De Marolinha a Tsunami

A “marolinha” que o Lula garantia ter atingido o Brasil, em meio à mais grave crise mundial desde 1930, se mostrou, na verdade, um tsunami.

Segundo o IBGE, o Brasil interrompeu, no último trimestre de 2008, o mais longo ciclo de crescimento econômico dos últimos 30 anos. O PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país, desabou 3,6% ante o terceiro trimestre, a maior queda desde início da série histórica do IBGE, há 13 anos. Correio Braziliense



SEM PALAVRAS E PELA PORTA DOS FUNDOS

Atordoado com a desaceleração acima do esperado da economia brasileira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, primeiro evitou a imprensa, entrando pela garagem do Ministério. Só depois de algum tempo, ele finalmente admitiu que a meta de 4% de crescimento do PIB não deverá ser alcançada este ano.




O OTIMISMO ABILOLADO DO ALIENADO LULA

Apesar dos evidentes sinais de que o país foi pego no contrapé, o presidente Lula não acredita que a economia entrará em recessão ou fechará o ano com queda do PIB. Ele afirmou que as medidas adotadas pelo governo demoraram a fazer efeito, mas assegurou que “a partir de março, abril e maio” o país terá um período de crescimento e chegará ao fim do ano com uma boa recuperação. “Mesmo que seja próximo de zero, o Brasil certamente será um dos poucos países do mundo dos emergentes e dos grandes que não terá uma recessão”, frisou.

Bastante pessimista, o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, põe no colo do governo boa parte da culpa pelos estragos da crise no país. “O governo assistiu à casa caindo sem intervir da forma que precisava. Errou no diagnóstico, errou no timing da ação e errou nas medidas iniciais”, disse. Ele lembrou que, enquanto a indústria se deteriorava, o BC teimava em manter os juros em 13,75% ao ano. Além disso, o governo injetou R$ 100 bilhões no sistema financeiro, sem que os bancos destinassem “nem um centavo” para empréstimos.

No entender de Almeida, o crescimento inercial que o ano de 2008 deixaria para 2009 foi para o espaço. “O momento atual é gravíssimo”, afirmou. Segundo ele, pior do que o resultado do PIB no trimestre, foi o fato de a queda ter sido maior na indústria. “Nos próximos meses, a indústria vai funcionar como um fantasma, assombrando o setor agrícola e o de serviços. O impacto nesses dois segmentos da economia ainda está por vir.” Correio Braziliense -Vicente Nunes e Ricardo Allan




CONSUMO DAS FAMÍLIAS CAI PELA 1ª. VEZ EM 6 ANOS

Queda foi de 2% no último trimestre do ano passado em relação ao anterior, segundo o IBGE

O brasileiro sentiu o tranco da crise de crédito na hora de ir às compras. O consumo das famílias caiu 2% no último trimestre do ano passado em relação aos três meses anteriores, o primeiro recuo desde o segundo trimestre de 2003, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Leia aqui, no Estadão




BRASIL - ECONOMIA TEVE O PIOR DESEMPENHO DO PLANETA

PIB do País é o pior dos Brics. Para ONU, governo terá de relançar a economia

O resultado do PIB brasileiro, que recuou 3,6% no último trimestre em relação ao anterior, é o pior até agora entre os países do Bric (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China). A queda é ainda superior à redução do PIB da Europa. "O resultado é chocante", afirmou o alemão Heiner Flassbeck, economista-chefe da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento e Comércio. "O Brasil está pagando o preço por não aceitar políticas expansionistas, nem em momentos de crise."

"Hoje, mesmo se o Brasil reduzir sua taxa de juros o terá feito tarde demais. Agora, não bastará mais os cortes. O governo logo terá de intervir para relançar a economia", afirmou.

Os dados do Brasil ficam piores na comparação anualizada. Na China, o crescimento no quarto trimestre (anualizado) foi de 6,5%. A Índia cresceu 5,3%, menos que a previsão de 7,6%. Se o recuo de 3,6% do PIB brasileiro no quarto trimestre de 2008 for anualizado, pode significar uma queda de 13,6% da atividade econômica em 2009.

Já a Rússia sofre tanto com a queda do preço do petróleo como com a redução da demanda na Europa para suas exportações. O resultado é um crescimento previsto ainda de 2% para os últimos três meses de 2008. Para 2009, a previsão é de que a economia russa sofra uma contração de até 0,7%.

O resultado brasileiro é ainda pior que a queda do PIB na Europa no quarto trimestre de 2008. A média da redução foi de 2,4% e pôs a Europa em uma recessão, fez a inflação despencar e está levando ao desemprego mais de 12 mil pessoas diariamente nos 27 países da UE. Entre os 16 países que usam o euro, a queda foi de 1,5% entre outubro e dezembro.

Com o recuo, o Brasil ocupará a quarta posição no ranking de crescimento do PIB com base no desempenho do quarto trimestre projetado para este ano, segundo a consultoria Austin Rating.Esse ranking é liderado pela Tailândia, com recuo de 22,2% do PIB projetado para 2009, seguido pela Coreia (-20,8%) e Cingapura (-16,4%). "A freada foi mais forte no quarto trimestre nos emergentes porque o ritmo de crescimento era maior do que nos países desenvolvidos", observa o economista-chefe da consultoria, Alex Agostini. No período, o PIB dos EUA, o epicentro da crise, recuo 0,8% ante o terceiro trimestre. Se esse resultado for anualizado, a queda do PIB em 2009 será de 6,2%. Agostini acredita que o Brasil já bateu no fundo do poço e a queda será menos brusca nos próximos meses, diferentemente dos países desenvolvidos.
Jamil Chade - O Estado de São Paulo

2 comentários:

Anônimo disse...

OFF TOPIC
Bom dia!!!

Por favor, vote na Enquete do Estadão:

"Sem-terra realizam ações contra o agronegócio em 13 Estados. Na sua opinião, o protesto é legítimo?"

http://www.estadao.com.br/pages/enquetes/default.htm?id_enquete=215

O "SIM" está ganhando. Vamos reverter isso!!

Abs

Laguardia disse...

A diferença entre Marolinha e Tsunami é a seguinte:

Marolinha é quando meu vizinho perde o emprego

Tsunami é quando você perde o emprego

Paraiso é quando o Lula perde o emprego.