
Pesquisas mostram que sindicalistas foram nomeados para 43% dos postos desse tipo no governo federal.
Cerca de 26% dos profissionais que ocupam cargos de confiança no governo Lula ou já foram ou são filiados a um partido político. Desse total, a grande maioria é de filiados ao PT, aproximadamente 80%. Os dados fazem parte de duas pesquisas recentes feitas pelo CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil) da FGV, coordenadas pelas cientistas políticas Maria Celina DAraújo e Camila Lameirão.
Em 2007, a Folha revelou que 45% da cúpula do governo era sindicalizada. Os novos indicadores mostraram poucas variações no decorrer dos dois mandatos de Lula. Os sindicalizados variaram para 42,8% (mais alto do que a da média nacional de 17,7%, segundo os dados da Pnad de 2007). Por Fernando Barros de Mello - Folha de São Paulo
Ainda na comparação entre os dois mandatos de Lula, a participação em movimentos sociais foi de 46% para 46,3% e, em organizações locais, de 23,8% para 26,8%.
Vale destacar o incremento no pertencimento a centrais sindicais, indicando a corroboração da tese de que esta é uma instância que efetivamente está sendo fortalecida pelo governo, escreve Lameirão. O percentual de pessoas ligadas a centrais sindicais passou de 10,6% para 12,3%.
A estrutura administrativa do poder Executivo federal conta com mais de 77 mil cargos ou funções de confiança, nomeados pelo presidente, por ministros ou por autoridades competentes. Cerca de 26% desse total, mais de 20 mil pessoas, são cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior), alvos da pesquisa.
Quanto mais alto é o cargo de confiança, mais filiados há. Os cargos de confiança analisados foram os chamados DAS-5, DAS-6 e Natureza Especial. Nos DAS-5, são 59,3% de filiados e 30,6% nos DAS-6.
A pesquisa aponta que no segundo governo Lula aumentou a participação de pessoas com experiência em cargos de direção no Executivo.A pesquisadora Maria Celina DAraújo também analisou os partidos que mais ocuparam cargos de ministros desde a redemocratização. Foram o PMDB (66) e o PT (52).
A professora chama a atenção para o fato de que o primeiro governo Lula foi o único em que o partido do presidente ocupou mais de 60% das pastas ministeriais (33 em 54).
Considerando todo o período desde a redemocratização, 11,5% dos ministros tinham algum vínculo com sindicatos. No atual governo Lula, o número sobe para 27%. Mesmo prestigiando menos os empresários em postos de mando, os governos Lula não se colocaram em confronto com os empresários. Pelo contrário. De toda a forma, aponta um compromisso político inédito com os setores organizados dos trabalhadores, diz Araújo.
2 comentários:
Lembro quando o José Genuino escrevia artigos no Estadão e afirmou que o governo petista tinha o objetivo de preencher cargos em todos os escalões das administrações em, pelo menos, 75%.
Taí!
E a farra de cargos, enquanto servir como moeda política, vai continuar...
Aí está a principal luta de Lula contra o desemprego... DE PETISTAS.
A luta de Lula será grande para fazer seu sucessor, pois tem muitos "companheiros" que vão ficar sem seus empregos.
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