Por Jorge Salaverry (na foto) - Foi embaixador da Nicarágua na Espanha entre 2003 e 2007
O secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, chegou sexta-feira a Honduras como portador de uma dura resolução da assembléia geral que o mesmo se encarregou de promover, relatar e conseguir que se aprovasse. Nela se exige “a restauração imediata, segura e incondicional” de Manuel Zelaya à Presidência de Honduras, assinalando que, se no prazo de 72 horas não prosperasse o peremptoriamente exigido, a OEA aplicaria “imediatamente” o artigo 21 da Carta Democrática Interamericana para suspender a Honduras. Já sabemos que o novo governo se adiantou e Honduras se retirou voluntariamente do organismo regional.
Mas dada a relevância do cargo que desempenha Insulza na OEA, e do papel que pessoal e institucionalmente está julgando no conflito hondurenho, pode resultar muito interessante conhecer quem é esse personagem mais além do que diz sua biografia oficial, para assim podermos formar um juízo sobre sua possível parcialidade ou imparcialidade no assunto.
O faremos usando suas próprias palavras.
Em 27 de novembro de 2006, na cidade de Madrid, Espanha, José Miguel Insulza ditou uma conferência na qual manifestou e colocou suas simpatias políticas. Ao ser perguntando se ele acreditava que seria possível ver, a curto prazo, eleições livres em Cuba, Insulza sorriu pícaramente, e rasgando-se a parte posterior de uma orelha, começou por dizer que “uma das grandes fontes de legitimidade do sistema cubano se chama Fidel Castro", e isto ele disse com muito respeito e quase uma admiração pelo personagem. Como introdução não está mal, ¿verdade?
Porém, vejamos o que mais disse Insulza, textualmente: “Eu sou um grande convencido de que o sistema cubano pode evolucionar na medida em que o respeitemos, e também ao que os cubanos queiram, e segundo, que não tentemos impor soluções, ou criar uma agitação ou um processo conflitante dentro de Cuba”. E concluiu dizendo: “Em suma, eu creio que nós podemos cooperar muito na transição em Cuba dizendo claramente que queremos uma transição e que queremos que haja democracia, porém ao mesmo tempo não pretendo impô-la de fora, vou dar-lhes todo o tempo necessário”. Pois aí o temos.
O arrogante secretário general da OEA com ínfulas de pretor romano que se apresentou na sexta-feira em Honduras para “exigir” que num prazo de 72 horas fosse “restaurada a democracia e o Estado de Direito”, é o mesmo que disse para Cuba - um país que sofre uma brutal tirania que ultrapassa os cinqüenta anos - que vai dar-lhe “todo o tempo necessário” para que regresse à democracia.
O Insulza que na sexta-feira passada em Tegucigalpa não quis reunir-se com o presidente Roberto Micheletti para supostamente não legitimá-lo, é o mesmo que considera Fidel Castro “uma das grandes fontes de legitimidade do sistema cubano”.
O Insulza que não escuta o clamor de milhares de hondurenhos que se manifestaram pacificamente para que seu país se mantenha livre das desrespeitosas e desestabilizadoras intromissões de Hugo Chávez, e que a única coisa que querem é viver em liberdade e na democracia, é o mesmo que diz que devemos “respeitar o que os cubanos querem”, como se os pobres cubanos tivessem possibilidade de manifestar o que querem.
O Insulza que diz que “não tem que tentar impor soluções ou criar uma agitação ao processo conflituoso dentro de Cuba”, é o mesmo que com suas arrogantes, irresponsáveis e apressadas exigências, se vale de sua poderosa influência na OEA e está promovendo o enfrentamento violento e a desestabilização de Honduras.
Insulza tentou ser o candidato socialista à Presidência do Chile nas eleições que aconteceram em dezembro deste ano. Como não conseguiu, ele optou por buscar sua reeleição na OEA, para a qual necessitará do apoio de Chávez e companhia, por isto, ele acredita que a crise hondurenha lhe dá uma oportunidade de ouro para obter esse apoio, para o qual, obviamente, tem que fazer o que Chávez quiser.
Ninguém pode tirar de Insulza o direito dele sentir “admiração” pelo decrépito ditador cubano, como tampouco, ninguém, pode impedir que os cidadãos hondurenhos saibam quem é esta pessoa que está acima na OEA, sob a direção e tutela de Castro e Chávez, pretendendo que em Honduras se faça o que aqueles, através dele, querem que seja feito.
Se alguém acaso quiser verificar o que Insulza disse, convido a acessar o seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=nB0fNl4uB-Y
A mim, por desgraça, tocou-me escutar essas palavras, pessoalmente. Fonte: LaPrensa – da Nicarágua - Tradução de Arthur para o MOVCC
O secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, chegou sexta-feira a Honduras como portador de uma dura resolução da assembléia geral que o mesmo se encarregou de promover, relatar e conseguir que se aprovasse. Nela se exige “a restauração imediata, segura e incondicional” de Manuel Zelaya à Presidência de Honduras, assinalando que, se no prazo de 72 horas não prosperasse o peremptoriamente exigido, a OEA aplicaria “imediatamente” o artigo 21 da Carta Democrática Interamericana para suspender a Honduras. Já sabemos que o novo governo se adiantou e Honduras se retirou voluntariamente do organismo regional.
Mas dada a relevância do cargo que desempenha Insulza na OEA, e do papel que pessoal e institucionalmente está julgando no conflito hondurenho, pode resultar muito interessante conhecer quem é esse personagem mais além do que diz sua biografia oficial, para assim podermos formar um juízo sobre sua possível parcialidade ou imparcialidade no assunto.
O faremos usando suas próprias palavras.
Em 27 de novembro de 2006, na cidade de Madrid, Espanha, José Miguel Insulza ditou uma conferência na qual manifestou e colocou suas simpatias políticas. Ao ser perguntando se ele acreditava que seria possível ver, a curto prazo, eleições livres em Cuba, Insulza sorriu pícaramente, e rasgando-se a parte posterior de uma orelha, começou por dizer que “uma das grandes fontes de legitimidade do sistema cubano se chama Fidel Castro", e isto ele disse com muito respeito e quase uma admiração pelo personagem. Como introdução não está mal, ¿verdade?
Porém, vejamos o que mais disse Insulza, textualmente: “Eu sou um grande convencido de que o sistema cubano pode evolucionar na medida em que o respeitemos, e também ao que os cubanos queiram, e segundo, que não tentemos impor soluções, ou criar uma agitação ou um processo conflitante dentro de Cuba”. E concluiu dizendo: “Em suma, eu creio que nós podemos cooperar muito na transição em Cuba dizendo claramente que queremos uma transição e que queremos que haja democracia, porém ao mesmo tempo não pretendo impô-la de fora, vou dar-lhes todo o tempo necessário”. Pois aí o temos.
O arrogante secretário general da OEA com ínfulas de pretor romano que se apresentou na sexta-feira em Honduras para “exigir” que num prazo de 72 horas fosse “restaurada a democracia e o Estado de Direito”, é o mesmo que disse para Cuba - um país que sofre uma brutal tirania que ultrapassa os cinqüenta anos - que vai dar-lhe “todo o tempo necessário” para que regresse à democracia.
O Insulza que na sexta-feira passada em Tegucigalpa não quis reunir-se com o presidente Roberto Micheletti para supostamente não legitimá-lo, é o mesmo que considera Fidel Castro “uma das grandes fontes de legitimidade do sistema cubano”.
O Insulza que não escuta o clamor de milhares de hondurenhos que se manifestaram pacificamente para que seu país se mantenha livre das desrespeitosas e desestabilizadoras intromissões de Hugo Chávez, e que a única coisa que querem é viver em liberdade e na democracia, é o mesmo que diz que devemos “respeitar o que os cubanos querem”, como se os pobres cubanos tivessem possibilidade de manifestar o que querem.
O Insulza que diz que “não tem que tentar impor soluções ou criar uma agitação ao processo conflituoso dentro de Cuba”, é o mesmo que com suas arrogantes, irresponsáveis e apressadas exigências, se vale de sua poderosa influência na OEA e está promovendo o enfrentamento violento e a desestabilização de Honduras.
Insulza tentou ser o candidato socialista à Presidência do Chile nas eleições que aconteceram em dezembro deste ano. Como não conseguiu, ele optou por buscar sua reeleição na OEA, para a qual necessitará do apoio de Chávez e companhia, por isto, ele acredita que a crise hondurenha lhe dá uma oportunidade de ouro para obter esse apoio, para o qual, obviamente, tem que fazer o que Chávez quiser.
Ninguém pode tirar de Insulza o direito dele sentir “admiração” pelo decrépito ditador cubano, como tampouco, ninguém, pode impedir que os cidadãos hondurenhos saibam quem é esta pessoa que está acima na OEA, sob a direção e tutela de Castro e Chávez, pretendendo que em Honduras se faça o que aqueles, através dele, querem que seja feito.
Se alguém acaso quiser verificar o que Insulza disse, convido a acessar o seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=nB0fNl4uB-Y
A mim, por desgraça, tocou-me escutar essas palavras, pessoalmente. Fonte: LaPrensa – da Nicarágua - Tradução de Arthur para o MOVCC
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