Perguntou o jornalista a Tonia Carrero. "Sou", fez uma ligeiríssima pausa a grande atriz. "Várias vezes ao dia". Bela, talentosa, vencedora, rica, bem-sucedida o que estaria faltando a essa rainha dos palcos? Nada. Ocorre que Tonia pensa. Quem tem a cabeça em bom estado, e não concede férias ao cérebro, sabe que não existe a dor que nunca passa, mas não se pode ser feliz o tempo inteiro.
É assim com as pessoas. É assim, por conseqüência, com os países. Não no Brasil, ressalvam os resultados da pesquisa divulgada na quinta-feira pelo Datafolha.
O governo Lula é considerado ótimo ou bom por 70% dos entrevistados - o maior índice obtido por um presidente desde o fim da ditadura. O levantamento também garante que 61% estão plenamente satisfeitos com a situação econômica e 78% acreditam que a vida vai ficar ainda melhor em 2009. "Os brasileiros ainda não sentiram os efeitos da crise econômica", acha Mauro Paulino, diretor do Datafolha. Segundo a pesquisa, 72% sabem, bem ou mal, que problemas financeiros andam tirando o sono de muita gente.
Longe daqui. Já faz algum tempo, Lula deu por resolvidos problemas acumulados em cinco séculos de incompetência, avisou que logo cuidaria do pouco que restava, comunicou que nunca antes neste país houve um governante tão formidável e ordenou ao Brasil que fosse feliz todos os dias.
Quem tem motivos para viver em estado de graça no paraíso que Deus poupou de catástrofes naturais e Lula blindou contra desastres econômicos? Só os napoleões de hospício, os que babam na gravata e os que acordam e dormem torcendo pelo insucesso do ex-operário genial. A seqüência de pesquisas avisa que a tribo hoje não passa de 7% e caminha para a extinção.
Em contrapartida, a grande maioria acatou a decretação da felicidade permanente e resolveu ficar mais feliz sempre que se conjugam um claro sinal de perigo e uma maluquice do Grande Pastor. A marca dos 70% foi alcançada ao fim dos três dias em que Lula jurou que haverá emprego para todos e a Vale demitiu 1.300. Lula explicou que a crise vai fortalecer o Brasil, embora a inflação tenha ficado mais musculosa.
Deve-se presumir que, graças à medonha conjunção dos astros ocorrida na quinta-feira, a próxima pesquisa acusará outro salto no índice de popularidade.
Excitado com a cavalgada do dólar, uma das muitas evidências de que a marolinha quer ser tsunami quando crescer, Lula fundiu a indigência intelectual com o apreço pela vulgaridade e foi à luta. "Quando o mercado tem uma dor de barriga, e nesse caso foi uma diarréia braba, quem é chamado? O Estado" - berrou no meio do improviso. Em seguida, incorporou um médico examinando o doente em estado grave para justificar o otimismo inabalável. "O que você fala? Dos avanços da medicina ou olha pra ele e diz: meu, sifu?".
Sabe-se agora que o doutor Lula acha que o Brasil sifu. Só não conta para não apavorar o doente. Se reincidir nessas metáforas numa semana ruim, os brasileiros passarão da felicidade à euforia. E Lula chegará aos 100%. Por Augusto Nunes –
É assim com as pessoas. É assim, por conseqüência, com os países. Não no Brasil, ressalvam os resultados da pesquisa divulgada na quinta-feira pelo Datafolha.
O governo Lula é considerado ótimo ou bom por 70% dos entrevistados - o maior índice obtido por um presidente desde o fim da ditadura. O levantamento também garante que 61% estão plenamente satisfeitos com a situação econômica e 78% acreditam que a vida vai ficar ainda melhor em 2009. "Os brasileiros ainda não sentiram os efeitos da crise econômica", acha Mauro Paulino, diretor do Datafolha. Segundo a pesquisa, 72% sabem, bem ou mal, que problemas financeiros andam tirando o sono de muita gente.
Longe daqui. Já faz algum tempo, Lula deu por resolvidos problemas acumulados em cinco séculos de incompetência, avisou que logo cuidaria do pouco que restava, comunicou que nunca antes neste país houve um governante tão formidável e ordenou ao Brasil que fosse feliz todos os dias.
Quem tem motivos para viver em estado de graça no paraíso que Deus poupou de catástrofes naturais e Lula blindou contra desastres econômicos? Só os napoleões de hospício, os que babam na gravata e os que acordam e dormem torcendo pelo insucesso do ex-operário genial. A seqüência de pesquisas avisa que a tribo hoje não passa de 7% e caminha para a extinção.
Em contrapartida, a grande maioria acatou a decretação da felicidade permanente e resolveu ficar mais feliz sempre que se conjugam um claro sinal de perigo e uma maluquice do Grande Pastor. A marca dos 70% foi alcançada ao fim dos três dias em que Lula jurou que haverá emprego para todos e a Vale demitiu 1.300. Lula explicou que a crise vai fortalecer o Brasil, embora a inflação tenha ficado mais musculosa.
Deve-se presumir que, graças à medonha conjunção dos astros ocorrida na quinta-feira, a próxima pesquisa acusará outro salto no índice de popularidade.
Excitado com a cavalgada do dólar, uma das muitas evidências de que a marolinha quer ser tsunami quando crescer, Lula fundiu a indigência intelectual com o apreço pela vulgaridade e foi à luta. "Quando o mercado tem uma dor de barriga, e nesse caso foi uma diarréia braba, quem é chamado? O Estado" - berrou no meio do improviso. Em seguida, incorporou um médico examinando o doente em estado grave para justificar o otimismo inabalável. "O que você fala? Dos avanços da medicina ou olha pra ele e diz: meu, sifu?".
Sabe-se agora que o doutor Lula acha que o Brasil sifu. Só não conta para não apavorar o doente. Se reincidir nessas metáforas numa semana ruim, os brasileiros passarão da felicidade à euforia. E Lula chegará aos 100%. Por Augusto Nunes –
“Discursos inflamados e desdém pela democracia têm marcado as relações internacionais na América Latina” – Por Francisco Weffort - cientista político e ex-ministro da Cultura; para Weffort.
As relações entre os países da América do Sul foram tomadas por uma "febre populista" da qual o Brasil não escapou segundo o cientista político Francisco Weffort. O atrito com a Bolívia, o impasse com o Equador e as ameaças do Paraguai mostram que a solução discreta dos conflitos foi substituída pela verborragia de alguns governos. O resultado foi o enfraquecimento do Itamaraty, lamenta o professor aposentado da USP, um petista de primeira hora que abandonou o partido nos anos 90 e foi ministro da Cultura na gestão Fernando Henrique Cardoso. Leia entrevista completa aqui – Por Denise Chrispim Marin, O Estadão
A DIPLOMACIA DOS CAMELÔS DE ARMAS
Triste fim de uma política externa bufa. O presidente que em junho de 2003 propôs a taxação do comércio internacional de armas para financiar um fundo capaz de "dar comida a quem tem fome", tornou-se avalista da venda de cem mísseis de ataque ao Paquistão, um dos países mais pobres do mundo, com renda per capita de US$ 2.900 anuais, 50 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha da pobreza e 50% de analfabetos. (Os militares comem 40% do PIB.) Pior: Nosso Guia autorizou a venda dessas armas ao Paquistão numa época em que precisa do apoio da Índia para fingir que ressuscita as negociações comerciais da Rodada de Doha.
O acerto dos mísseis é de R$ 255 milhões. Uma miséria se comparado aos bilhões comprometidos por brigadeiros, generais, empreiteiros e industriais irrespon$ávei$ que transformaram o Brasil num fornecedor de serviços, tecnologia e armas para o ditador Saddam Hussein. Por Elio Gasperi - Folha de São Paulo
Um comentário:
Nunca acreditei nestas pesquisas, mas enfim são elas que dão suporte e aval para que Lula continue falando asneira enquanto a crise se agrava. Quando o povo sentir na pele que literalmente SIFU, aí sim pode ser que as coisas comecem mudar.
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