A diplomacia da ajuda humanitária

A Política Externa do Brasil e feita com boa dose de assistencialismo


Enquanto Lula faz média, mandando ajuda para os outros países, uma reportagem da Gazeta de Alagoas de hoje (domingo), mostra o descaso criminoso com a saúde da população daquele Estado, onde 53 hospitais estão abandonados e deteriorando; muitas dessas unidades sequer chegaram a abrir suas portas; faltam médicos e equipamentos, enfim, uma demonstração eloquente do desprezo e cinismo do governo Lula para com a saúde do brasileiro. Na foto: Hospital sucateado em município do interior de Alagoas: uma realidade comum em várias cidades. Foto: Marcelo Albuquerque - Por Gaúcho/Gabriela


Armazenados em embalagens estampadas com a bandeira verde e amarela, pelo menos 1.798 toneladas de alimentos, mais vacinas, remédios, barracas e até parafusos foram distribuídos ao redor do mundo em 2008. Neste ano, em pouco mais de três meses, só em gêneros alimentícios foram mais de 44 mil toneladas, em um gasto superior a R$ 80 milhões.

Países pobres da América Central e da América do Sul são o principal alvo de uma estratégia cuidadosamente planejada. Além de consolidar as relações políticas com essas nações, o Lula da Silva faz da solidariedade um cartão de visitas e aproveita para angariar apoio na corrida por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

– Faz parte do jogo internacional. É uma maneira de ganhar amigos – afirma David Fleischer, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UNB).

Se a intenção é ser simpático, o Lula resolveu apostar alto e profissionalizar suas armas de conquista.


Desde março, o Brasil tem condições de responder prontamente, sem atrasos, a sinais de socorro emitidos de qualquer canto do globo. Pelo menos esta é a vocação do primeiro armazém humanitário do país, com capacidade para guardar 14 toneladas de alimentos, o equivalente à carga de um avião Hércules C-130. Localizado no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, o terminal de cargas da Infraero será permanentemente abastecido com uma espécie de kit da assistência humanitária internacional. Cada caixa, pesando 23,9 quilos, é recheada com mantimentos como sardinha em lata, biscoitos, macarrão, farinha de milho e açúcar cristal.

Em 2006, apenas dois países foram ajudados pelo Brasil. No ano passado, esse número pulou para cerca de 20 países. Foram nações mergulhadas em tragédias, vítimas de furacões, ciclones, enchentes ou alguma epidemia, que recorreram ao Brasil e foram atendidas. A doação é sempre uma resposta a um pedido específico de cada nação, mas não se limita às áreas carentes. A China, uma das maiores economias do mundo, usou roupas, barracas e comeu comida brasileira quando um terremoto arrasou a província de Sichuan em 2008.

Ex-embaixador brasileiro nos EUA, Rubens Barbosa lembra que a prática da ação humanitária não é novidade, mas a repetição e a intensidade das doações, sim. O embaixador vê uma subordinação direta deste excesso de solidariedade ao sonho de Lula de se firmar como um líder no continente americano e ocupar uma vaga no Conselho de Segurança. Barbosa só não considera a estratégia eficiente:

– Não há relação entre a ajuda e a decisão política dos países lá no momento da definição. Mas, enfim, quem pode, dá. Por Carolina Bahia, de Brasília – Jornal Zero Hora




HOSPITAIS SÃO ABANDONADOS
Com 53 unidades públicas, entre municipais, estaduais e federal, Estado é o retrato do descaso na saúde

O coração do Sistema Único de Saúde (SUS) nunca bombeou sangue suficiente para garantir a saúde financeira dos hospitais de cidades do interior. Há décadas, durante várias gestões municipais, estaduais e federais, os problemas de estrutura física, falta de médicos e de equipamentos proliferam como uma peste. A corrupção e o desvio de recursos atacam direto na jugular, fazendo sangrar um paciente que também sofre com o desperdício de recursos provocado pela incompetência e pela burocracia.


Diante de tantos problemas longe da capital, as ambulâncias aparecem como o principal investimento das prefeituras e do governo do Estado. Nestes últimos dias, o governador Teotonio Vilela Filho percorreu cidades do Sertão e do Litoral para anunciar a entrega de veículos em seis municípios, repetindo a mesma medida já adotada infinitas vezes por gestores anteriores. Leia mais aqui, na Gazeta de Alagoas

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