Colômbia questiona Conselho de Defesa

Após adesão, ministro colombiano diz nos EUA que desconhece finalidade de projeto José Ramos, assessor do ministro Nelson Jobim (Defesa), afirma que, ao longo do tempo, "todas as dúvidas" serão esclarecidas.

O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, questionou ontem a utilidade do Conselho Sul-Americano de Defesa. Em palestra num think-tank (centro de estudos) ligado ao Partido Democrata em Washington, Santos ironizou o projeto militar e explicou que seu governo impôs condições à adesão, formalizada há apenas cinco dias.

"Para quê é isso, ainda não sei", disse Santos, a um público de autoridades e acadêmicos reunidos no Centro de Estudos para o Progresso Norte-Americano. A Colômbia aderiu à iniciativa promovida pelo ministro brasileiro Nelson Jobim (Defesa) numa reunião entre os presidentes Lula e Álvaro Uribe, no último dia 19 em Bogotá.

As declarações de Santos foram recebidas com cautela no Ministério. "Todas as dúvidas que houver serão esclarecidas ao longo das conversas", afirmou à Folha José Ramos, assessor de Jobim. As condições apresentadas, segundo Santos, foram que decisões "devem ser obtidas por consenso" e "reconhecidas apenas as forças institucionais autorizadas pela Constituição" dos países signatários.

O governo colombiano quer que, na declaração de princípios ou no estatuto do novo órgão, conste uma "rejeição total a grupos violentos, seja qual for a sua origem", em referência às guerrilhas de seu país, o único das Américas que tem um conflito armado interno.

O ministro colombiano também apontou como requisito que não existam restrições para os membros do conselho buscarem "alianças" militares com terceiros países, como os EUA. O assessor de Jobim confirmou tais condições, mas disse que "em nenhum momento" se impuseram restrições a alianças. O conselho deve servir ao intercâmbio militar, à ação conjunta em missões de paz e humanitárias e à integração das bases industriais de Defesa. Por Cláudio Dantas Sequeira - Folha de São Paulo - Com agências internacionais




UNASUL – UM DEVANEIO GEOPOLÍTICO?

"No último final de semana o presidente Lula foi a Colômbia participar das comemorações da independência do país vizinho. Na ocasião tomou monumental banho de povo, vestiu-se de índio, assistiu ao show de Shakira e trouxe aparente ganho político com a decisão do presidente Álvaro Uribe de aderir ao Conselho Sul-Americano de Defesa.

A propósito, o que seria tal Conselho? Um devaneio geopolítico? Uma Otan morena? Legítima sucessora da inoperante Organização dos Estados Americanos (OEA)? Certamente, uma farta salada de tudo isso e nenhuma finalidade prática que justifique a sua existência já que o Conselho, como muito bem frisou o governo brasileiro, não enseja em "aliança militar no sentido clássico" nem tem caráter operacional.

(...) O Conselho vai nascer morto caso desconsidere as Farc como alvo principal e não terá motivação para tratar de outros pontos fundamentais da integração como o combate ao narcotráfico, a defesa da Amazônia e a garantia dos recursos energéticos da America do Sul. O governo brasileiro imagina que ao arregimentar o Conselho automaticamente irá mexer no tabuleiro do poder mundial, quando faltará credibilidade à iniciativa. Ninguém vai levar a sério uma instituição tolerante com a narcoguerrilha e que ainda conta com a presença de gente desqualificada como Hugo Chávez e Evo Morales." – Do Blog do Noblat

O trecho acima é do artigo semanal de Demóstenes Torres, procurador de Justiça e senador pelo DEM de Goiás. Leia aqui (para assinantes)




CIRCUITO
Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula, começa hoje périplo pela América do Sul. Visita Quito (Equador) e Bogotá (Colômbia) para encontros políticos; discute a cooperação da CEF (Caixa Econômica Federal) para projetos habitacionais do governo Hugo Chávez em Caracas (Venezuela); e encontra dirigentes do governo paraguaio em Assunção (Paraguai) para falar sobre Itaipu. Termina a viagem em Buenos Aires, no dia 4 de agosto, para acompanhar visita oficial de Lula à Argentina. Por Mônica Bergamo – FSP




ORTEGA RECEBEU CHEFE DAS FARC EM NICARAGUA

Seis pessoais, cujas identidades não foram divulgadas, chegaram a Manágua em um vôo privado procedente da Venezuela, na sexta-feira passada, em aeronave que pertence à petroleira estatal venezuelana PDVSA, para celebrar o aniversário da Revolução Popular Sandinista.

Segundo o jornal La Prensa, da Nicarágua, os rebeldes foram recebidos pelo presidente nicaragüense, Daniel Ortega, que aceitou o convite para servir de interlocutor a “sus irmanos” das FARC na discussão de "assuntos de paz e guerra". Segundo o jornal, um dos integrantes das FARC que viajaria à Nicarágua seria o chefe dessa organização, 'Alfonso Cano'. .A reunião pode ter acontecido na sexta-feira, e o Hugo Chávez chegou à Nicarágua no sábado.

A central colombiana de inteligência solicitou ontem à Interpol na América Latina e no Caribe, informações sobre a suposta viagem dos terroristas à Nicarágua. Em uma "mensagem urgente" às oficinas regionais da Interpol em Buenos Aires e San Salvador, o Departamento Administrativo de Segurança da Colômbia (DAS) afirmou que "se requer conhecer a veracidade" das informações difundidas sobre a presencia de guerrilheiros das FARC em Manágua. Fonte El País




FAZ SENTIDO! SUSPEITO DE ASSASSINATO DIZ SER PSIQUIATRA DE CHÁVEZ
O septuagenário Edmundo Chirinos é suspeito de ter assassinado a estudante de Comunicação Social da Universidad Católica Roxana Vargas, de 19 anos. Ele se diz psiquiatra do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e de outros dois ex-presidentes. O corpo de Roxana foi localizado em 14 de julho em um parque de Caracas. Chirinos, ex-reitor da Universidad Central da Venezuela e ex-candidato presidencial, negou qualquer vínculo com o homicídio. Embora tenha admitido que a jovem era sua paciente, ressaltou que não tem "a menor idéia" de por que foi relacionado ao assunto. Chirinos deverá comparecer na sexta-feira ao Ministério Público da Venezuela para interrogatório. EFE – Via Zero Hora




EQUADOR VOTA HOJE SUPERPODERES PARA CORREA
Proposta de nova Constituição passará pela Assembléia e depois vai a referendo. Medidas são comparadas às de Chávez.

A Assembléia Constituinte do Equador, dominada pela situação, vota hoje proposta de uma nova Constituição de cunho socialista que dará superpoderes ao presidente Rafael Correa caso venha a ser ratificada por um referendo, previsto para 28 de setembro. Entre os 444 artigos que compõem a nova Carta Magna, estão a possibilidade de reeleição imediata e a atribuição de mais força ao Executivo, em detrimento dos outros poderes — Legislativo e Judiciário — que compõem o regime democrático no país. Correa também poderia expropriar bens, teria mais controle em setores-chave da economia, como energia e telecomunica$ções, e terminaria com a autonomia do Banco Central.

Segundo a oposição, a nova Constituição iniciaria uma fase de "hiperpresidencialismo", em que o esquerdista poderia neutralizar a influência de partidos políticos e grupos econômicos. O Globo

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