ENTIDADES CONSIDERAM VAZAMENTO ANTIÉTICO
A Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenaram ontem a Petrobras pelo vazamento, na internet, de informações obtidas pelos órgãos de imprensa. O blog criado pela assessoria de comunicação da estatal foi alvo de críticas em notas divulgadas por ANJ e Abraji e pelo presidente da Fenaj, Sergio Murillo de Andrade.
Segundo a ANJ, que representa os principais jornais do país, a iniciativa é uma “tentativa canhestra de intimidar jornais e jornalistas”. Para a Abraji, integrada por profissionais de diversos veículos, a prática prejudica o trabalho jornalístico e deve ser revista pela empresa.
Na opinião de Andrade, a impressão que se tem é que houve uma tentativa de coação e constrangimento. Andrade considerou a medida antiética e lembrou que assessores de imprensa estão submetidos ao mesmo código de conduta de repórteres e editores de jornais, e podem ser questionados por isso. O Globo
Em nota, a ANJ também chama de antiética a divulgação das perguntas enviadas pelos jornais antes da publicação das reportagens. “A ANJ manifesta seu repúdio pela atitude antiética e esquiva com que a Petrobras vem tratando os questionamentos que lhe são dirigidos pelos jornais brasileiros, em particular por O GLOBO, ‘Folha de S.Paulo’ e ‘O Estado de S.Paulo’, que nas últimas semanas publicaram reportagens sobre evidências de irregularidades e de favorecimento político em contratos assinados pela estatal e suas controladas”, diz o texto, assinado pelo vice-presidente da entidade, Júlio César Mesquita.
A nota classifica de inaceitável a quebra de sigilo das informações obtidas pelos jornais.
“Numa canhestra tentativa de intimidar jornais e jornalistas, a empresa criou um blog no qual divulga as perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa pelos jornalistas antes mesmo de publicadas as matérias às quais se referem, numa inaceitável quebra da confidencialidade que deve orientar a relação entre jornalistas e suas fontes”, afirma a ANJ.
A nota também critica a mensagem de rodapé enviada nos emails da estatal, que ameaça processar quem não der “tratamento adequado” às informações.
“Tal advertência intimidatória, mais que um desrespeito aos profissionais de imprensa, configura uma violação do direito da sociedade a ser livremente informada, pois evidencia uma política de comunicação que visa a tutelar a opinião pública, negando-se ao democrático escrutínio de seus atos”.
A Abraji diz que a Petrobras tem o direito de publicar perguntas e respostas dadas a jornalistas, mas apenas após a publicação das reportagens: “A Abraji entende que, após a publicação da matéria, a Petrobras — assim como qualquer outra empresa, instituição ou pessoa — tem o direito de confrontar suas respostas com o que foi publicado. Mas, ao divulgar os questionamentos e eventuais respostas antes da veiculação da reportagem, a estatal federal prejudica o trabalho jornalístico do profissional que, de boa fé, procura a empresa para checar alguns dados ou ouvir alguma contestação”.
O presidente da Fenaj disse que o blog foi uma medida de gestão de crise que gerou mais tensão entre os meios de imprensa e a Petrobras.
— Teria alguma legitimidade divulgar as perguntas e respostas depois da publicação. Antes da publicação, dá a impressão de constrangimento e coação, tentando adequar a leitura e interpretação que os jornais e revistas vão dar (à notícia). É uma postura ética questionável.
Petrobras reage às críticas e defende blog A Petrobras reagiu às críticas da ANJ: “O blog foi lançado com o estrito objetivo de garantir a total divulgação dos esclarecimentos solicitados pela imprensa e as respectivas respostas enviadas aos jornalistas”. Em nota, a direção da estatal diz respeitar o sigilo das fontes, mas contesta o direito dos órgãos de comunicação de terem suas perguntas mantidas em sigilo até a publicação das reportagens que envolvem a empresa. “Não há compromisso semelhante de confidencialidade e sigilo da fonte para o jornalista, pois isso limitaria o próprio caráter público e aberto da informação”.
A empresa alega ainda que a mensagem de advertência dos seus emails não diz respeito aos jornalistas: “A Petrobras esclarece que respeita a imprensa e jamais faria ou fez qualquer ameaça a jornalistas ou jornais”
A Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenaram ontem a Petrobras pelo vazamento, na internet, de informações obtidas pelos órgãos de imprensa. O blog criado pela assessoria de comunicação da estatal foi alvo de críticas em notas divulgadas por ANJ e Abraji e pelo presidente da Fenaj, Sergio Murillo de Andrade.
Segundo a ANJ, que representa os principais jornais do país, a iniciativa é uma “tentativa canhestra de intimidar jornais e jornalistas”. Para a Abraji, integrada por profissionais de diversos veículos, a prática prejudica o trabalho jornalístico e deve ser revista pela empresa.
Na opinião de Andrade, a impressão que se tem é que houve uma tentativa de coação e constrangimento. Andrade considerou a medida antiética e lembrou que assessores de imprensa estão submetidos ao mesmo código de conduta de repórteres e editores de jornais, e podem ser questionados por isso. O Globo
Em nota, a ANJ também chama de antiética a divulgação das perguntas enviadas pelos jornais antes da publicação das reportagens. “A ANJ manifesta seu repúdio pela atitude antiética e esquiva com que a Petrobras vem tratando os questionamentos que lhe são dirigidos pelos jornais brasileiros, em particular por O GLOBO, ‘Folha de S.Paulo’ e ‘O Estado de S.Paulo’, que nas últimas semanas publicaram reportagens sobre evidências de irregularidades e de favorecimento político em contratos assinados pela estatal e suas controladas”, diz o texto, assinado pelo vice-presidente da entidade, Júlio César Mesquita.
A nota classifica de inaceitável a quebra de sigilo das informações obtidas pelos jornais.
“Numa canhestra tentativa de intimidar jornais e jornalistas, a empresa criou um blog no qual divulga as perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa pelos jornalistas antes mesmo de publicadas as matérias às quais se referem, numa inaceitável quebra da confidencialidade que deve orientar a relação entre jornalistas e suas fontes”, afirma a ANJ.
A nota também critica a mensagem de rodapé enviada nos emails da estatal, que ameaça processar quem não der “tratamento adequado” às informações.
“Tal advertência intimidatória, mais que um desrespeito aos profissionais de imprensa, configura uma violação do direito da sociedade a ser livremente informada, pois evidencia uma política de comunicação que visa a tutelar a opinião pública, negando-se ao democrático escrutínio de seus atos”.
A Abraji diz que a Petrobras tem o direito de publicar perguntas e respostas dadas a jornalistas, mas apenas após a publicação das reportagens: “A Abraji entende que, após a publicação da matéria, a Petrobras — assim como qualquer outra empresa, instituição ou pessoa — tem o direito de confrontar suas respostas com o que foi publicado. Mas, ao divulgar os questionamentos e eventuais respostas antes da veiculação da reportagem, a estatal federal prejudica o trabalho jornalístico do profissional que, de boa fé, procura a empresa para checar alguns dados ou ouvir alguma contestação”.
O presidente da Fenaj disse que o blog foi uma medida de gestão de crise que gerou mais tensão entre os meios de imprensa e a Petrobras.
— Teria alguma legitimidade divulgar as perguntas e respostas depois da publicação. Antes da publicação, dá a impressão de constrangimento e coação, tentando adequar a leitura e interpretação que os jornais e revistas vão dar (à notícia). É uma postura ética questionável.
Petrobras reage às críticas e defende blog A Petrobras reagiu às críticas da ANJ: “O blog foi lançado com o estrito objetivo de garantir a total divulgação dos esclarecimentos solicitados pela imprensa e as respectivas respostas enviadas aos jornalistas”. Em nota, a direção da estatal diz respeitar o sigilo das fontes, mas contesta o direito dos órgãos de comunicação de terem suas perguntas mantidas em sigilo até a publicação das reportagens que envolvem a empresa. “Não há compromisso semelhante de confidencialidade e sigilo da fonte para o jornalista, pois isso limitaria o próprio caráter público e aberto da informação”.
A empresa alega ainda que a mensagem de advertência dos seus emails não diz respeito aos jornalistas: “A Petrobras esclarece que respeita a imprensa e jamais faria ou fez qualquer ameaça a jornalistas ou jornais”
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