
Informações mais esclarecedoras foram divulgadas pelo jornal Valor de segunda-feira: entre janeiro e abril, os empregos criados, além de insuficientes, foram de baixa qualidade. o período analisado, foram abertas 48,4 mil vagas, mas, na quase totalidade, a remuneração foi baixa: na faixa de até um salário mínimo, houve saldo líquido positivo de 57,5 mil empregos; de um a um e meio salário mínimo, de 83,9 mil; e na faixa de um e meio a dois salários mínimos, de 12,3 mil. Já nas faixas de dois a três mínimos, o saldo líquido foi negativo em 17,7 mil vagas; de três a cinco mínimos, em 14,9 mil; e, acima de cinco salários mínimos, negativo em 15 mil postos.
Entre os problemas que afetam o mercado de mão de obra desponta a elevada rotatividade dos empregos. No primeiro quadrimestre, foram criadas 332,4 mil vagas com remuneração de até um e meio salário mínimo e fechadas 221,6 mil vagas com remuneração de um e meio a cinco salários mínimos. As empresas aproveitaram a rotatividade para contratar com salários mais baixos e exigir mais qualificação. Entre janeiro e abril, o saldo de empregados sem alfabetização foi reduzido em 16,2 mil, ante a redução de 9,7 mil pessoas no mesmo período de 2008. Situação semelhante ocorreu com os trabalhadores que cursaram o fundamental, completo ou incompleto.
Reempregar-se foi possível para 89,2% dos trabalhadores com curso superior. Mas não tiveram tanta facilidade para encontrar novo emprego os trabalhadores que têm ensino médio (70%), ensino fundamental (82,2%) e os analfabetos (57%).
"Essa é a lógica da alta rotatividade no Brasil", notou o economista do Centro de Estudos de Economia Sindical e do Trabalho da Unicamp, Anselmo Luís dos Santos. "Nos momentos em que o nível de desemprego aumenta, as empresas conseguem encontrar mais pessoas desempregadas com qualificação, dispostas a trabalhar por um salário mais baixo."
Os dados do Caged relativos a maio confirmam a piora da qualidade dos cargos. No Brasil, em todas as atividades, houve saldo líquido de contratações de 131,5 mil pessoas. Mas na indústria, onde estão as melhores ocupações, o saldo de contratações foi de apenas 700 pessoas, em maio - e é negativo em 146,4 mil, nos primeiros cinco meses do ano. Nos últimos 12 meses, o saldo é negativo em 233,4 mil.
Poucos setores da indústria de transformação, como alimentos e bebidas (13,3 mil vagas) e têxtil (2,1 mil), abriram empregos. Continuaram em forte queda as áreas de metalurgia (5,4 mil), mecânica (2,9 mil), calçados (1,9 mil), minerais não metálicos (1,5 mil), material elétrico e comunicações (1,5 mil) e madeira e mobiliário (1,4 mil).
Em fase de colheita, foram abertas 52,9 mil vagas no setor agrícola; outras 44 mil foram abertas em serviços e 17,4 mil na construção civil - nos três casos, com salário médio inferior ao pago pela indústria. Além do mais, a criação de vagas foi concentrada, com destaque para os Estados de São Paulo (44,5 mil), Minas Gerais (37,5 mil), Paraná (11,6 mil), Espírito Santo (10 mil) e Bahia (9 mil). Foi ínfima a geração de vagas formais nas Regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
Nos últimos 12 meses, até maio, o saldo líquido de vagas abertas foi de apenas 580 mil, ante 2,09 milhões nos 12 meses terminados em setembro de 2008. Ou seja, reduziu-se em mais de 1 milhão e meio o saldo de trabalhadores contratados, com carteira.
Por ter havido saldo positivo de vagas, analistas acreditam que ficou para trás o pior momento do mercado de trabalho. Mas a recuperação não será rápida, sobretudo na indústria de transformação, que depende de exportações e da recuperação da economia global. O Estado de S. Paulo
NO ANDAR DE BAIXO
Não adianta muito, portanto, gabar-se de que o Brasil é a décima economia do mundo se a renda de cada um de seus cidadãos está na parte inferior da tabela. Assim mesmo porque se trata de média. Se se tomassem apenas os 20% mais pobres, o padrão seria mais africano que brasileiro.
Ah, já que o presidente Lula acha que a mídia deveria divulgar apenas notícias boas, como o aumento do emprego, em vez de se preocupar com "desgraças", vamos falar um pouco de emprego. E fazer de conta que a aula de jornalismo não é apenas mais uma bobagem da já longa lista recente que sai da boca do presidente.
Entre janeiro e setembro de 2008, a geração líquida de empregos formais alcançava, em média, 180 mil por mês, o ritmo mais forte já observado, escreveu Fernando Sampaio, um dos ótimos colunistas desta Folha. Muito bem: um certo Luiz Inácio Lula da Silva dizia, quando candidato em 2002, que seria preciso criar 10 milhões de empregos nos quatro anos seguintes, o que dá 2,5 milhões por ano e, arredondando para baixo, 200 mil por mês. Se o melhor resultado (180 mil/mês) não chegou lá, também em matéria de criação de empregos estamos no andar de baixo. Opinião da Folha de São Paulo
MYSPACE DEMITE 300 FORA DOS EUA E FECHA NO BRASIL
O escritório brasileiro da rede social americana MySpace, com sede em São Paulo, vai encerrar suas operações em 1 de julho informou ao site G1 o gerente de conteúdo e novos negócios do MySpace Brasil, Angelos Ktenas Junior. A decisão faz parte da reestruturação da empresa, anunciada ontem e que inclui o fechamento de ao menos quatro escritórios e a dispensa de 300 funcionários fora dos EUA - dois terços de sua força de trabalho internacional.
Aberta oficialmente em dezembro de 2007, a filial brasileira tinha dez funcionários. A empresa pertence ao grupo de mídia News Corp., do magnata Rupert Murdoch.
- A decisão nos pegou de surpresa, pois o Brasil trabalha no azul desde seu primeiro ano. Em menos de dois anos, crescemos 400% - disse Ktenas.
O MySpace vem perdendo terreno para o atual líder Facebook e para o Twitter. Na avaliação de Ktenas, porém, o fechamento de escritórios internacionais não está necessariamente ligado à crise, e sim à política de Owen Van Natta, novo diretor-executivo do MySpace. O Estado de São Paulo
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