
Em audiência realizada na Comisão de Agricultura da Câmara, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) desautorizou enfaticamente a própria língua.No mês passado, discursando em ato promovido pela Contag, Minc chamara de “vigaristas” os agronegociantes.
Convidado a se explicar, o ministro disse que sua língua fizera declarações que não correspondiam ao pensamento do dono.
"Todos aqui já subiram em carro de som e sabem que as pessoas se empolgam e vão além do que gostariam. E foi o que aconteceu". Pediu desculpas. Algo que já fizera, na época, por meio de uma nota oficial. Queixou-se, de resto, das ofensas que lhe foram dirigidas por parlamentares ruralistas.
"Me chamaram de traficante para baixo", lamentou.
Minc trajava peças de roupa que lhe são incomuns – paletó e gravata, em vez do tradicional colete. Era como se desejasse inspirar respeito nos interlocutores.
Autor do requerimento de convocação de Minc, o deputado Luis Carlos Heinze (RS), do governista PP, se deu por satisfeito com as escusas do ministro.Deu-se coisa diversa com o deputado Giovanni Queiroz (PA), do também governista PDT.
"Olha que vergonha, o país ter um ministro que diz o que não pensa. Acho que o senhor deveria sair daqui e pedir demissão", disse Queiroz. – “O verdadeiro vigarista é aquele que tapeia, engana, que fala demais", sendo aplaudido pela maior parte dos colegas parlamentares presentes à sessão.
“O presidente resgatou um pouco do que o senhor falou. Resgataria mais se o demitisse do ministério”, afirmou Queiroz, em referência ao fato de Lula ter dito na semana passada que quem desmatou não é bandido. “Fala o que não sente e diz o que não pensa. Dá vergonha de ser brasileiro. O senhor está prejudicando e muito a nossa região”, acrescentou o parlamentar.
Minc deu de ombros. Disse que os deputado têm o direito de pedir o seu escalpo. Mas lembrou que o destino de sua cabeça depende da conta de Lula.
Henrique Fontana (PT-RS), líder de Lula na Câmara, disse que ninguém está livre de pronunciar frases que, depois, conduzirão ao arrependimento.
"Uma frase não apaga uma história de vida nem serve para julgar uma vida".
Escrito por Josias de Souza
Um comentário:
Quando se fuma muito,acontece isso,fala-se o que nem se pensa.
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