Lula e a violação constitucional

Entre a lei e o MST, Lula escolheu acobertar os crimes dos sem-terra



Dois dias depois do ministro Gilmar Mendes, ter chamado de ilegal o repasse de recursos federais a movimentos que promovem invasões de terra, ministros saíram em defesa do financiamento do MST.

O presidente da Corte disse que repassar dinheiro público para quem promove invasões de terra é uma “ilicitude”, sendo a responsabilidade, segundo ele, “de quem subsidia”, no caso o governo federal.

Ontem em Florianópolis (SC), para a inauguração da nova linha de transmissão de energia elétrica, ao lado do Lula da Silva, a Dilma Rousseff, declarou que ao repassar os recursos para os sem-terra, o governo está cumprindo a legislação.

Nós não operamos com nenhuma ilegalidade. E não há nenhuma manifestação formal do Judiciário – afirmou a ministra, que disse respeitar a opinião do presidente do STF.



ENTIDADES LIGADAS AO MST RECEBERAM R$ 41,5 MILHÕES

Como o MST não existe juridicamente, não pode ser beneficiado com recursos do governo. Por isso, criou entidades paralelas, como a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca) e a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), para receber verbas oficiais. Leia matéria completa no
Jornal Zero Hora





CNA APOIA MENDES E DIZ QUE MST É CRIMINOSO

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) lançou ontem uma nota de apoio ao presidente do STF, Gilmar Mendes, por suas recentes declarações sobre a ilegalidade do repasse de verbas públicas a entidades que promovem invasões de terras. Assinada pela presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), a nota afirma que o presidente do STF "cumpre com rigor e responsabilidade institucional seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito".

A senadora afirma que a entidade que preside "representa os produtores rurais atingidos pelas 1.667 invasões ilegais de terras praticadas nos últimos seis anos pelo MST" - numa referência ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda na nota, diz lamentar o fato de o MST contar "com a complacência de autoridades do governo federal, recebendo financiamento público para suas ações ilegais".

A nota também acusa o MST de ser "uma entidade ilegal que pratica crimes em série" e diz que "seus líderes comandam grupos que sequestram, vandalizam, torturam e matam". Por Roldão Arruda, Elder Ogliari e Alexandre Rodrigues – Estado de São Paulo





LÁ VAI A FANTOCHE - Por Guilherme Fiuza

Todos os repórteres do Brasil estão convocados para a brincadeira mais divertida do ano: o questionário da Dilma.

Andem atrás da ministra-candidata e perguntem sobre tudo a ela. A graça do jogo é descobrir que a resposta é sempre a mesma. Só muda a forma do vazio categórico.

Dilma Rousseff, a possível futura presidente do Brasil, não sabe o que dizer sobre as denúncias de Jarbas Vasconcellos e a crise no PMDB. Mas reage aos jornalistas com a firmeza plastificada de sempre: “Ora, tenham dó!”

Claro que sai dali e vai tentar ensaiar um discurso com tio Lula. Mas aí é tarde. A próxima pergunta é sobre os 50 milhões de reais repassados pelo governo a movimentos invasores de terra. Ela também não sabe o que dizer. Mas é categórica: “Nós não operamos com nenhuma ilegalidade”.

É uma espécie de resposta multiuso, que aliás serviria também para a pergunta anterior. O que a senhora acha das bandalheiras apontadas pelo senador Jarbas no maior partido da base do governo? “Nós não operamos com nenhuma ilegalidade”.

É simplesmente perfeito. Como os outros candidatos não pensaram nisso antes? E a primeira resposta também vale para a segunda pergunta. Ministra, o governo está ciente de que já repassou cerca de 50 milhões de reais a entidades que promovem invasões de propriedades? “Ora, tenham dó!”

Dilma, a gerentona, a mãe, a tocadora de obras, essa verdadeira curinga da mistificação política, não sabe nada. Mas é categórica. Enrolar sim, mas sempre com veemência.

Quando foi entrevistada por Jô Soares, não olhava para o entrevistador, nem para a câmera. Seu olhar ficava parado, fixo em algum ponto do horizonte, como uma espécie de esfinge estatal. Voltava-se para Jô, recitava alguma numeralha falsa do PAC, e retornava à posição de estátua. Repórteres, divirtam-se com essa ministra andróide.

Sugestão aos coleguinhas de Brasília: no próximo comício palaciano de Dilma Rousseff, perguntem se ela aceitaria dinheiro do fundo de pensão de Furnas para sua campanha. Por
Guilherme Fiúza

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