Contas do governo: pior resultado da Era Lula

ESFORÇO FISCAL DO GOVERNO É O PIOR EM OITO ANOS

Superávit primário despenca 70% no primeiro semestre. Gastos aumentam 13%, enquanto receitas caem 4,6%

O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou em 2009 o pior resultado fiscal para o primeiro semestre dos últimos oito anos. Entre janeiro e junho, o superávit primário acumulado — economia para pagamento de juros da dívida pública — foi de R$ 18,6 bilhões, contra R$ 18,3 bilhões obtidos em 2001. O número deste ano equivale a uma queda de quase 70% sobre 2008, quando o resultado primário até junho foi de R$ 61,4 bilhões. A redução do esforço fiscal se deve a uma forte alta das despesas públicas combinado com queda nas receitas. Em junho, o governo central registrou um déficit primário de R$ 643,8 milhões — pior indicador para o mês desde 1998.Este foi o segundo resultado negativo consecutivo. Em maio, o déficit foi de R$ 302,9 milhões.

Em junho de 2008, o resultado do Governo Central havia sido positivo em R$ 7,9 bilhões.

Desembolsos com pessoal sobem 16,7% este ano
No primeiro semestre, os gastos tiveram aumento real de 13%, sendo que apenas os desembolsos com pessoal subiram 16,7%, enquanto os de custeio aumentaram 18,4%. Já os investimentos tiveram crescimento real de 17,5%. As receitas, por outro lado, caíram 4,6% em termos reais.

O pagamento dos investimentos de 2009 soma R$ 12,025 bilhões até junho. Deste total, R$ 5,8 bilhões se referem ao Projeto Piloto de Investimentos (PPI), onde estão as obras do PAC. Vão entrar na conta das despesas da segunda metade do ano os reajustes do funcionalismo público e do Bolsa Família, com impacto a partir de setembro. O Globo



INADIMPLÊNCIA BANCÁRIA ATINGE MAIOR NÍVEL EM 9 ANOS
Puxada pelas operações com empresas, a inadimplência nos empréstimos bancários subiu pelo sétimo mês seguido e chegou ao nível mais alto em nove anos, segundo dados do Banco Central. Em junho, os atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos das prestações atingiam 5,7% da carteira de crédito das instituições financeiras, patamar que não era alcançado desde setembro de 2000.

Nos financiamentos destinados a pessoas físicas, porém, a inadimplência ficou estável em 8,6%. Já nos créditos para empresas, essa taxa subiu de 3,2% para 3,4% entre maio e junho. Em dezembro do ano passado, o nível de atraso nas transações com pessoas jurídicas estava em 1,8%.

Os números se referem apenas às operações de crédito comercial, ou seja, não incluem empréstimos cujas taxas de juros são controladas pelo governo, como no caso dos financiamentos do BNDES. Ainda assim, os dados indicam que o mercado de crédito para as empresas ainda não está totalmente normalizado.

No mês passado, o volume de crédito comercial destinado pelos bancos a pessoas jurídicas somava R$ 383 bilhões, uma queda de 2,1% acumulada no ano. No mesmo período, os empréstimos a pessoas físicas registraram expansão de 8,1%.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que a dificuldade das empresas em obter financiamentos no mercado é parcialmente amenizada por empréstimos direcionados de bancos oficiais como o BNDES, cuja carteira de crédito cresceu 5,8% no primeiro semestre. O problema, nesse caso, é que o BNDES foca sua atuação em empresas de maior porte, o que, ao menos em tese, deixa as companhias menores em dificuldade por dependerem mais do crédito oferecido pelos bancos privados. Folha de São Paulo

Nenhum comentário: