Gilmar: 'terrorismo também é crime imprescritível'

Presidente do STF reage a Dilma, que dissera que tortura não prescreve, e critica "ideologização" dos direitos humanos. Por Flávio Freire, Ricardo Galhardo, Chico de Gois e Evandro Éboli O Globo


O presidente do STF, Gilmar Mendes, condenou a ideologização na discussão sobre a prescrição de crimes de tortura na ditadura. Ele comentou declaração da ministra Dilma Rousseff, ex-guerrilheira, de que a tortura é imprescritível: "A discussão tem dupla face. Porque o terrorismo também é imprescritível."

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, pediu ontem cautela na discussão sobre a prescrição dos crimes de tortura cometidos durante o regime militar. Ao responder sobre a recente declaração da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de que esse tipo de crime deveria ser imprescritível, o ministro afirmou que o tema dos direitos humanos se presta a ideologizações e politizações e, por isso, trata-se de uma questão "com dupla face".

- A imprescritibilidade é uma discussão com dupla face. O texto constitucional diz que o crime de terrorismo também é imprescritível - disse ele, ontem, durante seminário organizado pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, pela Fundação Getulio Vargas e pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso.

- É evidente que esse tema de direitos humanos se presta a ideologizações e politizações, e tenho uma posição muito clara em relação a isso. Eu repudio qualquer manipulação ou tentativa de tratar unilateralmente os casos de direitos humanos. Direitos humanos valem para todos: presos, ativistas políticos. Não é possível dar prioridade a determinadas pessoas que tenham determinada atuação política. Direitos humanos não podem ser ideologizados - disse.

Dilma deu a declaração ao ser perguntada sobre o fato de a Advocacia Geral da União (AGU) ter emitido parecer no qual considera perdoados pela Lei de Anistia os crimes de tortura cometidos entre 1964 e 1985, em ação civil movida pelo Ministério Público Federal contra os coronéis da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, ex-comandantes do DOI-Codi, principal centro de repressão política em São Paulo.

O presidente do STF também se manifestou sobre o documento da AGU:
- Não conheço todos os dados postos. Mas é claro que não é dado ao advogado-geral da União fazer escolhas quando imputam responsabilidade nas ações à própria União. Tem que fazer a defesa do ato, a não ser que seja evidente a responsabilidade da União ou a responsabilidade de quem é acusado.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o parecer da AGU é irrelevante, já que o STF terá que julgar antes uma ação ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Perguntado sobre a ameaça do secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, de deixar o governo caso a AGU não reveja o parecer, Jobim respondeu:

- O assunto é de competência da AGU. A revisão ou não do parecer é irrelevante. Relevante é a posição que terá que ser tomada pelo Poder Judiciário, e essa decisão não está no bojo desta ação (do MPF contra Ustra e Maciel), e sim da ação ajuizada pelo Conselho Federal da OAB.

Defensor da anistia a torturadores, Jobim, que chefia as Forças Armadas, ainda comentou:

- O que vai ser decidido pelo Supremo não é se alguém é a favor ou contra torturados ou torturadores. A questão é saber se o grande acordo político da transição na década de 70, que deu origem à anistia, deve ser revisto interpretativamente ou não.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, sinalizou que a AGU deverá rever o parecer que sustenta que a Lei de Anistia livrou de processos judiciais militares envolvidos em tortura durante a ditadura, como antecipou O GLOBO ontem. Tarso evitou dar detalhes sobre o assunto.

- Essa correção deverá ser feita de maneira técnica - afirmou Tarso. - O parecer foi elaborado de forma profissional e técnica, definido pela AGU.

De manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, que saiu sem dar declarações.

Doze dias após a contestação da OAB, o ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou ontem pedido de informações para que o presidente da República e o presidente do Congresso Nacional, Garibaldi Alves (PMDB-RN), se pronunciem sobre a ação que questiona os efeitos da Lei da Anistia. Lula e Garibaldi têm cinco dias para responder. Segundo nota divulgada ontem pelo STF, ouvir essas autoridades é um "procedimento habitual e previsto na legislação". Após as respostas dos dois, o processo segue para o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza.





JULGADORES FACCIOSOS DOS DIREITOS HUMANOS

Por Jarbas Passarinho – Jornal do Brasil

Guardo a lição de Franklin Delano Roosevelt quando expressou serem as liberdades fundamentais sintetizadas em não ter fome, não ter medo, livre culto religioso e o respeito à privacidade das pessoas. A liberdade de não ter medo embasa-se no direito de expressar livremente o pensamento.Não lutaram as facções comunistas pela democracia, mas por ditadura do proletariado, segundo a cartilha marxista.

Protestou, indignado com a mentira, Daniel Aarão Reis, ex-guerrilheiro, preso e exilado, hoje professor universitário. É paradoxal o defensor do partido único invocar honestamente direitos humanos que nega, se no poder.

O ministro Vanucchi foi militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada por Marighella que defendeu o terrorismo, em seu manual. Ouço que teve um parente morto na luta armada e cuja família já recebeu indenização por ter perdido a guerra! Racionalmente, julgo-o um revanchista que também perdeu a guerra e é hoje ministro de um presidente que não foi guerrilheiro. Antecessor seu na Comissão foi outro militante de guerrilha comunista vencida, como todas. Mas o objetivo deles tem sido muito claro: é queixar-se de torturas na luta armada e esconder o crime também hediondo do terrorismo que praticaram. Falta-lhes, pois, substância moral para queixa mesclada de ódio.

Se evidenciamos não poder ser juiz quem é faccioso, insinuam que defendemos a tortura. Calúnia, mas eles defendem o terrorismo. Só em indenizações já deferiram mais de R$ 2 bilhões a beneficiados. Nem um centavo para famílias dos mortos e mutilados no atentado terrorista no aeroporto de Recife em 1966, primeiro ato da luta armada que desencadearam. Pensão vitalícia, remuneração por atrasados e emprego livre de imposto de renda foi obtido por um dos terroristas que lançaram carro-bomba contra o quartel do Exército em São Paulo e estraçalharam o corpo de um soldado de sentinela. Os filhos do povo, vigilantes de bancos, seguranças de embaixadores, os oficiais estrangeiros mortos à traição (e até por engano!), esses não tinham pais, nem mães, nem esposas e nem filhos.

Reconhecendo lisamente que houve excessos de ambas as partes na luta armada, a anistia incluiu na graça os crimes conexos, assim tidos pelo Congresso em 1979 como a tortura e o terrorismo. Mas depois de terem os bolsos recheados de indenizações, atrasados e emprego vitalício, cresceu-lhes a ambição. Apareceram "juristas" que descobriram não ser a tortura prescritível. Nenhuma palavra sobre o terrorismo. Caluniam o então major Lício Maciel, que cumpriu a Convenção de Genebra. Prendeu José Genoíno, sem praticar violência. Falto de algemas, mandou amarrá-lo numa árvore enquanto perseguia guerrilheiros. "Tortura!", gritam os energúmenos. Baleado traiçoeiramente ao atender a uma guerrilheira ferida, por pouco não morreu gravemente ferido. Orgulha-me tê-lo comandado na Aman.

O Ministro ameaça demitir-se (que perda para o país!) se o parecer da AGU reconhecendo a anistia para os crimes conexos for mantida. Pensando constranger o presidente, publica declaração dele que claramente se reporta aos cadáveres dos desaparecidos há 40 anos, no clima quente e úmido da Amazônia. As Forças Armadas salvaram o Brasil da tirania comunista, pela qual lutaram todas as facções esquerdistas na luta armada. Têm seu caráter forjado nos princípios da trilogia: pátria, honra e dever. Diante da agressão armada dos comunistas, de 1967 a 1974, os militares cumpriram seu juramento: defender a pátria com o sacrifício da própria vida.

Venceram, e porque venceram apoiados na opinião pública, os vencidos almejam tratá-los como réprobos, num governo conquistado democraticamente por um sindicalista que não foi guerrilheiro nem terrorista, e é hoje o comandante supremo das Forças Armadas. Instituições permanentes cultuam os que morreram nos pântanos do Paraguai, nos montes gelados da Itália e na Floresta Amazônica, defendendo a pátria. Nossa juventude castrense norteia-se pelo exemplo histórico de seus chefes. Recentemente, os jovens aspirantes a oficial, graduados pela Academia Militar de Agulhas Negras, julgaram a História. Tomaram como patrono de sua turma o general e presidente Emílio Médici.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fui convidado para participar no sequestro do enbaixador americano, por ser um bom motorista, quando soube do se tratava , recusei, por achar que contraria todas as minhas convicções, ser um terrorista é ser um criminoso, criminoso como foram os coroneis da tortura e dos atos terroristas.
Todos estes se iqualam, e agora mamam o dinheiro do povo, com suas indenizações , até o presidente lula(minuscula mesmo), e os seus aseclas um verdadeiro bamdo de ladrões, presidente por falta de um outro candidato de caracter, e , se julga "nunca neste paíz tivemos um presidente tão ....", e falar tambem daqueles eleitos pelo povo idiota e ignorante que ao acharem que estão ganhando pouco, aumentam seus salarios, com que direito tem eles , isto é que de inicio deveria ser reclamado, em aclamação publica, o publico é que deveria dizer quantos salarios minimo deveriam ganhar , e dispensar aqueles que não tiverem uma atuação representativa do povo.
Estes salafrarios malandros atuantes da "Lei de Gerson",ainda querem ter aposentadoria como se fossem contratados pelas leis trabalhistas, uma sem vergonha total. CHEEEEEEEEEEEEEGGAAAAAAAAAA
BASSSSSSSSSSSSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA