
Uma das principais ocorreu em 2005, quando o Brasil tentou eleger o diplomata Luís Felipe de Seixas Correa para a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC). Seixas Correa foi o primeiro a ser eliminado em um processo que acabou elegendo o francês Pascal Lamy. Na União Internacional de Telecomunicações, em 2007, o brasileiro Roberto Blois teve o mesmo destino. Na Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), a vítima foi José Graça Aranha, que perdeu por apenas um voto para um candidato da Austrália. O Brasil ainda tentou colocar João Sayad no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Acabou derrotado por um candidato colombiano. Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
DERROTA DE ELLEN PÕE EM XEQUE DIPLOMACIA DE LULA
Pretensões de ministra do STF e do Planalto acabaram frustradas pela OMC, que se irritou com atuação do governo. A derrota da ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, na eleição da Organização Mundial do Comércio (OMC) respinga no presidente Lula da Silva. Por Klécio Santos
Ao assumir uma atribuição do Itamaraty, telefonando para vários chefes de Estado em busca de apoio à ministra, Lula acabou irritando os integrantes da OMC, ajudando a consolidar a vitória do advogado mexicano Ricardo Ramirez.
Ao rejeitar o nome de Ellen, a OMC fez aumentar a lista de insucessos da diplomacia brasileira junto a organismos internacionais e ajuda a engrossar o coro daqueles que colocam em dúvida os resultados práticos do propalado protagonismo do Brasil no Exterior. Afinal, Lula que recém esteve na China e, antes, havia sido chamado de “o cara” pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não contou com o apoio dos dois países.
Contudo, o empenho de Lula na candidatura da ministra se justifica. O Itamaraty havia ignorado as pretensões de Ellen de conquistar uma vaga no Tribunal Internacional de Haia. À época, a candidatura da então presidente do STF contava com a simpatia de Lula e até da oposição, mas o Brasil já havia lançado a campanha, por fim vitoriosa, do jurista Antônio Augusto Cançado Trindade. Uma vitória na organização seria uma forma de compensar Ellen. Setores da OMC, entretanto, reclamaram da falta de conhecimento específico da ministra em comércio internacional. Também pesou o fato de que o Brasil já ocupava o cargo há oito anos e havia necessidade de renovação.
Revés frustra plano de Lula de indicar Toffoli ao STF
Há duas semanas, o chanceler Celso Amorim afirmou que só havia duas prioridades estratégicas do Itamaraty no cenário internacional: a eleição de Ellen e a articulação pelas Olimpíadas no Rio. Ele próprio em campanha disfarçada ao cargo de diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, o chanceler tentava disfarçar outra jogada arriscada do Itamaraty e criticada nos bastidores diplomáticos: o apoio ao egípcio antissemita Farouk Hosny ao posto máximo na Unesco, em detrimento do diplomata brasileiro Marcio Barbosa. – Essa é mais uma candidatura inviável do Brasil – afirma um ex-embaixador com prestígio internacional.
Diante do risco de acumular mais um revés, já há quem defenda no Itamaraty um recuo do Brasil no apoio a Hosny, sem que o gesto represente prejuízos junto ao mundo árabe. A torcida seria para que a candidatura de Hosny caísse pelo caminho e o Brasil então faria outra opção, que poderia ser o próprio Barbosa. No plano interno, a fracassada investida de Ellen no cenário jurídico mundial também causa problemas a Lula. O presidente pretendia indicar o advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, à vaga aberta por Ellen no STF. Agora terá de esperar pela aposentadoria de Eros Grau, prevista para o ano que vem. Zero Hora
Um comentário:
E na desastrad política externa o Brasil apoia um egípsio radical em lugar de um brasileiro para a Unesco.
Lula e o PT colocam a ideologia marxista acima dos interesses da nação.
Para mim isto é crime
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