Ruído dos Ecochatos

IMPRODUTIVAS E GROSSEIRAS, OFENSAS DE MINISTRO SÓ ATRAPALHAM

O destempero verbal do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em sua desnecessária e nada construtiva briga com representantes do setor rural, não mostra apenas seu despreparo para o cargo. Expõe uma falha institucional que o próprio Lula da Silva está demorando a perceber.

Ao agredir o lado oposto do debate que se trava em torno da legislação ambiental, o espalhafatoso Minc chamou os ruralistas de vigaristas. E, numa tentativa de copiar o modelo de comunicação usado por seu chefe, o ministro não poupou vocabulário para agradar a uma plateia de trabalhadores rurais.

Acabou produzindo a mais nova pérola da velha tática política de satanização de adversários. “Os ruralistas esconderam o rabinho de capeta e agora fingem defender a agricultura familiar”, disse ele. Levou o troco da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), atual presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA): “Com esse ecoxiita profissional, não temos como manter uma negociação em busca do consenso”, disse ela, ao pedir ao presidente Lula que demita o ministro.



Talvez preocupado em resgatar o preço de ter avalizado, ao aceitar o cargo, o afastamento até hoje mal explicado de sua antecessora – a senadora Marina Silva (PT-AC), reconhecida mundialmente –, o falastrão Carlos Minc parece disposto a tudo para ganhar o carimbo de ambientalista confiável. Há semanas protagoniza diatribes com pelo menos mais três colegas: Reinhold Stephanes, da Agricultura; Alfredo Nascimento, dos Transportes; e Mangabeira Unger, de Assuntos Estratégicos. Ao propor a regularização fundiária da Amazônia como uma necessidade estratégica para o país, Unger foi surpreendido por reação incompreensível de Minc e de ambientalistas. “O debate que estamos tendo no Brasil é grosseiro, do desenvolvimento contra a preservação”, disse Unger.

Ele tocou no ponto. Incomodado com o rompante de que parece se alimentar seu ministro do Meio Ambiente, o presidente, em viagem à América Central, mandou recado: vai reunir os “meninos” e acabar com a algazarra. Não é só esse tratamento vocabular que está equivocado. Lula parece não perceber que não basta nomear um ambientalista para aquela pasta, um ruralista para a agricultura e um professor de Harvard para pensar o futuro. A questão ambiental é muito mais ampla, mais séria e mais urgente.

O que falta ao país – e é isso que Lula deveria ter encomendado aos “meninos” e liderado a sua elaboração – é uma política de sustentabilidade consistente e que possa ser observada não por um, mas por vários governos. É algo, portanto, muito distante do ruído dos ecochatos e dessa batalha de insultos que, no máximo, pode produzir algum herói para as próximas eleições parlamentares. Por mais que tente fazer parecer que o problema não é com ele, Lula está a dever ao país e ao mundo uma atitude mais firme e mais construtiva. Que vá muito além de um simples puxão de orelhas em sua desencontrada equipe. De Lula se espera, agora, que cumpra o papel do estadista a quem cabe elevar o nível do debate e liderar a construção de um diploma que faça do Brasil um país respeitado no difícil, mas inevitável, desafio do desenvolvimento econômico sustentável. EDITORIAL ESTADO DE MINAS



COMENTÁRIO
Nosso país está de ponta-cabeça. Como alguém pode idolatrar a maconha e querer reger o meio ambiente? Já demos o exemplo de que um sujeito que não cuida dos seus próprios dentes, não poderá nunca falar em saúde bucal.

É impossível acreditar no equilíbrio de um sujeito que faz passeata para descriminalizar a maconha - prejudicial às funções intelectuais - e discurso de preservação do meio ambiente ao mesmo tempo. Alguns estudos sustentam que a maconha, mais que a nicotina, pode iniciar alterações cancerígenas em células do pulmão.

Como é possível alguém querer preservar o meio ambiente, se não se preocupa nem mesmo com a fumaça que ingere poluindo seu próprio organismo -seu primeiro “ambiente”?

Não basta fazer caras e bocas para demonstrar preocupação com a preservação do meio ambiente. É preciso mais que isto. É fundamental ser responsável, entender de fato sobre o assunto, embasar suas posições em estudos; bem ao contrário das barbaridades proferidas por esse tonto.

De acordo com a sugestiva ironia do Senador Tarso Jeiressati, MINC não entende absolutamente nada de agronegócio e muito menos de meio ambiente. Também muito acertivo o discurso da Senadora Kátia Abreu, cujos números aumentamos por nossa conta: milhares de MINCs não valem meia dúzia de agricultores, de gente que trabalha e produz nosso alimento, inclusive, aquele que acode a larica dos ECOCHATOS depois da “mamada”.

E sem esquecer: o que impulsiona o PIB deste país é a agricultura, cujos impostos sustentam, inclusive, os vagabundos dos assentamentos do MST. Por Gabriela/Arthur


Um comentário:

Joana D'Arc disse...

Dora Kramer, Estadão, 04.06.09:

" De Fato
O Brasil realmente não é "comandado pelos ruralistas", como afirmou o ministro Carlos Minc.
Embora seja, em boa medida, sustentado."