O zoológico de Roraima

O governador do Estado Anchieta Júnior ao conceder entrevista esta semana a respeito da retirada dos não índios e dos arrozeiros da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol foi curto e grosso. “Não pretendo, não vou discutir. Esse assunto já foi discutido exaustivamente. Aquilo vai se transformar num verdadeiro zoológico humano. Sem a menor condição de sobrevivência, sem contato com o branco, o que vamos ver lá serão animas humanos”.

Para o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcio Meira afirmou que a declaração do governador de Roraima tinha cunho racista. O chefe do Poder Executivo se defendeu em seguida e adiantou que teria dito que na realidade os índios da Raposa iriam ficar numa vitrine como exposição para a população brasileira e dos povos estrangeiros.

Em linhas gerais o governo Federal atende a Funai, onde as terras indígenas são demarcadas e posteriormente homologadas e depois os índios ficam entregues a própria sorte sem nenhum tipo de assistência. E o resultado disto tudo tem sido uma tragédia senão vejamos.

Dias atrás Índios Guajajaras mataram um homem a pauladas na cabeça. Gutenberg Brito Câmara. Por Wilson Barbosa (*)


Ele foi assassinado ontem por volta das 19:00, na estrada que dá acesso a cidade de Jenipapo dos Vieiras, o mesmo estava a trabalho, ele era motorista de uma madeireira, acreditasse que a madeira que ele foi pegar na área indígena é ilegal, porém foi vendida pelos próprios índios, os criminosos já foram pegos pelo GOE de Barra do Corda e estão detidos na delegacia desta cidade, os mesmos disseram que estavam bêbados e queriam dinheiro. A vítima era casado, tinha 39 anos e deixa três filhos.

Esta não é a primeira vez que Índios Guajajaras cometem crimes com requintes de crueldades. Em 2001 três índios da região de Barra do Corda cobraram pedágio (proibido por Lei) a três empresários que se recusaram a pagar e tiveram suas vidas ceifadas. As vitimas foram mortas a tiros e golpes de facas, depois tiveram os corpos amarrados e seguida arrastados pelo asfalto e em seguida foram abandonados na rodovia. Os acusados que eram menores de idade, foram presos e passaram anos detidos numa delegacia de São Luis.

Também no Maranhão índios eram acostumados a deixar que traficantes plantassem maconha dentro das reservas. Numa operação da Polícia Federal foram encontrados milhares de pés da droga e o cacique da aldeia afirmou que não tinha autorizado a plantação.

O delegado teria afirmado na ocasião dentro de seis meses retornaria a reserva e caso encontrasse algum pé de maconha o primeiro a ser preso seria o cacique da aldeia. O índio afirmou que não poderia ser preso por conta das plantações de maconha na reserva pois era inimputável. Decorridos seis meses o delegado voltou a região e foi encontrado outra quantidade maior de maconha na área e o policial cumpriu a palavra e efetuou a prisão do cacique da reserva por tráfico de drogas.

Em 2005 cerca de 29 garimpeiros foram assassinados cujos crimes ficaram conhecidos como a chacina na Reserva Roosevelt. Eles foram mortos à noite durante emboscada feita por índios Cinta-Larga dentro de uma área de extração ilegal de diamantes, um novo conflito rompe uma trégua marcada pela tolerância da garimpagem ilegal em terras proibidas vigiadas por uma Força-tarefa envolvendo as polícias Federal e Militar.

Tempos depois surpreendidos por um grupo de índios os garimpeiros Lismar Nunes da Silva, o Pernambuco, e Francisco da Chagas, o Macarrão, foram assassinados. O terceiro garimpeiro, Arionilson Bispo da Silva conseguiu escapar com vida após ter levado um tiro na barriga.

Uma fonte revelou que a morte dos dois garimpeiros teria sido por causa de um desentendimento com os índios. Algo relacionado com a divisa de barranco na garimpagem ou o não-pagamento para poder garimpar em terras indígenas, prática comum.

Em pronunciamento no Plenário da Casa, o senador Augusto Botelho (PT-RR), afirmou que quando são demarcadas as áreas, os índios são deixados à própria sorte. Todas as áreas demarcadas em Roraima se encontram nessa condição.

Ele citou bem o exemplo de São Marcos, onde os indígenas só escapam porque fazem descaminho de gasolina da Venezuela. Compram gasolina na Venezuela e vendem nas suas aldeias para quem for comprar lá. Isso ocorre porque não foi tomada uma outra atitude, não foi dada uma outra posição para eles conseguirem viver com dignidade.

Para o número de índios existentes no lavrar dessas áreas que estão sendo discutidas, são áreas que não têm praticamente floresta nenhuma. São áreas de cerrado, um cerrado mais pobre do que o cerrado aqui do Centro-Oeste. E viver da caça e da pesca é impossível, primeiro, porque eles já estão acostumados a viver como a nossa maneira de viver; segundo, porque não há caça e pesca para sustentar 18 mil índios nessa área. (*) Jornalista:
wilsonbarbosatreze@gmail.com

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