Está provado: ficção é o "PAC", não o Mensalão

PAC 2 anos: apenas 3% das obras estão concluídas

Levantamento inédito realizado pelo Contas Abertas, com base nos relatórios estaduais divulgados pelo comitê gestor do programa, aponta que de um total de 10.914 empreendimentos distribuídos nas 27 unidades federativas do país, apenas 3% foram concluídos e 74% sequer saíram do papel nos dois primeiros anos do PAC. As informações englobam investimentos previstos pela União, empresas estatais e iniciativa privada - período 2007-2010 e pós 2010 - atualizados até dezembro de 2008.



O MENSALÃO EXISTIU

O ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na condição de testemunha de defesa, Thomaz Bastos compareceu à justiça de São Paulo para dizer que o mensalão (o sistema pelo qual o governo pagava mesadas aos parlamentares em troca de apoio político) nunca existiu. Foi acompanhado na opinião pelo deputado Aldo Rebelo, do PC do B, que chegou a ocupar a presidência da Câmara dos Deputados sob o atual governo. Evidentemente, a negativa de ambos não chega a ser uma surpresa, mas trata-se claramente de uma tentativa de reescrever a história. Aos fatos, então. Por Maurício Lima


A história toda começa quando um dos beneficiados, o deputado Roberto Jefferson, resolve entregar a pilantragem. Acuado por um escândalo nos Correios e sentindo-se traído pelos cardeais do PT, Jefferson (como diria um grande amigo, cada país tem o Jefferson que merece) delata o esquema. Dá nomes, situações, valores, todos os detalhes.

Depois da confissão, transmitida para todo o Brasil, a imprensa começa a investigar e descobre que havia pagamentos, que eles eram feitos com o dinheiro de uma agência de publicidade e por um publicitário chamado Marcos Valério. Até o nome do banco onde eram feitos os pagamentos foi revelado. Ou seja:houve crime e as provas apareceram.

Ao dizer que não existiu o mensalão, Bastos tenta proteger o articulador político do governo naquela ocasião, ministro José Dirceu e, principalmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua tese é a de que os pagamentos eram feitos para custear os gastos das campanhas políticas daqueles parlamentares. Quem já passou por Brasília, mesmo em escala aérea, sabe que isto não é verdade. A divisão do caixa 2 das campanhas é feita de uma só vez e em período próximo a uma eleição - não um processo realizado em prestações, que se arrasta por meses, em quantias de 30 000 a 40 000 reais.

A intenção do governo ao pagar as tais mesadas era claramente "fidelizar" os mais importantes parlamentares do Congresso, aqueles que controlam os votos necessários à aprovação de um projeto. Na época, o PT ainda não havia nomeado tantos ministros do PMDB. A posição no Congresso era mais frágil do que é hoje e os votos de partidos menores faziam falta. Para resolver este problema, Dirceu (diga-se de passagem) era a favor de uma forte aliança com o PMDB desde o princípio. Foi Lula quem preferiu o jogo no varejinho.

Incumbido da tarefa de arrebanhar este pessoal, Dirceu escolheu um outro caminho. Como a fiscalização sobre este tipo de verba havia crescido na imprensa, ele optou por uma fórmula que envolvia os contratos de publicidade do governo. Em geral, estes contratos são caríssimos e de difícil investigação. A agência de Marcos Valério, que já havia feito um esquema semelhante para o PSDB em Minas, foi a escolhida. A empresa começou a ganhar uma série de contas importantes de estatais e governo e repassava uma parte do dinheiro para os tais parlamentares. Tudo transcorreu bem até que um insatisfeito veio a público e a casa caiu.

Negar o mensalão, Dr Márcio, é ofender a inteligência do brasileiro.
Revista Exame

Maurício Lima - Editor-executivo da revista EXAME

Um comentário:

gabriela disse...

acabei de ver a propaganda do PT na TV os vagabundos vivem de ficção. O Brasil foi descoberto em 2003 pelo Lula da Silva. O desgraçado reduziu impostos, o PAC vai bem, muito obrigada! Todos os governadores do PT cuidam do seu povo com respeito e dignidade, Inclusive aparece a Cangaceira, Ana Júlia Carepa. Somos uma das maiores economias do mundo, enfim, a Suíça que se cuide em termos evolução. O" cara "disse que nós somos o cinismo. Eles usam as mesmas palavras que usamos para adjetivá-los, é impressionante a tática deles.
Então, ver esse Tomaz Bastos dizer que nunca soube nada sobre "mensalão" que é ficção - nada demais vindo desse garganta de esgoto.