Estados Unidos que se cuidem

“BIN LADEN QUER FALAR”

Por Rodrigo Craveiro Correio Braziliense - 03/11/2008

“O xeque Osama bin Laden vai dirigir suas palavras de sabedoria ao mundo muito em breve, vai tocar as mentes, entrar na consciência das pessoas e, para o benefício de todo o planeta, devemos escutá-lo cuidadosamente.”

Por telefone, o xeque sírio Omar Bakri Muhammad, líder extremista no Reino Unido acusado de manter fortes laços com a rede Al-Qaeda, fez o alerta e contou ao Correio que uma mensagem de Bin Laden é iminente. De acordo com o militante radical expulso de Londres, o inimigo número 1 dos Estados Unidos vai se dirigir ao povo norte-americano. “Ele vai falar sobre o próximo presidente, para que não adote a política externa de George W. Bush e advertirá o Islã a ser cuidadoso”, acrescenta. Omar Bakri também desqualifica as recentes ameaças de Obama ao líder da Al-Qaeda e revela certa simpatia pelo democrata.

Na última quinta-feira, Obama discursou em Sarasota, na Flórida, e renovou a promessa de matar Bin Laden. “Nós finalmente encerraremos a luta (contra os terroristas) e apagaremos a Al-Qaeda e Bin Laden, aqueles que mataram 3 mil norte-americanos em 11 de setembro”, declarou o candidato. Para o fundador do grupo radical Al-Muhajiroun (Os Imigrantes, em árabe) refugiado no Líbano, as palavras do democrata não passam de retórica de campanha, uma tentativa de descolar sua imagem da do atual presidente. “Bush agiu como um caubói americano, e caubóis não funcionam mais”, lembra. Ele explica que há muitos problemas ao redor do planeta, com o declínio da economia mundial sinalizado pela desvalorização das bolsas e pelo aumento do preço do petróleo. “Bush fez muitos inimigos pelo mundo. O melhor para o povo americano é manter laços de amizade com o islã”, recomenda Omar Bakri Muhammad.

Conhecido como “o clérigo do ódio”, ele considera que Obama tem muitos mais características de chefe de Estado do que John McCain. “Talvez Obama consiga tirar os Estados Unidos da armadilha”, prevê. “No geral, creio que ele é um candidato melhor para os mujahedines (guerrilheiros islâmicos).” Omar Bakri sustenta ainda que tudo vai depender das primeiras ações de Obama no poder, caso ele realmente seja eleito amanhã. “Se Obama não buscar uma solução política e não reduzir a presença das forças dos EUA no Iraque e no Afeganistão, ele se tornará mais hostil perante os mujahedines e o islã”, explica. Mas ele reconhece que Obama tem a vantagem de captar a simpatia do Terceiro Mundo. “No geral, os negros em países árabes, na Ásia e no Oriente Médio sofreram um longo período de opressão.”

O extremista contou que vários fóruns na internet conhecidos por disseminarem a ideologia mais radical do islã anunciam a mensagem de Bin Laden como certa. De acordo com analistas de inteligência dos Estados Unidos, Bin Laden teme ser considerado irrelevante ou impotente pelas autoridades ocidentais, caso não consiga divulgar sua mensagem. Nos últimos meses, o governo norte-americano tem se engajado numa ostensiva campanha para impedir o uso da rede de computadores pelos radicais islâmicos. Salas de discussão e sites têm sido alvos. Algumas autoridades vão concluir que Bin Laden está morto, caso ele não reapareça. Analistas de inteligência suspeitam que haja alguma confusão dos radicais islâmicos sobre sua liderança. A Casa Branca admite que os próximos dias serão um “período de maior alerta”.

ENFRAQUECIMENTO
Para o cingalês Rohan Kumar Gunaratna, autor de Inside Al-Qaeda: The Global Network of Terror (Por dentro da Al-Qaeda: a rede global de terror), é pouco provável que Bin Laden consiga fazer chegar sua mensagem ao mundo. “A Al-Qaeda está bastante enfraquecida e as linhas de comunicação entre a liderança e o restante da rede estão rompidas”, comenta. O analista também concorda que Obama pode ser um presidente melhor para as relações entre EUA e islã. “Ele pretende entrar nas mentes e nos corações do povo muçulmano. Somente ao fazer isso será capaz de chegar até Bin Laden”, aconselha. Gunaratna defende que Obama tente conquistar a confiança do islã com base na diplomacia e descarta uma ofensiva militar no Paquistão, onde acredita que Bin Laden esteja escondido, sob a proteção de líderes tribais, na fronteira com o Afeganistão. “Um ataque ao Paquistão seria impossível, pois até mesmo as tropas paquistanesas desconhecem a geografia do território. Seria suicídio.”

MEMÓRIA
Recado a Bush

A última “aparição” de Osama bin Laden ocorreu em 29 de outubro de 2004, a quatro dias do pleito que reelegeu George W. Bush. Em mensagem de vídeo divulgada pela rede de TV Al-Jazeera, o líder extremista admitiu pela primeira vez a responsabilidade pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e comparou o governo americano aos regimes corruptos do mundo árabe. Calmo, olhando diretamente para a câmera e aparentando boa saúde, o chefe da Al-Qaeda acusou Bush de incompetência e sugeriu que ele abandonou o povo em um momento de crise.

Osama bin Laden rebateu ainda a acusação constante do presidente — a de que os militantes da Al-Qaeda odeiam a liberdade. “Nós lutamos contra vocês porque nós somos livres e não aceitamos injustiças”, enfatizou. Em outro trecho, o terrorista diz que pensou em atacar os Estados Unidos pela primeira vez depois de ver a destruição de prédios no Líbano e depois da invasão israelense de 1982. O extremista também se dirigiu diretamente ao eleitorado norte-americano: “Sua segurança não está nas mãos de John Kerry (então candidato democrata) ou de Bush ou da Al-Qaeda. Sua segurança está em suas próprias mãos”. À época, a Casa Branca comprovou a veracidade da fita.

4 comentários:

Anônimo disse...

The peace of the world depends on the strength of America, and its weakness translates into the triumph of terrorism and victory of rogue nations. It is no wonder that Ahmadinejad, Hugo Chavez, the Castrists, the Hezbollah, the Hamas, the lawyers of the Guantanamo terrorists and virtually all sworn enemies of America are so thrilled by the prospect of their man in the White House. America is on the verge of destruction. There is no insanity greater than electing a pathological narcissist as president.

Anônimo disse...

A campanha milionária do democrata arrecadou 5 x mais que a campanha do republicano e, ainda assim a disputa mantém-se apertada não devendo ultrapassar uma estreita margem de 5 a 6% a favor de Obama, o grande beneficiário do providencial “terror econômico” que chegou para desempatar sua candidatura.

Se as evidências sobre as ligações perigosas de Obama e sobre sua inexperiência são resumidas a meras acusações reacionárias, dos que não aceitam um negro no poder, então nos resta aguardar o desfecho dessa história. Afinal, Obama é o change!


Para os que não se alinham ao entusiasmo do rebanho, resta-lhes apenas evocar Dupont: “A continuidade é um direito do homem e é esse direito que o distingue da besta”

Anônimo disse...

Esse Obama está a cada dia mais parecido com Lula, não sabe o que fala e quando fala diz asneiras.

Anônimo disse...

...E se o Dom Lulla da Silva, junto com todos os governos esquerdistas estão com Obama, jamais me alinharia com eles.

E vêm aí o Hugobama, Lulobama...
Salve-se quem puder!