Raposa - Pecuaristas afirmam que não saem e preparam resistência

EXPULSOS, SEM DESTINO CERTO, E SEM INDENIZAÇÃO

Parabéns, STF!

Um grupo de pecuaristas que possui fazendas na área da reserva indígena Raposa Serra do Sol afirmou em entrevista à Folha que não sairá de forma espontânea de suas propriedades e que está preparando uma frente de resistência.

Eles tomaram a decisão após reunião na tarde da quarta-feira, dia 1°, com o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Jirair Aram Meguerian, que junto com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, é o responsável por toda a operacionalização da retirada dos não-índios da terra indígena.

No encontro, os pecuaristas foram informados que não serão notificados da decisão porque, segundo Meguerian, eles não são parte do processo e, portanto, não há necessidade da formalização.

Segundo um dos desintrusados, Jósimo Hart, apesar disso, o presidente do TRF-1 reforçou a informação de que eles têm até o dia 30 desse mês para sair da área de forma ordeira e levando todos os seus pertences. “O que ficamos sabendo é que os indígenas fazem questão de repetir todos os dias para gente é que depois desse prazo não vamos poder levar mais nada do que temos nas fazendas”, complementou.


Outra notícia que teria desagradado o grupo foi a de que a FUNAI irá junto com a Polícia Federal proceder à logística da retirada dos pertences das famílias. “Eles disseram que a PF e a FUNAI vão disponibilizar os caminhões, mas não informaram onde seremos reassentados. O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, afirmou no dia do julgamento que a FUNAI não iria participar do processo e agora ficamos sabendo que eles vão transportar nossos bens?”, questionou Jósimo.

Meguerian afirmou ainda, durante a reunião, que os fazendeiros terão independente do recebimento da indenização, que sair da área até o prazo estipulado. Os fazendeiros alegam que o ministro do STF, Celso de Mello, declarou em seu voto no último dia de julgamento do caso que não haveria problemas para reassentar as famílias, uma vez que foi amplamente divulgado pela imprensa que no dia 28 de janeiro a União repassou ao Estado 6 milhões de hectares de terras.

Todas as propriedades dos pecuaristas ficam no Município de Normandia e ocupam em média 50 mil hectares de terra. Nas fazendas estão mais de 10 mil cabeças de gado e produzem leite, queijo e carne que abastecem principalmente o mercado de Boa Vista, Bonfim e Normandia. Eles também têm criações de caprinos, ovinos e aves.

REUNIÃO

O grupo esteve reunido na manhã de ontem com o advogado Valdemar Albrecht, que cuida dos processos que os pecuaristas têm em andamento no STF, para formatar uma proposta para ser apresentada ao governador Anchieta Júnior (PSDB) e ao senador Romero Jucá (PMDB), possivelmente amanhã, dia 4, na fazenda Manga Brava, em Normandia.

Segundo afirmaram, foi criado um emblema de que existiam apenas arrozeiros dentro da área indígena. “Para eles, em Brasília, aqui só tinham seis arrozeiros. Quando chegaram aqui é que foram informados dos outros fazendeiros e tiveram que nos chamar para a reunião. Não ficamos satisfeitos com o resultado do encontro porque não existe indenização ou outra área para reassentamento”, frisou Jósimo.

Incerteza sobre o reassentamento em nova área preocupa fazendeiros

Os fazendeiros que possuem propriedades na terra indígena Raposa Serra do Sol alegam não se importar com o fato de ter que sair da região, mas exigem atenção dos governos federal e estadual no tocante ao recebimento de suas indenizações e à segurança de ter uma terra destinada para seu reassentamento.

O pecuarista Adolfo Sbell, proprietário da fazenda Manga Brava, disse que não vê problemas em sair da região contanto que o Governo Federal destine as terras para o reassentamento e pague a indenização justa. Ele tem 82 anos e, com lágrimas nos olhos, disse à Folha que está resignado a sair da terra onde nasceu e foi criado. “Meus avós moraram aqui, meus pais nasceram nessa terra. Mas, se me derem condições, eu saio. Não vou sofrer por isso”, lamentou.

Domício de Souza Cruz, dono da fazenda 13 de Maio, disse que batizou sua propriedade em alusão à data da libertação dos escravos. Ele se refere ao fato de já haver sido retirado da reserva indígena de São Marcos.

“Achei que estava livre disso tudo. O próprio INCRA [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] me vendeu essa segunda fazenda e deu título de domínio. Agora diz que não vale nada”, lembrou ao complementar que até o momento não recebeu indenização pela saída da reserva São Marcos. Por ELISSAN PAULA RODRIGUES da
Folha de Boa Vista

Um comentário:

Anônimo disse...

AOS PECUARISTAS, QUEIMEM E DESTRUAM TUDO O QUE PUDEREM NÃO DEEM NADA DE MÃO BEIJADA PARA OS VAGABUNDOS INDIGENAS, ONGs PASTORAIS CATOLICAS, PESSOAL QUE SO QUER MAMAR NAS TETAS DAS VACAS"DOS OUTROS" VAMOS ESPERAR QUE O EXERCITO ACABE LOGO COM ESSA BAGUNÇA..