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De acordo com informações do superintendente da PF, em Roraima, José Maria Fonseca, o clima na região é tranquilo. Até agora ele comanda um conjunto de 200 homens, entre policiais federais e da Força de Segurança Nacional. A orientação é para que eles apoiem os produtores na retirada de seus bens da área indígena. Se preciso, os órgãos públicos vão alugar caminhões para pôr à disposição dos arrozeiros. - "Vamos dar todo o apoio que precisarem", disse Fonseca. "Tudo está fluindo bem. Os arrozeiros já começaram a retirar seus equipamentos."
IMPOSSÍVEL
De fato, os produtores de arroz estão deslocando para as cidades mais próximas suas principais e mais caras máquinas agrícolas. Nenhum deles, porém, acredita que será possível cumprir o prazo, anunciado na quarta-feira, pelo ministro Carlos Ayres Britto, do STF, em conjunto com o ministro da Justiça, Tarso Genro.
"Esses iluminados de Brasília deveriam vir aqui para nos dizer como fazer isso", desabafou ontem o arrozeiro e pecuarista Paulo Cesar Quartiero. "Pelas minhas contas, eu precisaria de 200 carretas para transportar máquinas, motores e equipamentos; e outras 200 só para levar o gado da minha fazenda. Pelas minhas contas, são necessários pelo menos 240 dias para executar essa tarefa, com um custo de R$ 2,8 milhões."
Além do descontentamento com o prazo de retirada, considerado curto demais, os fazendeiros ontem mostraram irritação com a divulgação da notícia de que o Ibama pretende multar três deles por explorar áreas não licenciadas e de proteção ambiental.
A maior multa recairá justamente sobre as propriedades de Quartiero, que liderou o movimento de resistência à criação da área indígena em forma contínua, com a retirada de todos os não-índios. "Isso é uma manobra do governo, para evitar pagar a indenização que estamos reivindicando na Justiça", disse ele, ao saber pelos jornais da possibilidade da multa.
Outro arrozeiro que pode ser multado é Ivo Barili. Ele ocupa uma área de aproximadamente 10 mil hectares, dos quais 3 mil são ocupados com arrozais. No momento, sua maior preocupação é retirar o equipamento agrícola da terra indígena.
"Não sei nada sobre meu futuro", disse ele. "Estou trabalhando no cultivo da terra desde que cheguei a Roraima, nos anos 70, quando o slogan do governo era ?plante que o João Garante? (referência ao então presidente João Baptista Figueiredo). Hoje ninguém garante nem os títulos de propriedade que eu tenho. Vou virar um sem-terra. E os meus 50 empregados vão virar sem-trabalho."
Enquanto aguardam a saída dos arrozeiros, os índios que vivem na região já discutem como vão ocupar aquela área. O Estado de São Paulo
2 comentários:
Aguém já viu um aparato desses quando o MST e campesinas invadem instituições públicas??????
A PF - Petista Federal - só age para render dividendos para a política suja do da silva.
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