassinatos relacionados com o consumo e com o tráfico de drogas, e com todos os crimes que podem ser associados a eles: assaltos, contrabando de armas, jogo ilegal, lavagem de dinheiro. Cada um de nós, indiretamente, já foi assaltado pelas Farc. Cada um de nós conhece alguém que foi assassinado pelas Farc.
Minha pergunta é a seguinte: um governo que contrata a mulher de um membro das Farc, com a ajuda direta da ministra da Casa Civil, em documento assinado por ela, demonstra estar solidamente empenhado no combate ao tráfico de drogas? Aguardo a resposta. O crime organizado contamina a política. Há uma série de sinais nesse sentido, do caso do ex-secretário de segurança do Rio de Janeiro, que acaba de ser preso, aos atentados do PCC na última campanha presidencial, que afundaram a candidatura de Geraldo Alckmin; dos inquéritos sobre os perueiros, na campanha à prefeitura paulistana, ao pedido de propina de Waldomiro Diniz ao dono de um bingo.
O governo Lula considera perfeitamente legítimo contratar, para um cargo de confiança, a mulher de um criminoso internacional preso por pertencer a um grupo que pratica o terrorismo e o tráfico de drogas. Eu respondo lembrando os 50.000 assassinatos por ano. Sabe como é: na guerra entre os traficantes de drogas e a lei, os mortos escolheram o lado errado.
Ex-diretora da Anac abre o jogo e revela pressão de Dilma para facilitar venda da Varig a fundos estrangeiros
Em entrevista explosiva ao jornal Estadão, a ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu resolveu trazer à tona informações que circulavam apenas no submundo dos negócios, relacionadas à falência da Varig, entre 2006 e 2007. Segunda ela, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e sua secretária-executiva, Erenice Guerra, pressionaram a Anac para aprovar a venda da empresa de cargas da Varig, a VarigLog, para o fundo de investimentos americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros – representados pelo advogado Roberto Teixeira – amigo pessoal do presidente Lula.
Como a lei brasileira proíbe que capital estrangeiro tenha mais de 20% de participação em companhias aéreas, Denise pediu documentos comprovando a origem do dinheiro e a declaração de renda dos sócios brasileiros. Foi impedida por Dilma. "A ministra não queria que eu exigisse os documentos. Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita e falou que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda porque era muito comum as pessoas sonegarem no Brasil", revela a ex-diretora da Anac. "A partir daí percebemos que havia algo estranho acontecendo com relação ao caso Varig", conta Denise. Leia a entrevista na íntegra aqui - Diego Casagrande.
AEROPORTOS À MÍNGUA
Nos últimos 10 anos, o governo federal deixou de repassar R$ 600 milhões aos aeroportos estaduais e municipais, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A retenção desses recursos, que resultam da cobrança de tributo específico, se faz em detrimento da segurança dos usuários e do desenvolvimento da indústria do transporte aéreo.
Segundo reportagem do jornal Valor de 26/5, a União preferiu aplicar os recursos no enxugamento do déficit das contas públicas. No governo Fernando Henrique Cardoso, o contingenciamento alcançou 51,2% das verbas do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa). A situação piorou muito no governo Luiz Inácio Lula da Silva, que nos últimos cinco anos reteve 78,5% dos recursos. Leia matéria aqui - O Estado de São Paulo
CÂMARA DECIDE HOJE SOBRE RECRIAÇÃO DA CPMF
A Câmara chega ao dia da votação da recriação da CPMF dividida. O plenário começa a debater hoje a Contribuição Social para a Saúde (CSS) e os números mais otimistas dos líderes da base aliada - articuladores do novo tributo - dão conta de que 282 deputados anunciam voto favorável. Consideram a margem ainda pequena (são necessários 257 votos), mas uma tendência de virada dentro da Frente Parlamentar da Saúde pode mudar o quadro político durante o dia de hoje.
CÂMARA APROVA CRÉDITO EXTRA DE R$ 1,8 BILHÃO PARA O LULA
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira mais uma medida provisória do governo Lula que abre crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhões para diversos órgãos do Poder Executivo. A oposição desistiu da obstrução que vinha mantendo, e conseguiu adiar a votação da proposta que cria a CSS (Contribuição Social para a Saúde) para hoje.
A Constituição Federal diz que MPs só deveriam ser editadas em casos de comprovada "urgência" e "relevância", e para despesas "imprevisíveis" – como nos casos de guerra, comoção social e calamidade pública. Por isso, em maio o STF anulou uma medida provisória editada em dezembro de 2007 por Lula abrindo créditos extraordinários de R$ 5,4 bilhões para a Justiça Eleitoral e diversos órgãos do Poder Executivo. Site Diego Casagrande
MINISTRO DE LULA DIZ QUE VAI AUMENTAR BOLSA FAMÍLIA
Num instante em que o governo alega deficiências de caixa para injetar verbas na Saúde, Patrus Ananias, o ministro do Bolsa Família, informa o seguinte:
O governo estuda reajustar os valores repassados à clientela do Bolsa Família –cerca de 11 milhões de famílias. Ou mais de 40 milhões de pessoas. Patrus falou de Roma, onde se encontra. Ele integra a comitiva que acompanha Lula na conferência da FAO, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação. Nas palavras do ministro, o valor dos benefícios do programa foi “corroído em 5% a 6%." Por isso, encaminhará a Lula, ainda nesta semana, estudo propondo o reajuste. Hoje, o Bolsa Família repassa benefícios que variam de R$ 18 a R$ 172. Valores fixados em 2006. E que, desde então, não foram reajustados. Por Josias de Souza
PREPARE O BOLSO PARA BANCAR MUDANÇAS NA TARIFA SOCIAL
As mudanças incluídas na Tarifa Social de Energia Elétrica, para beneficiar usuários de baixa renda e agricultores, devem causar impacto na conta de luz de todos os brasileiros, se forem aprovadas pelo Senado Federal. Segundo estimativas da Aneel, o aumento nas tarifas pode chegar a 4,25% no Nordeste, 3,9% no Norte, 2,93% no Centro-Oeste, 2,35% no Sul e 1,98% no Sudeste. As medidas ampliariam os atuais 18 milhões de residências beneficiadas com a tarifa social para 25 milhões de unidades em todo o país. O projeto de lei, que determina as mudanças na tarifa social, tramita desde 1999 no Congresso Nacional e foi aprovado no final do ano passado na Câmara dos Deputados, com duas emendas. Leia matéria completa aqui - Agência Brasil / Via IG
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