Lula "o timoneiro" e a Nau Marolinha!

FT: TESE DE DESCOLAMENTO DO BRASIL SE MOSTRA INCORRETA

A visão de descolamento do mercado de capitais brasileiro do restante do mundo está se mostrando incorreta, conforme reportagem de hoje do Financial Times. Para o jornal britânico, a tese foi arrasada nos últimos meses, tendo em vista o comportamento da bolsa e do câmbio.

A publicação lembra que o dólar estava em R$ 1,56 em maio e chegou a bater a máxima de R$ 2,50 durante o dia na última quinzena. O Ibovespa caiu abaixo dos 30 mil pontos pela primeira vez em três anos, perda de mais de 60% em relação ao pico de 73 mil pontos obtido em maio.

Ontem, o mercado brasileiro disparou com o restante do mundo, na expectativa de corte de juros nos EUA. "É uma montanha-russa", afirmou ao FT Dany Rappaport, da gestora Investport. "O movimento é todo baseado no que vem de fora mais alguns fatores locais, como a queda do preço das commodities." – Por Daniela Milanese – Leia mais aqui no AE


Apesar de a Câmara ter aprovado ontem a medida provisória 442, que autoriza o BC a socorrer bancos, tudo o mais continua firme caindo: FGV:
índice de confiança da indústria cai 11,7% no mês; a Perdigão tem prejuízo de R$ 25,4 milhões no 3º trimestre; caiu o consumo em geral, inclusive em churrascarias e restaurantes, e até as Casas Bahia suspenderam compras de fornecedores para não elevar preços.

Imagem: Via blog do Guto
Cassiano – Dica do Josias do Souza da Folha






PETRÓLEO CAI, GASOLINA NÃO

Barril do petróleo foi comercializado ontem por US$ 62,73 por causa da expectativa de retração do consumo. No Brasil impacto no preço não é imediato – Jornal do Commércio

O preço do barril do petróleo continua caindo. Ontem, ele foi comercializado a US$ 62,73. Esse valor registrou uma baixa de 0,77% em relação às vendas feitas no dia anterior. O que está provocando a queda no preço é o temor de que a recessão – que já está ocorrendo em alguns países – diminua o consumo dessa matéria-prima, usada para fazer gasolina, diesel, querosene de aviação, entre outros produtos. No Brasil, o preço da gasolina continua o mesmo.

Na maioria dos países, o preço da gasolina baixa quando o petróleo está em queda, mas isso não acontece aqui. “A flutuação no preço dos combustíveis no País ocorre de acordo com o interesse do governo federal”, comentou o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, acrescentando que a política de preços da Petrobras não tem relação com o cenário internacional.

O especialista afirma que a Petrobras vai tentar segurar o atual preço da gasolina para recuperar o que perdeu quando o preço do petróleo estava em alta, o que vinha ocorrendo desde o final do ano passado. Em julho, o preço do barril do petróleo chegou ao recorde de US$ 147. Pires afirmou também que se o preço do petróleo continuar nesse patamar pode ser que em 2009 ocorra uma redução no preço da gasolina e do diesel. “Porque vamos estar na véspera de uma eleição presidencial”, que ocorrerá em 2010.

Na opinião dele, o preço da gasolina e do diesel não refletem o preço do cenário internacional porque aumentos desse tipo podem diminuir a popularidade do governo. Já o óleo combustível, o querosene de aviação e a nafta petroquímica têm os seus preços reajustados, dependendo de como está o preço do barril do petróleo no cenário internacional.

O petróleo é uma commodity, mercadoria que tem o seu valor estabelecido numa Bolsa de Valores, dependendo de vários fatores, incluindo a procura pelo produto e o consumo. Geralmente, os preços das commodities apresentam oscilações e aumentam quando a economia está aquecida. O Brasil exporta petróleo e gasolina e importa uma parte do diesel que consome.

A gerência de imprensa da Petrobras divulgou uma nota dizendo que a “política de preços da gasolina, do diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP, que é gás de botijão doméstico) não transfere a alta volatilidade dos preços internacionais para o mercado interno no curto prazo. A companhia promove reajustes de preços, para cima ou para baixo, quando se consolida um novo patamar internacional de preços de petróleo.”

Além de contribuir para a popularidade do governo, o não-reajuste do diesel e da gasolina também ajudam a controlar a inflação, uma vez que o aumento desses combustíveis repercutem em toda a cadeia produtiva. Em maio, o governo federal reduziu o percentual de arrecadação da Cide (imposto dos combustíveis) para minimizar as perdas da Petrobras com a alta do petróleo. O último aumento do preço da gasolina ocorreu em 2006.





HORA DA VERDADE - Opinião do O Globo

Grandes produtores de petróleo inimigos dos EUA, como a Venezuela de Chávez, chegaram a pensar que, com a crise, "o império" caminhava para o fim. Mas logo descobriram que a conseqüente perda de dinamismo da economia mundial deprime os preços do petróleo, que despencaram de US$147 o barril, em julho, para US$ 63 ontem.

Para um líder que jogou tudo nas cotações ascendentes, chegou a hora da verdade. Não dá mais para manter os programas populistas de assistência social - com os quais mantém seu apoio interno -, e ao mesmo tempo usar petrodólares para financiar o sonho de chefiar um bloco antiamericano na América do Sul. A Venezuela já vinha sofrendo com desabastecimento, inflação de 36% ao ano e fuga de investidores. Recentemente, Chávez declarou que, para manter seus planos, o barril de petróleo deveria se manter em US$80. Ele já está bem abaixo disso.

Segundo a revista inglesa "The Economist", cada queda de US$10 da cotação representa menos US$5 bilhões na receita do governo de Caracas (1,4% do PIB). A situação é cada vez mais desconfortável para quem, como Chávez, vai enfrentar o teste das urnas, em eleições para governadores, prefeitos e vereadores no dia 23 de novembro.

O petróleo responde por cerca de 90% das exportações venezuelanas (em grande parte para os EUA) e por mais da metade da receita do governo. Até recentemente, a trajetória ascendente dos preços permitiu ao déspota financiar seus delírios, o que elevou os gastos do governo de 22% do PIB, em 2001, para 32%. Com a mudança do cenário, a Venezuela se torna uma vítima sui generis da crise internacional. Os parceiros a quem poderia pedir ajuda - Rússia, Irã - estão na mesma situação. Com o isolamento do regime, é difícil que Caracas venha a obter apoio de instituições como o FMI ou o Banco Mundial. A realidade deverá impor uma dieta aos planos de Chávez.

Por exemplo, torna-se definitivamente sem sentido a criação do Banco do Sul, que usaria reservas dos países membros para promover o desenvolvimento da região. Todos os países depositam hoje em suas reservas - maiores ou menores - a esperança de serem poupados do tufão que atinge o sistema financeiro internacional.





RAÚL CASTRO DEVE VIR AO BRASIL PARA CÚPULA

O Lula da Silva convidará o dirigente cubano Raúl Castro para vir ao Brasil na última quinzena do ano, para participar da Cúpula América Latina-Caribe sobre Integração e Desenvolvimento, prevista para ocorrer nos dias 16 e 17 de dezembro, em Salvador (BA). Será a primeira viagem do general cubano ao exterior desde que assumiu oficialmente a Presidência de Cuba em fevereiro, substituindo o irmão Fidel.

O convite, anunciado ontem pelo Planalto, será formalizado na visita de Lula a Havana amanhã. Os dois presidentes terão uma reunião de trabalho para acertar detalhes da cooperação bilateral.

Na agenda do presidente brasileiro também está prevista a assinatura de um convênio de prospecção de petróleo entre a Petrobras e a Cupet (a estatal cubana) e a inauguração do escritório da Apex (Agência de Promoção de Exportações), que organiza comitiva de 24 empresas -das áreas de alimentos e bens de capital- para participação na 26ª Feira Internacional de Havana, de 3 a 8 de novembro.

Apoio
Na última visita que fez a Havana, o Lula anunciou nova linha de financiamento do BNDES de US$ 150 milhões, para a compra de alimentos. Estuda-se agora ampliar esse limite para US$ 600 milhões, incluindo serviços e compra de maquinário. Cláudio Dantas Sequeira/Flavia Marreiro – Folha de São Paulo

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