Ele já foi chamado de presidente "Teflon", o presidente mais popular do mundo, um líder que sobreviveu a escândalo atrás de escândalo apenas para ver seu índice de aprovação subir a novas alturas.
Mas com a forte desaceleração industrial e alta do desemprego, o presidente do Brasil, Lula da Silva, pode estar exibindo algumas rachaduras em sua armadura aparentemente impenetrável, dizem os analistas.
Lula ainda conta com um apoio invejável em casa, mas se a tempestade econômica prosseguir, ela poderia minar ainda mais esse apoio e atrapalhar sua capacidade de transferir a presidência em 2010 para sua sucessora escolhida, Dilma Rousseff, a ministra da Casa Civil, disseram os analistas.
No encontro de cúpula nesta semana, Lula buscará estabelecer o Brasil como potência mundial, mas "o truque em Londres será atingir as notas substantivas certas, estabelecendo a liderança brasileira sem colher muito desdém daqueles ao seu redor", disse Sweig.
Na semana passada, Lula colheu muito desdém.
A crise econômica, ele disse, foi causada "por comportamentos irracionais de gente branca com olhos azuis, que antes pareciam saber de tudo, e, agora, demonstram não saber de nada".
Os comentários poderiam ter causado apenas uma leve agitação na presença de outros líderes latino-americanos, que rotineiramente criticam os banqueiros nos Estados Unidos e na Europa. Mas ditos em Brasília com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao seu lado, os comentários de Lula causaram irritação tanto em casa quanto no exterior.
"Aquela era uma grande chance de Lula mostrar que é a voz de uma liderança razoável, considerada", disse Amaury de Souza, um analista político que comanda a MCM Consultores Associados, no Rio. "Agora ele pode ser acusado de racismo, o que enfraquece enormemente as posições do Brasil na política externa."
Não foi a primeira vez que ele exibiu sua raiva em relação à crise. Após passar grande parte da década desenvolvendo sua economia, domando a inflação e poupando mais de US$ 200 bilhões durante o boom dos commodities, o Brasil era visto como um exemplo na economia mundial.
"O desejo do Brasil de ser considerado uma das grandes potências econômicas faz parte desta frustração de Lula", disse Johanna Mendelson-Forman, associada sênior do programa para Américas do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais. "É como se ele dissesse: 'Agora que cheguei a potência econômica, o mundo quebra'."
Enquanto a crise econômica se desdobrava nos Estados Unidos e na Europa no final do ano passado, Lula minimizava a possibilidade de contágio em seu país.
"Lá, a crise é uma tsunami", ele disse em outubro. "Aqui, se ela chegar, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar".
Mas agora a economia do Brasil está sofrendo. Seu produto interno bruto caiu em 3,6% no último trimestre de 2008, a pior queda entre os países latino-americanos. O país perdeu 654.946 empregos em dezembro de 2008 e mais 101.748 empregos em janeiro, segundo o Ministério do Trabalho.
O impacto está exercendo um preço político. Em março, Lula sofreu sua primeira queda de popularidade em mais de um ano. Seu índice de aprovação em algumas pesquisas ainda é impressionante, pairando acima de 70%, mas poderia cair abaixo de 50% se o declínio econômico prosseguir, disse David Fleischer, um professor de ciência política da Universidade de Brasília. Por Alexei Barrionuevo - Tradução: George El Khouri Andolfato
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ESTALEIRO MAUÁ DEMITE 200 EM DOIS DIAS
O Estaleiro Mauá, de Niterói, demitiu cerca de 200 dos seus mais de cinco mil funcionários ontem e anteontem. Semanas atrás, a empresa informara que, até dezembro, os empregos estavam garantidos pela carteira de projetos. As demissões se concentraram nas áreas administrativa e de engenharia. Nos bastidores, comenta-se que a decisão foi motivada pela falta de encomendas da Petrobras e por cancelamentos de projetos da venezuelana PDVSA. Flávia Oliveira - O Globo
Mas com a forte desaceleração industrial e alta do desemprego, o presidente do Brasil, Lula da Silva, pode estar exibindo algumas rachaduras em sua armadura aparentemente impenetrável, dizem os analistas.
Lula ainda conta com um apoio invejável em casa, mas se a tempestade econômica prosseguir, ela poderia minar ainda mais esse apoio e atrapalhar sua capacidade de transferir a presidência em 2010 para sua sucessora escolhida, Dilma Rousseff, a ministra da Casa Civil, disseram os analistas.
No encontro de cúpula nesta semana, Lula buscará estabelecer o Brasil como potência mundial, mas "o truque em Londres será atingir as notas substantivas certas, estabelecendo a liderança brasileira sem colher muito desdém daqueles ao seu redor", disse Sweig.
Na semana passada, Lula colheu muito desdém.
A crise econômica, ele disse, foi causada "por comportamentos irracionais de gente branca com olhos azuis, que antes pareciam saber de tudo, e, agora, demonstram não saber de nada".
Os comentários poderiam ter causado apenas uma leve agitação na presença de outros líderes latino-americanos, que rotineiramente criticam os banqueiros nos Estados Unidos e na Europa. Mas ditos em Brasília com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao seu lado, os comentários de Lula causaram irritação tanto em casa quanto no exterior.
"Aquela era uma grande chance de Lula mostrar que é a voz de uma liderança razoável, considerada", disse Amaury de Souza, um analista político que comanda a MCM Consultores Associados, no Rio. "Agora ele pode ser acusado de racismo, o que enfraquece enormemente as posições do Brasil na política externa."
Não foi a primeira vez que ele exibiu sua raiva em relação à crise. Após passar grande parte da década desenvolvendo sua economia, domando a inflação e poupando mais de US$ 200 bilhões durante o boom dos commodities, o Brasil era visto como um exemplo na economia mundial.
"O desejo do Brasil de ser considerado uma das grandes potências econômicas faz parte desta frustração de Lula", disse Johanna Mendelson-Forman, associada sênior do programa para Américas do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais. "É como se ele dissesse: 'Agora que cheguei a potência econômica, o mundo quebra'."
Enquanto a crise econômica se desdobrava nos Estados Unidos e na Europa no final do ano passado, Lula minimizava a possibilidade de contágio em seu país.
"Lá, a crise é uma tsunami", ele disse em outubro. "Aqui, se ela chegar, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar".
Mas agora a economia do Brasil está sofrendo. Seu produto interno bruto caiu em 3,6% no último trimestre de 2008, a pior queda entre os países latino-americanos. O país perdeu 654.946 empregos em dezembro de 2008 e mais 101.748 empregos em janeiro, segundo o Ministério do Trabalho.
O impacto está exercendo um preço político. Em março, Lula sofreu sua primeira queda de popularidade em mais de um ano. Seu índice de aprovação em algumas pesquisas ainda é impressionante, pairando acima de 70%, mas poderia cair abaixo de 50% se o declínio econômico prosseguir, disse David Fleischer, um professor de ciência política da Universidade de Brasília. Por Alexei Barrionuevo - Tradução: George El Khouri Andolfato
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Um comentário:
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