A VENEZUELA NÃO É UMA DEMOCRACIA
Sua Constituição pressupõe apenas dois poderes, sendo um real e outro ilusório. Por Ives Gandra Martins
Não vejo como possa a Venezuela vir a integrar o Mercosul. A Venezuela não é uma democracia. Sua Constituição, inspirada em professores espanhóis da esquerda radical (CEPS) – não por socialistas moderados –, pressupõe apenas dois poderes, sendo um real e outro ilusório.
O poder real é o Executivo, que subjuga o Judiciário e o Legislativo, e o ilusório é o povo, sempre consultado por plebiscitos ou referendos genéricos. Por outro lado, como não há imprensa livre – no máximo , toleram-se certas manifestações da oposição, logo cerceadas – o ilusório poder do povo é nenhum, pois fantasticamente manipulável e manipulado pelo Executivo.
Essa é a razão pela qual o fanfarrão ditador do país irmão, com seu rosto de orangotango imberbe – a natureza não lhe foi generosa –, em histriônicas manifestações, ataca seus opositores e vizinhos com virulência verbal, quase sempre seguida de efetiva violência, como impedir comícios da oposição nas últimas eleições, retirar poder das regiões onde foi derrotado, invadir portos que se encontram em áreas governadas pela oposição – autorizado por seu "acapachado" Legislativo, o qual se curva, servilmente, a tudo o que pedir, tornando a antiga democracia venezuelana em ditadura típica de uma republiqueta sem perfil.
Ora, o Mercosul exige que seus integrantes sejam verdadeiras democracias, razão pela qual a Venezuela, enquanto governada pelo tiranete introdutor da ditadura bolivariana, de postura circense, não poderá ser admitida na União Aduaneira criada pelo Tratado de Assunção.
A América Latina passa por um período de notória e anacrônica esquerdização, no estilo da fracassada ditadura cubana, com restrições crescentes aos direitos fundamentais. O genocida Fidel – no meu tempo chamado de "Fidel Paredón Castro", pelos milhares de fuzilamentos sem julgamento nos paredões da capital – continua idolatrado pela nova leva de medíocres déspotas que começam a assumir governos latino-americanos. A democracia, pois, adoeceu, no continente, e Chávez é um dos propagadores da praga antidemocrática.
O Senado brasileiro, que mereceu impropérios do verborreico e adiposo governante – ataques deste indivíduo deveriam ser considerados elogios – poderá negar autorização para que aquele país venha a aderir ao Mercosul enquanto não for uma verdadeira democracia, mas sim uma ditadura disfarçada de democracia. Creio que deveria fazê-lo, pois se permitir a entrada desses nossos vizinhos, certamente estará tornando mais instável o Mercosul, que já passa por problemas momentâneos sérios, sobre violentar seu estatuto que, repito, só admite democracias.
Por enquanto, as estrepolias deste ditadoreco, que provocou inflação, desabastecimento e descompassos sociais e econômicos em seu país, são problemas venezuelanos. O que se deve evitar é que se transformem em problemas para o Mercosul e para o Brasil.
Ives Gandra Martins é advogado tributarista, jurista, escritor e Professor Emérito da Universidade Mackenzie – Diário do Comércio
EQUADOR E VENEZUELA CÚMPLICES DAS FARCS
Um ex-integrante das Farc afirmou neste sábado (21) que a guerrilha mantém sete acampamentos em território equatoriano, desde 2002, e que recebem armas da Venezuela e que fazem negócios de narcotráfico com americanos, espanhóis e argentinos.
Carlos Andrés Cuéllar disse, em entrevista à rádio colombiana Caracol que, antes de deixar as armas, viu inclusive um general equatoriano ir a um acampamento das Farc avisar que as Forças Armadas de seu país fariam uma operação de patrulhamento naquela região. Cuéllar, que por sete anos integrou a Frente 48 das Farc, disse que no período viu poucos sequestrados, mas muita droga e armas, que em boa parte vinham da Venezuela.
Ele disse que as Farc receberam uma arma "de alta potência" procedente da Venezuela para uma nova estratégia de guerra contra os militares colombianos, usando morteiros com alcance de 5 km, em substituição aos cilindros de gás.
Cuéllar também afirmou que os chefes as Farc Oliver, Índio Pitufo, Julián Conrado e Tovar atuam em território equatoriano em sete acampamentos e com cerca de 200 homens, com a complacência de militares equatorianos.
"O Equador é um refúgio porque quando as tropas e a aviação colombiana começam a acossar muito a guerrilha, seus homens na mesma hora passam para o outro lado [da fronteira]", ressaltou Cuéllar.
A informação bate com a das autoridades colombianas há um ano, quando mataram o então número 2 das Farc, Raúl Reyes, e mais 24 pessoas em um acampamento da guerrilha em território equatoriano. Diversos membros das Farc que abandonaram as armas costumam repetir este tipo de testemunho, relacionando autoridades do Equador e da Venezuela como cúmplices da guerrilha na zona de fronteira. da Efe, em Bogotá Folha – UOL
Sua Constituição pressupõe apenas dois poderes, sendo um real e outro ilusório. Por Ives Gandra Martins
Não vejo como possa a Venezuela vir a integrar o Mercosul. A Venezuela não é uma democracia. Sua Constituição, inspirada em professores espanhóis da esquerda radical (CEPS) – não por socialistas moderados –, pressupõe apenas dois poderes, sendo um real e outro ilusório.
O poder real é o Executivo, que subjuga o Judiciário e o Legislativo, e o ilusório é o povo, sempre consultado por plebiscitos ou referendos genéricos. Por outro lado, como não há imprensa livre – no máximo , toleram-se certas manifestações da oposição, logo cerceadas – o ilusório poder do povo é nenhum, pois fantasticamente manipulável e manipulado pelo Executivo.
Essa é a razão pela qual o fanfarrão ditador do país irmão, com seu rosto de orangotango imberbe – a natureza não lhe foi generosa –, em histriônicas manifestações, ataca seus opositores e vizinhos com virulência verbal, quase sempre seguida de efetiva violência, como impedir comícios da oposição nas últimas eleições, retirar poder das regiões onde foi derrotado, invadir portos que se encontram em áreas governadas pela oposição – autorizado por seu "acapachado" Legislativo, o qual se curva, servilmente, a tudo o que pedir, tornando a antiga democracia venezuelana em ditadura típica de uma republiqueta sem perfil.
Ora, o Mercosul exige que seus integrantes sejam verdadeiras democracias, razão pela qual a Venezuela, enquanto governada pelo tiranete introdutor da ditadura bolivariana, de postura circense, não poderá ser admitida na União Aduaneira criada pelo Tratado de Assunção.
A América Latina passa por um período de notória e anacrônica esquerdização, no estilo da fracassada ditadura cubana, com restrições crescentes aos direitos fundamentais. O genocida Fidel – no meu tempo chamado de "Fidel Paredón Castro", pelos milhares de fuzilamentos sem julgamento nos paredões da capital – continua idolatrado pela nova leva de medíocres déspotas que começam a assumir governos latino-americanos. A democracia, pois, adoeceu, no continente, e Chávez é um dos propagadores da praga antidemocrática.
O Senado brasileiro, que mereceu impropérios do verborreico e adiposo governante – ataques deste indivíduo deveriam ser considerados elogios – poderá negar autorização para que aquele país venha a aderir ao Mercosul enquanto não for uma verdadeira democracia, mas sim uma ditadura disfarçada de democracia. Creio que deveria fazê-lo, pois se permitir a entrada desses nossos vizinhos, certamente estará tornando mais instável o Mercosul, que já passa por problemas momentâneos sérios, sobre violentar seu estatuto que, repito, só admite democracias.
Por enquanto, as estrepolias deste ditadoreco, que provocou inflação, desabastecimento e descompassos sociais e econômicos em seu país, são problemas venezuelanos. O que se deve evitar é que se transformem em problemas para o Mercosul e para o Brasil.
Ives Gandra Martins é advogado tributarista, jurista, escritor e Professor Emérito da Universidade Mackenzie – Diário do Comércio
EQUADOR E VENEZUELA CÚMPLICES DAS FARCS
Um ex-integrante das Farc afirmou neste sábado (21) que a guerrilha mantém sete acampamentos em território equatoriano, desde 2002, e que recebem armas da Venezuela e que fazem negócios de narcotráfico com americanos, espanhóis e argentinos.
Carlos Andrés Cuéllar disse, em entrevista à rádio colombiana Caracol que, antes de deixar as armas, viu inclusive um general equatoriano ir a um acampamento das Farc avisar que as Forças Armadas de seu país fariam uma operação de patrulhamento naquela região. Cuéllar, que por sete anos integrou a Frente 48 das Farc, disse que no período viu poucos sequestrados, mas muita droga e armas, que em boa parte vinham da Venezuela.
Ele disse que as Farc receberam uma arma "de alta potência" procedente da Venezuela para uma nova estratégia de guerra contra os militares colombianos, usando morteiros com alcance de 5 km, em substituição aos cilindros de gás.
Cuéllar também afirmou que os chefes as Farc Oliver, Índio Pitufo, Julián Conrado e Tovar atuam em território equatoriano em sete acampamentos e com cerca de 200 homens, com a complacência de militares equatorianos.
"O Equador é um refúgio porque quando as tropas e a aviação colombiana começam a acossar muito a guerrilha, seus homens na mesma hora passam para o outro lado [da fronteira]", ressaltou Cuéllar.
A informação bate com a das autoridades colombianas há um ano, quando mataram o então número 2 das Farc, Raúl Reyes, e mais 24 pessoas em um acampamento da guerrilha em território equatoriano. Diversos membros das Farc que abandonaram as armas costumam repetir este tipo de testemunho, relacionando autoridades do Equador e da Venezuela como cúmplices da guerrilha na zona de fronteira. da Efe, em Bogotá Folha – UOL
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