...MAS LULA QUER MEDIAR A PAZ EM GAZA
Em 2008, o pais atingiu a trágica marca de 1 milhão de mortos em 30 anos. "A conta é comparável aos países bélicos. Angola levou 27 anos para atingir esse número, e estava oficialmente em “guerra civil”". Ou seja: a violência no Brasil mata mais do que a guerra no Iraque
Aí vem o seu Lula da Silva acusar os EUA de acobertarem Israel. Para completar ele diz: - “Está provado que a ONU não tem coragem de tomar decisão de colocar paz nesse lugar. Penso que nós do Brasil vamos trabalhar para fazer um esforço muito grande junto aos outros países para ver se a gente encontra um jeito para aquele povo parar de se matar e parar de se violentar"
Lula "preside" um dos países mais violentos do mundo. Aqui, temos o surgimento de inúmeras milícias ocupando o espaço do Estado, rendendo populações inteiras, sem falar das facções dos "movimentos sociais" invadindo as propriedades privadas e ameaçando os cidadãos de bem.
Temos um presidente que não investe em segurança, que não cuida das nossas fronteiras arreganhadas para o tráfico de drogas e armas. Temos um presidente que acoberta todos os crimes e roubos de sua quadrilha, que está promovendo o maior assalto aos cofres públicos que este país já viu.
Temos um presidente primário, iletrado e absurdamente cínico, que vive de fotos e manchetes utilizando-se de acontecimentos para aparecer na imprensa mundial.
Os pobres do Recife estão pagando pela "eterna crise de ego" do Lula
“Pobres não vão pagar pela crise”, disse Lula, ontem, durante a inauguração do parque em homenagem à sua mãe, que custou R$ 29 milhões aos cofres públicos. Como se vê, Lula não assina em baixo daquilo que fala. A população do Recife protestou indignada contra esse absurdo, mas Lula fez de conta que “Cristo morreu de frio”. Simplesmente ignorou os apelos da população de um Estado tão pobre e carente como o Recife.
A verdade é uma só: Lula não tem competência para resolver um centímetro que seja da questão grave da falta de segurança no Brasil, mas quer palpitar na casa dos outros. Se Lula diminuísse a pinga, nós seríamos poupados de suas alucinações: Lula quer Brasil mediando paz em Gaza – Por Gabriela/Gaúcho
BRASIL - VIOLÊNCIA SEM LIMITE
No Rio, um casal de comerciantes foi executado na frente da filha de três anos que também foi baleada.
O crime foi no fim da tarde, no bairro de Anchieta, subúrbio do Rio. Fagner Thiago Francisco, de 38 anos e a mulher dele eram donos desta loja de celulares. Segundo testemunhas, eles foram mortos por um homem encapuzado que chegou num carro. Baleada na cabeça, a filha do casal foi internada em estado gravíssimo. A polícia não descarta a participação de integrantes de uma milícia no crime. Portal G1
A AMEAÇA TERRORISTA
Os horrendos ataques terroristas em Mumbai fizeram que, mais uma vez, inevitavelmente, pessoas ao redor de todo o mundo pensassem nessa ameaça. Foram tantas as vidas inocentes perdidas – indianos, americanos, europeus, israelenses e vários outros. Eram pessoas jantando em um restaurante, turistas que chegavam a um hotel, crianças, todos mortos a sangue-frio. A maioria de nós acha esse fenômeno incompreensível. Afinal, o que motiva os assassinos? Quem os doutrina e como? Quem é responsável e o que nós podemos fazer?
A brutalidade com a qual tais mortes e atos de destruição acontecem abre espaço para a busca por uma “lógica escondida”, pelas “causas”. Diversas análises, inclusive de um editorial desse jornal, ligaram os ataques à relação entre a Índia e o Paquistão, à questão da Caxemira, como uma causa possível. Tal pensamento, errôneo, pode nos fazer perder o rumo certo. É preciso clareza ao tratar a natureza de uma ameaça terrorista.
O que define e diferencia o terrorismo de outras formas de protestos políticos é a própria natureza do ato em si. O terrorismo é, primariamente, violência contra inocentes, perpetuada para criar choque e horror. Em todas as sociedades civilizadas e democráticas, existem formas legítimas para que se expressem discordância, insatisfação ou protesto. No entanto, o ato terrorista é ato de destruição deliberada. Por essa razão, o consenso no mundo atual é que não há justificativa para o terrorismo – religiosa, ideológica, política ou qualquer outra. “Terrorismo é o que alguém faz a pessoas inocentes, não o que se busca com isso”. Precisamos de absoluta clareza moral nesse assunto, não de buscar ligações a causas reais ou imaginadas.
É verdade que a Índia e o Paquistão têm mantido relação turbulenta, mas também é verdade que, nos últimos anos, tentativas genuínas têm sido feitas por ambas as partes para melhorar e normalizar o relacionamento. Entre as sociedades civis e os cidadãos dos dois países, há um entendimento muito melhor hoje. O novo governo civil do Paquistão e o governo indiano também têm se engajado em aperfeiçoar a relação e criar benevolência. Os atos terroristas não são, portanto, resultado das relações entre a Índia e o Paquistão; são, sim, o fator que mais complica o desejo de melhorar esse relacionamento.
O que vemos hoje no sul da Ásia, na Índia – mas também no Paquistão, Afeganistão e em outros lugares – é o extremismo religioso, do tipo mais perigoso que existe, tentando destruir correntes abertas, plurais e liberais existentes em nossas sociedades. É uma mentalidade que rejeita a tolerância, o progresso, a modernização, a harmonia entre as diferentes crenças; tudo o que a Índia e a cidade de Mumbai representam.
O que será que poderia, de alguma forma, motivar as pessoas que conduzem tais atos? Como disse antes, é inútil tentar entender suas motivações ou justificativas, uma vez que representam uma mentalidade negativa e niilista. Está claro que eles querem operar contra o espírito vibrante da democracia eleitoral da Índia, criar tensões e falta de confiança entre as diferentes comunidades religiosas, arruinar as tentativas de construir pontes com o Paquistão e, também, danificar a reputação da Índia como um poder econômico emergente.
Daí a escolha de Mumbai, a capital comercial da Índia e, conseqüentemente, a escolha pelos famosos centros turísticos daquela cidade. Essa pode ser também a razão para atacar lugares cheios de pessoas, de forma a maximizar o número de mortes e inflamar o sofrimento. É importante notar, também, o comedimento e a resiliência do povo de Mumbai. Esses elementos ou entidades terroristas precisam de uma base, de um território e não são capazes de sobreviver sem uma infra-estrutura.
É onde o papel dos Estados se torna relevante e crucial. Dentro da ONU, todos os países estão agora comprometidos a assegurar que seus territórios não sejam utilizados de forma alguma para iniciar ataques terroristas contra qualquer outro país. Não apenas os terroristas, mas quem os financia, lhes dá aporte ou provê abrigo são também passíveis de culpa. É nessa estrutura que a Índia considera urgente que o Paquistão desmantele a infra-estrutura terrorista que existe em seu solo.
E os outros, o que podem fazer? Terrorismo é problema global e nenhum país, por mais remoto ou mais poderoso que seja, está imune, como os ataques de 11 de setembro demonstraram. Precisamos de entendimento internacional, solidariedade e cooperação para assegurar que esse flagelo contra a humanidade seja eliminado. A Índia precisa da benevolência e da compreensão de seus amigos no Brasil. - B.S. PRAKASH - Correio Braziliense
A VULNERABILIDADE DE ISRAEL – Do "Independent"
Antes que você se apresse a considerar iníquos os letais ataques aéreos israelenses contra a faixa de Gaza, seria bom que respondesse a uma pergunta: você já foi a Israel? Se foi, você talvez compreenda o quanto o país é pequeno e desprovido de defesas naturais. Você teria percebido que, do norte, sul e leste, Israel está vulnerável ao assédio daqueles que controlam o terreno dominante e as rotas de fuga. E perceberia quanto medo os israelenses ainda sentem, mesmo passadas três gerações, de que bastariam algumas horas de ofensiva para arremessá-los todos ao mar.
E acrescento uma segunda questão, se me permitem. No fundo, você acredita que o Estado de Israel tem direito a existir ou sente que o mundo seria um lugar mais simples e harmonioso caso as potências vitoriosas na Segunda Guerra Mundial tivessem encontrado outra maneira de purgar suas culpas sem que isso tornasse necessário aceitar a criação de uma pátria judaica no território da Palestina, até então sob mandato britânico?
INSEGURANÇA
Bem, eu estive em Israel, percorri o país de um lado a outro em momentos mais pacíficos; conversei com líderes nacionais e com o povo. Minha impressão dominante não é a de instintos belicosos, mas a de insegurança. Você talvez desdenhe como paranóicas as preocupações de um país desenvolvido que neste ano dedicou 16% de seu orçamento à defesa, tem os EUA como protetor e desenvolveu armas nucleares. Mas é seu dever perguntar o que veio primeiro: o medo da aniquilação ou o desenvolvimento de uma capacidade militar capaz de preveni-la?
Quanto ao direito de Israel a existir, eu questiono a sabedoria, e muito mais a justiça, de instalar um novo Estado em terra sobre a qual outro povo alega direitos. Um país estabelecido artificialmente, sem levar em consideração defesas naturais e que não foi libertado por sua própria força, certamente será não apenas vulnerável como uma fonte de fricção enquanto persistirem as memórias populares.
Essa desaprovação inerente talvez explique a tendência de boa parte do mundo ocidental a culpar Israel quase que antes de o país fazer qualquer coisa. Tanto no caso da ferozmente condenada invasão israelense ao Líbano, dois anos atrás, quanto agora nos ataques aéreos a Gaza, porém, os mesmos dois fatores precisam ser considerados: por um lado, a sensação continuada de insegurança entre os israelenses; por outro, o direito internacionalmente reconhecido do país a existir.
O ponto é que, tendo endossado a criação de Israel, as Nações Unidas têm a obrigação de garantir que sua existência continuada seja possível. Vezes sem conta, porém, toda espécie de garantia internacional se provou inadequada. Israel não demorou a aprender que teria de tomar conta de si mesmo. É um paradoxo que um dos mais vulneráveis Estados do Oriente Médio tenha, assim, ganho reputação de agressor e de adepto da intimidação. E os inimigos de Israel tampouco se abstiveram de explorar alguns aspectos dessa vulnerabilidade.
A guerra do Yom Kippur, em 1973, recebeu este nome porque Egito e Síria lançaram seu ataque em um dos mais sagrados feriados judaicos. Todos os tratados de paz que Israel conseguiu negociar com seus inimigos, até o momento, foram obtidos de uma posição de força militar, ao menos aos olhos de um observador israelense. A retirada das forças israelenses de Gaza, na metade de 2005, foi um raro episódio em que Israel aceitou um risco como primeiro estágio de um programa de retiradas de territórios ocupados adotado, sob considerável risco político, pelo então premiê Ariel Sharon.
APOSTAS ERRADAS
A aposta israelense era a de que, se deixada no controle, a Autoridade Palestina se provaria capaz de impedir ataques com foguetes ou de outra espécie contra Israel. A aposta não deu resultado. A Autoridade Palestina, apesar de seus melhores esforços, não conseguiu manter o controle sobre os extremistas. Uma eleição foi realizada e vencida pelo Hamas. Impedido de assumir, ou até mesmo compartilhar, o poder na Autoridade Palestina como um todo, o Hamas tomou o poder em Gaza. Os ataques esporádicos com foguetes contra o território israelense foram ganhando intensidade.
No começo deste mês, o Hamas anunciou que não renovaria um cessar-fogo assinado seis meses atrás. Depois de novos ataques com foguetes, Israel, que está em meio a uma campanha eleitoral disputada, decidiu recorrer à força. Uma vez mais, os palestinos de Gaza transformaram em símbolo de honra a sua posição de vítimas.
Seria razoável perguntar de que maneira as coisas poderiam ter transcorrido, diante de algumas mudanças. Caso os EUA e Israel tivessem reconhecido a vitória eleitoral do Hamas; caso o acordo de divisão de poder entre Hamas e Fatah tivesse dado certo; caso Israel não tivesse fechado os pontos de entrada em Gaza. Mas as coisas não transcorreram assim.
SEM GARANTIA
Agora, como na guerra do Líbano, os críticos de Israel acusam o país de ter usado força "desproporcional" em Gaza; "proporcional", presumivelmente, seria arremessar alguns foguetes contra áreas civis de Gaza de maneira aleatória.
Israel poderia retorquir, e não sem razão, que, se o Hamas deseja guerra, terá guerra: os israelenses estão sempre dispostos a combater por sua futura segurança. O que esses mesmos críticos ocidentais deveriam estar se perguntando, no entanto, é por que os israelenses se sentem ameaçados a ponto de recorrer à força, sabendo muito bem que isso valerá opróbrio internacional ao país.
A resposta é que se, no passado, o mundo externo tivesse se disposto a garantir a segurança israelense, então nem Israel nem os palestinos de Gaza teriam precisado recorrer à violência neste final de ano. Os excessos em Gaza são conseqüência de um fracasso muito anterior: o fracasso quanto a impor as leis internacionais e garantir verdadeiramente o direito de Israel a existir. Por Mary Dejevsky - Folha de São Paulo - Tradução de Paulo Migliacci
Em 2008, o pais atingiu a trágica marca de 1 milhão de mortos em 30 anos. "A conta é comparável aos países bélicos. Angola levou 27 anos para atingir esse número, e estava oficialmente em “guerra civil”". Ou seja: a violência no Brasil mata mais do que a guerra no Iraque
Aí vem o seu Lula da Silva acusar os EUA de acobertarem Israel. Para completar ele diz: - “Está provado que a ONU não tem coragem de tomar decisão de colocar paz nesse lugar. Penso que nós do Brasil vamos trabalhar para fazer um esforço muito grande junto aos outros países para ver se a gente encontra um jeito para aquele povo parar de se matar e parar de se violentar"
Lula "preside" um dos países mais violentos do mundo. Aqui, temos o surgimento de inúmeras milícias ocupando o espaço do Estado, rendendo populações inteiras, sem falar das facções dos "movimentos sociais" invadindo as propriedades privadas e ameaçando os cidadãos de bem.
Temos um presidente que não investe em segurança, que não cuida das nossas fronteiras arreganhadas para o tráfico de drogas e armas. Temos um presidente que acoberta todos os crimes e roubos de sua quadrilha, que está promovendo o maior assalto aos cofres públicos que este país já viu.
Temos um presidente primário, iletrado e absurdamente cínico, que vive de fotos e manchetes utilizando-se de acontecimentos para aparecer na imprensa mundial.
Os pobres do Recife estão pagando pela "eterna crise de ego" do Lula
“Pobres não vão pagar pela crise”, disse Lula, ontem, durante a inauguração do parque em homenagem à sua mãe, que custou R$ 29 milhões aos cofres públicos. Como se vê, Lula não assina em baixo daquilo que fala. A população do Recife protestou indignada contra esse absurdo, mas Lula fez de conta que “Cristo morreu de frio”. Simplesmente ignorou os apelos da população de um Estado tão pobre e carente como o Recife.
A verdade é uma só: Lula não tem competência para resolver um centímetro que seja da questão grave da falta de segurança no Brasil, mas quer palpitar na casa dos outros. Se Lula diminuísse a pinga, nós seríamos poupados de suas alucinações: Lula quer Brasil mediando paz em Gaza – Por Gabriela/Gaúcho
BRASIL - VIOLÊNCIA SEM LIMITE
No Rio, um casal de comerciantes foi executado na frente da filha de três anos que também foi baleada.
O crime foi no fim da tarde, no bairro de Anchieta, subúrbio do Rio. Fagner Thiago Francisco, de 38 anos e a mulher dele eram donos desta loja de celulares. Segundo testemunhas, eles foram mortos por um homem encapuzado que chegou num carro. Baleada na cabeça, a filha do casal foi internada em estado gravíssimo. A polícia não descarta a participação de integrantes de uma milícia no crime. Portal G1
A AMEAÇA TERRORISTA
Os horrendos ataques terroristas em Mumbai fizeram que, mais uma vez, inevitavelmente, pessoas ao redor de todo o mundo pensassem nessa ameaça. Foram tantas as vidas inocentes perdidas – indianos, americanos, europeus, israelenses e vários outros. Eram pessoas jantando em um restaurante, turistas que chegavam a um hotel, crianças, todos mortos a sangue-frio. A maioria de nós acha esse fenômeno incompreensível. Afinal, o que motiva os assassinos? Quem os doutrina e como? Quem é responsável e o que nós podemos fazer?
A brutalidade com a qual tais mortes e atos de destruição acontecem abre espaço para a busca por uma “lógica escondida”, pelas “causas”. Diversas análises, inclusive de um editorial desse jornal, ligaram os ataques à relação entre a Índia e o Paquistão, à questão da Caxemira, como uma causa possível. Tal pensamento, errôneo, pode nos fazer perder o rumo certo. É preciso clareza ao tratar a natureza de uma ameaça terrorista.
O que define e diferencia o terrorismo de outras formas de protestos políticos é a própria natureza do ato em si. O terrorismo é, primariamente, violência contra inocentes, perpetuada para criar choque e horror. Em todas as sociedades civilizadas e democráticas, existem formas legítimas para que se expressem discordância, insatisfação ou protesto. No entanto, o ato terrorista é ato de destruição deliberada. Por essa razão, o consenso no mundo atual é que não há justificativa para o terrorismo – religiosa, ideológica, política ou qualquer outra. “Terrorismo é o que alguém faz a pessoas inocentes, não o que se busca com isso”. Precisamos de absoluta clareza moral nesse assunto, não de buscar ligações a causas reais ou imaginadas.
É verdade que a Índia e o Paquistão têm mantido relação turbulenta, mas também é verdade que, nos últimos anos, tentativas genuínas têm sido feitas por ambas as partes para melhorar e normalizar o relacionamento. Entre as sociedades civis e os cidadãos dos dois países, há um entendimento muito melhor hoje. O novo governo civil do Paquistão e o governo indiano também têm se engajado em aperfeiçoar a relação e criar benevolência. Os atos terroristas não são, portanto, resultado das relações entre a Índia e o Paquistão; são, sim, o fator que mais complica o desejo de melhorar esse relacionamento.
O que vemos hoje no sul da Ásia, na Índia – mas também no Paquistão, Afeganistão e em outros lugares – é o extremismo religioso, do tipo mais perigoso que existe, tentando destruir correntes abertas, plurais e liberais existentes em nossas sociedades. É uma mentalidade que rejeita a tolerância, o progresso, a modernização, a harmonia entre as diferentes crenças; tudo o que a Índia e a cidade de Mumbai representam.
O que será que poderia, de alguma forma, motivar as pessoas que conduzem tais atos? Como disse antes, é inútil tentar entender suas motivações ou justificativas, uma vez que representam uma mentalidade negativa e niilista. Está claro que eles querem operar contra o espírito vibrante da democracia eleitoral da Índia, criar tensões e falta de confiança entre as diferentes comunidades religiosas, arruinar as tentativas de construir pontes com o Paquistão e, também, danificar a reputação da Índia como um poder econômico emergente.
Daí a escolha de Mumbai, a capital comercial da Índia e, conseqüentemente, a escolha pelos famosos centros turísticos daquela cidade. Essa pode ser também a razão para atacar lugares cheios de pessoas, de forma a maximizar o número de mortes e inflamar o sofrimento. É importante notar, também, o comedimento e a resiliência do povo de Mumbai. Esses elementos ou entidades terroristas precisam de uma base, de um território e não são capazes de sobreviver sem uma infra-estrutura.
É onde o papel dos Estados se torna relevante e crucial. Dentro da ONU, todos os países estão agora comprometidos a assegurar que seus territórios não sejam utilizados de forma alguma para iniciar ataques terroristas contra qualquer outro país. Não apenas os terroristas, mas quem os financia, lhes dá aporte ou provê abrigo são também passíveis de culpa. É nessa estrutura que a Índia considera urgente que o Paquistão desmantele a infra-estrutura terrorista que existe em seu solo.
E os outros, o que podem fazer? Terrorismo é problema global e nenhum país, por mais remoto ou mais poderoso que seja, está imune, como os ataques de 11 de setembro demonstraram. Precisamos de entendimento internacional, solidariedade e cooperação para assegurar que esse flagelo contra a humanidade seja eliminado. A Índia precisa da benevolência e da compreensão de seus amigos no Brasil. - B.S. PRAKASH - Correio Braziliense
A VULNERABILIDADE DE ISRAEL – Do "Independent"
Antes que você se apresse a considerar iníquos os letais ataques aéreos israelenses contra a faixa de Gaza, seria bom que respondesse a uma pergunta: você já foi a Israel? Se foi, você talvez compreenda o quanto o país é pequeno e desprovido de defesas naturais. Você teria percebido que, do norte, sul e leste, Israel está vulnerável ao assédio daqueles que controlam o terreno dominante e as rotas de fuga. E perceberia quanto medo os israelenses ainda sentem, mesmo passadas três gerações, de que bastariam algumas horas de ofensiva para arremessá-los todos ao mar.
E acrescento uma segunda questão, se me permitem. No fundo, você acredita que o Estado de Israel tem direito a existir ou sente que o mundo seria um lugar mais simples e harmonioso caso as potências vitoriosas na Segunda Guerra Mundial tivessem encontrado outra maneira de purgar suas culpas sem que isso tornasse necessário aceitar a criação de uma pátria judaica no território da Palestina, até então sob mandato britânico?
INSEGURANÇA
Bem, eu estive em Israel, percorri o país de um lado a outro em momentos mais pacíficos; conversei com líderes nacionais e com o povo. Minha impressão dominante não é a de instintos belicosos, mas a de insegurança. Você talvez desdenhe como paranóicas as preocupações de um país desenvolvido que neste ano dedicou 16% de seu orçamento à defesa, tem os EUA como protetor e desenvolveu armas nucleares. Mas é seu dever perguntar o que veio primeiro: o medo da aniquilação ou o desenvolvimento de uma capacidade militar capaz de preveni-la?
Quanto ao direito de Israel a existir, eu questiono a sabedoria, e muito mais a justiça, de instalar um novo Estado em terra sobre a qual outro povo alega direitos. Um país estabelecido artificialmente, sem levar em consideração defesas naturais e que não foi libertado por sua própria força, certamente será não apenas vulnerável como uma fonte de fricção enquanto persistirem as memórias populares.
Essa desaprovação inerente talvez explique a tendência de boa parte do mundo ocidental a culpar Israel quase que antes de o país fazer qualquer coisa. Tanto no caso da ferozmente condenada invasão israelense ao Líbano, dois anos atrás, quanto agora nos ataques aéreos a Gaza, porém, os mesmos dois fatores precisam ser considerados: por um lado, a sensação continuada de insegurança entre os israelenses; por outro, o direito internacionalmente reconhecido do país a existir.
O ponto é que, tendo endossado a criação de Israel, as Nações Unidas têm a obrigação de garantir que sua existência continuada seja possível. Vezes sem conta, porém, toda espécie de garantia internacional se provou inadequada. Israel não demorou a aprender que teria de tomar conta de si mesmo. É um paradoxo que um dos mais vulneráveis Estados do Oriente Médio tenha, assim, ganho reputação de agressor e de adepto da intimidação. E os inimigos de Israel tampouco se abstiveram de explorar alguns aspectos dessa vulnerabilidade.
A guerra do Yom Kippur, em 1973, recebeu este nome porque Egito e Síria lançaram seu ataque em um dos mais sagrados feriados judaicos. Todos os tratados de paz que Israel conseguiu negociar com seus inimigos, até o momento, foram obtidos de uma posição de força militar, ao menos aos olhos de um observador israelense. A retirada das forças israelenses de Gaza, na metade de 2005, foi um raro episódio em que Israel aceitou um risco como primeiro estágio de um programa de retiradas de territórios ocupados adotado, sob considerável risco político, pelo então premiê Ariel Sharon.
APOSTAS ERRADAS
A aposta israelense era a de que, se deixada no controle, a Autoridade Palestina se provaria capaz de impedir ataques com foguetes ou de outra espécie contra Israel. A aposta não deu resultado. A Autoridade Palestina, apesar de seus melhores esforços, não conseguiu manter o controle sobre os extremistas. Uma eleição foi realizada e vencida pelo Hamas. Impedido de assumir, ou até mesmo compartilhar, o poder na Autoridade Palestina como um todo, o Hamas tomou o poder em Gaza. Os ataques esporádicos com foguetes contra o território israelense foram ganhando intensidade.
No começo deste mês, o Hamas anunciou que não renovaria um cessar-fogo assinado seis meses atrás. Depois de novos ataques com foguetes, Israel, que está em meio a uma campanha eleitoral disputada, decidiu recorrer à força. Uma vez mais, os palestinos de Gaza transformaram em símbolo de honra a sua posição de vítimas.
Seria razoável perguntar de que maneira as coisas poderiam ter transcorrido, diante de algumas mudanças. Caso os EUA e Israel tivessem reconhecido a vitória eleitoral do Hamas; caso o acordo de divisão de poder entre Hamas e Fatah tivesse dado certo; caso Israel não tivesse fechado os pontos de entrada em Gaza. Mas as coisas não transcorreram assim.
SEM GARANTIA
Agora, como na guerra do Líbano, os críticos de Israel acusam o país de ter usado força "desproporcional" em Gaza; "proporcional", presumivelmente, seria arremessar alguns foguetes contra áreas civis de Gaza de maneira aleatória.
Israel poderia retorquir, e não sem razão, que, se o Hamas deseja guerra, terá guerra: os israelenses estão sempre dispostos a combater por sua futura segurança. O que esses mesmos críticos ocidentais deveriam estar se perguntando, no entanto, é por que os israelenses se sentem ameaçados a ponto de recorrer à força, sabendo muito bem que isso valerá opróbrio internacional ao país.
A resposta é que se, no passado, o mundo externo tivesse se disposto a garantir a segurança israelense, então nem Israel nem os palestinos de Gaza teriam precisado recorrer à violência neste final de ano. Os excessos em Gaza são conseqüência de um fracasso muito anterior: o fracasso quanto a impor as leis internacionais e garantir verdadeiramente o direito de Israel a existir. Por Mary Dejevsky - Folha de São Paulo - Tradução de Paulo Migliacci
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