Vitória de Kassab fortalece Serra; Marta encolhe

DEMOCRATA É O PRIMEIRO PREFEITO DA HISTÓRIA DE SÃO PAULO A SE REELEGER NAS URNAS



COM 60,72% dos votos válidos, o democrata Gilberto Kassab, 48, tornou-se ontem o primeiro prefeito de São Paulo a se reeleger nas urnas. Ele é o 17º prefeito eleito por voto direto na história da cidade e o 50º a ocupar o cargo no período republicano.

Essa foi a primeira eleição majoritária da qual Kassab -que teve o maior percentual de votos válidos do segundo turno- participou. Ele assumiu a prefeitura em 2006, após a saída de José Serra (PSDB) para concorrer ao posto de governador do Estado.

Kassab teve 3.790.558 votos, superando a votação de Serra em 2004 em cerca de 460 mil votos. O sucesso do democrata é também uma vitória política de Serra. Já Marta Suplicy (PT), que terminou com 39,28% dos votos válidos, perdeu cerca de 287 mil votos na comparação com seu próprio resultado em 2004, quando também foi derrotada.

O PMDB foi o grande vencedor do segundo turno, com sucesso em quatro capitais, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e Rio -onde Fernando Gabeira (PV) foi vencido por Eduardo Paes por pouco mais de 50 mil votos. O PT não venceu em capitais, mas conquistou importantes cidades paulistas, como São Bernardo, Guarulhos e Mauá. Em BH, a chapa apoiada petistas e tucanos foi a vencedora. Nas 30 cidades com segundo turno, 27 milhões de eleitores foram às urnas. A taxa média de abstenções ficou em 17%. Folha de São Paulo






PT PERDE REDUTOS E ENCOLHE ATÉ NA PERIFERIA

Tradicionais redutos petistas, como Sapopemba e São Miguel Paulista, na zona leste, deram a vitória ao candidato do DEM. Com uma plataforma de campanha voltada para investimentos sociais, principalmente nas áreas de saúde e reurbanização de favelas, Kassab conseguiu reduzir o "cinturão vermelho" que, em 2004, deu a maioria dos votos ao PT nas zonas leste, sul e noroeste. Na eleição passada, a chapa encabeçada por Serra - e que tinha Kassab como candidato a vice - foi escolhida por 3,33 milhões de eleitores, ou 54,9% dos votos válidos. Ontem, o prefeito obteve o apoio de 60,7%.


VILA FORMOSA VOTOU EM KASSAB
Outro local alvo de polêmica foi a Vila Formosa, onde a prefeitura constrói um CEU (Centro Educacional Unificado). A campanha de Marta acusou o prefeito de ter atrasado a obra e colocou em dúvida a promessa de inaugurá-la até fevereiro, antes do início do ano letivo. Nessa região, Kassab venceu com mais de 75% dos votos válidos. Leia mais aqui, no Estadão





LULA TENTA MINIMIZAR DERROTA
E afirma ter saído ileso da eleição

Presidente diz que é preciso separar as coisas e que eleição municipal não tem influência automática na sucessão em 2010. "Quando um cidadão vota para presidente, vota para presidente; quando vota para prefeito, vota para prefeito; não tem ligação" – Assinante da Folha lê mais
aqui



“EL PAIS”: LULA SAI DERROTADO DO SEGUNDO TURNO

As eleições municipais no Brasil supõem uma derrota para Lula da Silva que, apesar da popularidade, não conseguiu a vitória dos adversários de seus candidatos em algumas cidades. A análise é do jornal El País. O PT de Lula só conseguiu conquistar oito dos 30 municípios que disputavam o segundo turno.

De acordo com o jornal, de todas as derrotas a mais difícil de assimilar é a de São Paulo, onde o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM), bateu a adversária Marta Suplicy (PT) com 60,72%. A petista era uma aposta de Lula.

“Além disso, Marta era considerada uma das possíveis candidatas das forças governistas para suceder Lula, que não poderá candidatar-se em 2010, depois de ter sido reeleito em 2006", afirma o jornal.

Mas as perdas também foram sentidas em Salvador, com a derrota de Walter Pinheiro (PT) para João Henrique (PMDB), e em Porto Alegre, antigo reduto petista, onde Maria do Rosário (PT) perdeu para José Fogaça (PMDB). Ainda segundo o jornal, os resultados positivos aparecem no Rio de Janeiro, onde Eduardo Paes (PMDB), apoiado pelo presidente, conseguiu vencer o adversário Fernando Gabeira (PV). Redação Terra




MARTA TEM TUDO PARA DESAPARECER DO CENÁRIO POLÍTICO

Aliados de Marta pressionarão Lula a abrir vaga para ela na Esplanada. Preocupação é que ex-prefeita não suma da cena política até 2010, pois é forte opção para sucessão de Serra. Derrotada pela segunda vez consecutiva na eleição para a Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT) não voltará para o Ministério do Turismo, mas seu grupo político vai lutar para encaixá-la em outro cargo, já que ela não pode desaparecer da cena política até 2010. Motivo: ninguém no PT duvida de que Marta estará na lista dos que pretendem concorrer à sucessão do governador José Serra (PSDB), daqui a dois anos. Estadão




MARTA RECEBE VISITA DE PALLOCI
Na lista de visitas recebidas hoje por Marta Suplicy (PT) um nome chamou mais a atenção: o do ex-ministro Antonio Palocci. Amigo e conselheiro de Marta, ele não havia aparecido em nenhum evento público da petista durante a campanha.

Investigado pela suspeita de quebra ilegal de sigilo do caseiro Francenildo Costa, Palocci é nome forte do PT para a disputa do governo do Estado, em 2010, caso seja absolvido. Ele entrou e saiu da casa de Marta, nos Jardins, sem falar com a imprensa. Por Ranier Bragon - Blog da Campanha no Ar – da Folha




PSDB É O PARTIDO VITORIOSO NO INTERIOR E NO LITORAL DE SP
Tucanos vencem em 5 das 12 cidades com mais de 200 mil eleitores; o PT não venceu em nenhum município, embora tenha ficado em segundo lugar em 6

Embora tenha perdido a eleição em Bauru ontem, o PSDB do governador José Serra foi o grande vencedor das urnas nas grandes cidades do interior e litoral paulistas. Os tucanos conquistaram 5 das 12 prefeituras das cidades com mais de 200 mil eleitores no interior e litoral paulista: Franca, Sorocaba, Piracicaba, São José dos Campos e Jundiaí.

O PMDB elegeu três prefeitos: em Santos, Guarujá e Bauru. O PSB ganhou duas prefeituras: São José do Rio Preto e São Vicente. O DEM e o PDT venceram a eleição, respectivamente, em Ribeirão Preto e em Campinas. No interior do Estado, só Bauru e São José do Rio Preto tiveram segundo turno ontem. Em Bauru, o empresário tucano Caio Coube, 51, que teve o apoio de José Serra na campanha e havia vencido o primeiro turno, levou a virada. Ele obteve 45% dos votos válidos, perdendo para o peemedebista Rodrigo Agostinho, um ambientalista de 30 anos que foi secretário do Meio Ambiente e teve 54% dos votos.

Em São José do Rio Preto, os tucanos e o atual prefeito, Edinho Araújo (PPS), apoiaram o vencedor no segundo turno. O candidato do PSB, Valdomiro Lopes, teve 52% dos votos e venceu o petista João Paulo Rillo (48%) por uma pequena margem: 5.178 votos. Na última quinta-feira, Lopes recebeu o apoio in loco de Serra, enquanto seu adversário recebia a visita da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O PT de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande perdedor da disputa nas 12 grandes cidades do litoral e interior paulista. Não venceu em nenhuma, embora tenha ficado em segundo lugar em seis cidades. Além de São José do Rio Preto, ficou em segundo em Franca, Sorocaba, Santos, Piracicaba e São José dos Campos.

A maior derrota dos petistas, no entanto, ocorreu em Ribeirão Preto, cidade do ex-ministro da Fazenda e ex-prefeito petista por duas gestões Antonio Palocci Filho. O candidato petista Feres Sabino, que colou sua campanha à figura de Lula, só obteve 8% dos votos e ficou em terceiro lugar, atrás do prefeito tucano Welson Gasparini (32%) e da prefeita eleita, Dárcy Vera (52%), do DEM. Será a primeira vez que Ribeirão Preto será administrada por uma mulher.

Em percentual de votos, dois prefeitos tucanos foram os campeões nas 12 cidades: o mais votado foi Barjas Negri, reeleito em Piracicaba já no primeiro turno, com 88,3% dos votos. O segundo foi Vitor Lippi, reeleito em Sorocaba com 79% dos votos. O peemedebista Papa foi o terceiro com a votação mais folgada: foi eleito em Santos com 77%. A vitória mais apertada no primeiro turno também foi de um tucano: Miguel Haddad, de Jundiaí, que teve 50,7% dos votos válidos. Por Eliane Silva -
Folha UOL

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