A Receita Federal e o Ministério da Fazenda condenaram a decisão da Petrobras de mudar o regime contábil no meio do ano fiscal. Foi essa a manobra usada pela empresa para recolher R$ 4,3 bilhões a menos de tributos. O Fisco chegou a divulgar nota sobre o assunto. José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, comparou a empresa à Geni, em que todos gostam de bater.
Após a Petrobras montar uma operação de guerra para defender o artifício contábil usado em 2008 que rendeu à estatal mais de R$4 bilhões em compensações fiscais, a Receita Federal e o Ministério da Fazenda contestaram, ontem, a estratégia da estatal de mudar o regime de recolhimento de impostos no meio do ano. Leia mais aqui – O Globo
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OPERAÇÃO ABAFA
Antes de seguir para Arábia Saudita, China e Turquia, o Lula quer deixar resolvidas as questões relativas às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que ameaçam a já frágil base de apoio do governo no Senado.
O foco principal é a CPI que o senador Álvaro Dias propôs para investigar a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) por indícios de fraudes em licitações, como a da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e desvio de royalties do petróleo.
O assunto será abordado na quarta-feira em reunião no Planalto para tratar de questões econômicas. O governo dirá que, em tempos de crise, não dá para investigar uma empresa tão atrativa quanto a Petrobras. Por isso, ontem mesmo o Poder Executivo começou um movimento para tentar retirar de duas a três assinaturas dessa CPI.
Só que há outra engatilhada que não está muito longe da Petrobras: a CPI do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na oposição, há quem diga que basta mirar no que levou a redução de recursos ao órgão que se chega à Petrobras. E olha que, conforme esta coluna antecipou há mais de um mês, o governo pretendia se livrar da CPI da Petrobras oferecendo aos leões a do Dnit. Agora, não quer mais nenhuma. Correio Braziliense
PETROBRÁS SEGURA LUCRO GRAÇAS A PREÇO DE GASOLINA
Enfraquecido pela queda da cotação do petróleo, o desempenho da Petrobras no primeiro trimestre só não foi pior porque a estatal não alinhou o preço dos derivados aos do mercado internacional e postergou a redução dos da gasolina e do diesel, segundo analistas.
Pelas contas do Banco do Brasil, o diesel vendido no Brasil custa 60% a mais do que nos EUA. No caso da gasolina, a diferença é de 35%.
"Sem mexer no preço dos combustíveis, a Petrobras conseguiu margens melhores e boa parte disso ocorreu porque não repassou a queda do petróleo", diz Nelson Rodrigues de Mattos, analista do BB. Com isso, diz, a estatal diminuiu o impacto da redução do preço do petróleo -de quase 30% no primeiro trimestre- no seu resultado.
"Sem dúvida, a queda do preço do petróleo foi o principal fator negativo no primeiro trimestre. Se a Petrobras tivesse reduzido os preços dos combustíveis, o resultado seria ainda mais fraco", afirma Luiz Octávio Broad, analista da Ágora. A Petrobras ajusta no longo prazo seus preços e evita repassar as oscilações do preço do petróleo. Em tese, diz Broad, não tem sido prejudicada com essa política. "Ela perde num período [de alta do barril], mas compensa no outro."
Ganho
Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras acumulou ganho de cerca de US$ 1,5 bilhão por não ajustar os preços dos combustíveis desde o início da trajetória da queda do petróleo, iniciada em meados de 2008, até o fim do primeiro trimestre.
No primeiro trimestre, o preço dos derivados no Brasil, de US$ 163 o barril, estava US$ 40 mais alto do que nos EUA (US$ 123 o barril), diz a Petrobras. Diferentemente dos dois trimestres anteriores, o câmbio também não impulsionou o resultado da companhia no período de janeiro a março deste ano, segundo Mattos.
É que a estatal tem mais ativos no exterior do que o total de suas dívidas. Desse modo, a companhia se beneficia da valorização da moeda norte-americana - que estava mais alta ao final do ano passado.
Broad diz que o desempenho da Petrobras também foi afetado pela expansão do endividamento da companhia no primeiro trimestre deste ano, quando teve de buscar mais recursos para financiar seu plano de investimentos -de US$ 174 bilhões até 2013. De janeiro a março, o endividamento da estatal subiu 9% e chegou a R$ 70,3 bilhões. (PS) Folha de São Paulo
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