Fingir de morto pode render bons dividendos. Que o diga o coronel Hugo Chávez, o ditador bolivariano da Venezuela. Enquanto fingia de morto, após a derrota no plebiscito, promoveu uma onda de estatização de empresas poucas vezes vista na América Latina. E agora, a nacionalização chega ao cimento. Onde irá parar? Por Roberto Fendt - Diário do Comércio – Leia mais aqui
FALTA DE DEMOCRACIA
Amorim dispensa o detalhe
O chanceler Celso Amorim quer a Venezuela no Mercosul até o final de 2008, ignorando a exigência para qualquer país integrar o bloco: ser uma democracia. Até hoje o golpista Hugo Chávez não divulgou os resultados oficias do referendo que perdeu em 2 de dezembro do ano passado. Cláudio Humberto
CHÁVEZ SAQUEIA SUPERMERCADO
Chávez apreende arroz e o vende mais barato
Sob a alegação de que o preço do arroz estava acima da tabela, funcionários do governo venezuelano entraram num dos maiores supermercados de Caracas e apreenderam cerca de 1,6 tonelada do produto para em seguida vendê-lo na rua, diante do próprio estabelecimento. A ação, criticada por setores empresariais, foi baseada na legislação recém-promulgada pelo presidente Hugo Chávez que aumenta o poder do Poder Executivo para intervir na cadeia alimentar.
Ocorrida anteontem à tarde, a operação foi encabeçada por Eduardo Samán, presidente do Instituto para a Defesa das Pessoas no Acesso aos Bens e Serviços (Indepabis), a versão local do Procon. Os sacos de arroz foram colocados em vários carrinhos do próprio supermercado e levados para fora do supermercado Excelsior, localizado em Santa Eduvigis, região de classe média alta de Caracas.
Ali mesmo, o quilo do arroz foi vendido ao preço tabelado de 2,3 bolívares fortes (R$ 1,7, no câmbio oficial). Dentro do estabelecimento, valia 4 bolívares fortes (R$ 3).
Realizada dentro de um reduto antichavista, a operação não contou com a simpatia de todos. Segundo relatos da imprensa local, uma mulher chegou a romper um saco de arroz e esvaziou o conteúdo no corpo de Samán, que não reagiu.
De acordo com o governo, o dinheiro arrecadado foi depositado num fundo destinado aos conselhos comunitários, organizações locais criadas pelo governo Chávez para assumir diversas funções públicas, como limpeza de ruas e manutenção da iluminação pública.
José Vicente Urdaneta, porta-voz do supermercado, disse que o estabelecimento não descumpriu o congelamento de preços já que a variedade apreendida (tipo premium) está fora da tabela. O Indepabis afirmou que o arroz apreendido não cumpria os requisitos da categoria premium e deveria ser vendido no preço tabelado.
Samán disse que a ação se baseou na Lei de Defesa das Pessoas para o Acesso aos Bens e Serviços, promulgada no início do mês, segundo a qual o governo pode "tomar posse dos bens quando se presume com fundamento que tenha havido conduta ou omissão contrária ao previsto no presente decreto".
Entidades empresariais reagiram duramente à operação. O presidente da Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos, Pablo Baraybar, disse que a nova legislação fere o direito à propriedade privada. Por Fabiano Maisonnave – Folha de São Paulo
EXPROPRIAÇÃO DE CIMENTEIRA MEXICANA TEM HINO E FESTA
Com bandeiras, militantes vestidos de vermelho e soldados da Guarda Nacional, o governo venezuelano expropriou na madrugada de ontem as instalações da multinacional cimenteira mexicana Cemex, após o fim do prazo de 60 dias fixado pelo presidente Hugo Chávez para que os dois lados chegassem a um acordo sobre o preço da reestatização.
A emissora estatal VTV transmitiu ao vivo a ocupação da maior fábrica da Cemex, no Estado de Anzoátegui (a leste de Caracas). Comandados pelo ministro Rafael Ramírez (Energia e Petróleo), centenas de militantes chavistas fizeram contagem regressiva até a meia-noite e em seguida entoaram o hino venezuelano.
"O cimento que vamos produzir não é para fazer milionários uns senhores que estão bem longe, mas para dispor desse cimento para as nossas casas", discursou Ramírez. Assinante da Folha lê mais aqui -
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