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Artimanha
A turma de José Sarney acha que o PT, discretamente, estimula as denúncias contra o Senado para desqualificar a CPI da Petrobras
Põe na conta
Além de um batalhão de jornalistas para o blog da "transparência", a Petrobras também paga para divulgá-lo no Google. Aliás, pagamos
A gente é que paga
A “inclusão digital” de Lula - com blog, orkut e twitter - custará R$ 11 milhões. Inútil, se confessadamente ele não gosta de ler nem jornal
Fundo do poço
Motivada pelos R$ 30 milhões em convênios do governo Lula, a CUT faz protestos bizarros contra a CPI da Petrobras, onde fatura alto. Mas paga campanha publicitária por CPIs em estados não governados pelo PT – Cláudio Humberto
EM 86, PETISTA ACUSOU SARNEY DE SER “GRILEIRO”
O discurso do presidente Lula em relação ao Congresso mudou à medida que o petista trocou a oposição pelo governo. Em 1993 ele declarou que, "de todos os deputados no Congresso, pelo menos 300 são picaretas".
Repetiu a crítica em 1994 ("Aquilo que eu falei de 300 é um pouco mais") e 1998 ("Uma vez falei que havia uns 300 picaretas no Congresso, mas a coisa só piorou"). Em 2002, com a vitória à vista, a retórica mudou.
Aceitou o apoio do senador José Sarney, a quem havia chamado de "grileiro", em 1986 ("Sarney não vai fazer reforma agrária coisa nenhuma, porque ele é grileiro no Estado do Maranhão"), e de "ladrão", em 1987 ("Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República"). Na sua campanha à reeleição, Lula fez uma autocrítica: "Eu me dei conta de quantas vezes nós cometemos injustiças contra pessoas... Uma coisa eu tenho tranquilidade, Sarney: nunca lhe ofendi" - Folha de S. Paulo
UMA PRÁ DEUS, OUTRA PRO DIABO
Em meio à crise do Senado, o líder do PMDB na Casa, o alagoano Renan Calheiros (foto), deu um xeque-mate nas pretensões do líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) de assumir a presidência da CPI da Petrobras. Renan convenceu a maioria da bancada de que a legenda, com apenas três dos 11 titulares da comissão, não deve assumir a responsabilidade de dirigir seus trabalhos. A instalação da CPI seria um problema do PT e do PSDB, principalmente.
Com esse argumento, Renan avisa que o PMDB não dará quorum para instalar a CPI enquanto petistas e tucanos não chegarem a um acordo sobre seu funcionamento. Acena com a possibilidade de a oposição indicar o presidente da CPI em acordo com o PT. No fundo, protela os trabalhos da comissão, dando tempo ao governo e à Petrobras para enfrentar as denúncias da oposição. Por Guilherme Queiroz - Correio Braziliense
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