EUA querem apurar ação de Chávez em Honduras

Jim DeMint, senador republicano, considerou "inexplicável" a decisão do governo americano de apoiar Zelaya, até agora.

Os Estados Unidos pediram ontem que seja examinada a participação da Venezuela no tumultuado processo político que levou à deposição do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, afastado do poder por um golpe militar há quase duas semanas.

Numa audiência no Senado para discutir sua nomeação para o cargo de secretário-assistente de Estado para a América Latina, o cientista político Arturo Valenzuela disse que a Venezuela "provavelmente" teve "influência significativa" nos eventos que levaram à queda de Zelaya.

Zelaya se reunirá hoje na Costa Rica com o presidente interino indicado pelo Congresso hondurenho, Roberto Micheletti, para buscar uma solução para a crise. O encontro foi organizado por iniciativa dos EUA e será mediado pelo presidente costarriquenho, Óscar Arias, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1987.

Valenzuela disse ao Senado que Arias e a Organização dos Estados Americanos (OEA) não podem se limitar a discutir as circunstâncias do golpe que derrubou Zelaya, mas precisam analisar também "alegações de que o presidente não seguiu os princípios constitucionais" ao tentar estender seu mandato além do previsto pelas leis do país. Por Ricardo Balthazar

Um aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Zelaya tentou organizar um referendo para mudar a Constituição de Honduras e eliminar restrições que impedem a reeleição dos presidentes do país. O Congresso e a Suprema Corte consideraram a iniciativa ilegal e ordenaram a ação militar que afastou Zelaya do poder no fim de junho.

As cédulas que seriam usadas no referendo foram fornecidas pela Venezuela e transportadas para Honduras num avião venezuelano. O material ficou guardado numa base militar que aliados de Zelaya tentaram invadir poucos dias antes do golpe.

Na audiência de ontem, o senador republicano Jim DeMint, que faz oposição ao presidente democrata Barack Obama, disse que Zelaya "estava trabalhando com Chávez e outros para mudar a Constituição" e considerou "inexplicável" a decisão do governo americano de apoiá-lo agora.

Valenzuela defendeu a decisão, considerando "inaceitável" a maneira como o presidente hondurenho foi afastado do poder. "Quando um presidente é removido e mandado para fora do país sem processo legal, isso é uma interrupção da ordem constitucional."

Os EUA assumiram nos últimos dias a liderança dos esforços para solucionar a crise hondurenha, depois do fracasso das primeiras gestões conduzidas pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza. Os EUA, o Brasil e os outros países que fazem parte da OEA condenaram o golpe que derrubou Zelaya e suspenderam Honduras da organização.

Professor do curso de relações internacionais da Universidade Georgetown, o chileno Valenzuela vive nos EUA desde a adolescência e é naturalizado americano. Ele trabalhou no governo de Bill Clinton (1993-2001) e será chefiado pela mulher do ex-presidente, a secretária de Estado Hillary Clinton, se sua nomeação for confirmada pelo Senado. A votação no plenário deve ocorrer ainda neste mês. Valor Econômico –



JORNAL ACUSA VENEZUELANO DE CONSPIRAR POR “MASSACRE”
Uma foto de Hugo Chávez levantou especulações na imprensa hondurenha, que acusa o presidente venezuelano de conspirar por um "massacre" que ajudaria o presidente deposto Manuel Zelaya a voltar ao poder de Honduras.

A foto, tirada no domingo, mostra Chávez assistindo na TV à fracassada tentativa de Zelaya de voltar a Honduras. Ao lado de Chávez, há uma lousa com a frase: "051345JUL09 Enjambre de abejas africanas, tribuna presidencial, heridos por picadas y desesperación de las per." (enxame de abelhas africanas, tribuna presidencial, feridos por picadas e desespero das pessoas).

A imprensa de Honduras -abertamente pró-golpistas- interpretou a frase como uma "mensagem em idioma militar". O analista de segurança Mario Berríos disse ao jornal "El Heraldo" que os números no início representam o dia (5 de julho de 2009) e a hora (13h45) em que Zelaya tentou pousar no aeroporto de Tegucigalpa, mas foi impedido pelo governo interino.

Enquanto isso, também no aeroporto, milhares de manifestantes pró-Zelaya entravam em choque com a polícia -dois manifestantes morreram.Para o analista, o "enxame de abelhas africanas" se refere "à força popular que depôs governos em alguns países"; "tribuna presidencial" representa a tentativa de "instalar [Zelaya] novamente no poder da nação".

"Feridos por picadas e desespero das pessoas" é, segundo o jornal, o "mais preocupante da mensagem": seria uma tentativa de incentivar as massas pró-Zelaya a entrar em confronto com a polícia, para que esta respondesse com violência e deixasse mais mortos. O resultado seriam "novos mártires", um "estado de ingovernabilidade" e pressão pela volta de Zelaya.

A aliança Zelaya-Chávez provocou críticas por parte da oposição hondurenha pró-golpe.

Em represália à deposição do aliado, a Venezuela cancelou ontem o envio diário de 20 mil barris de petróleo a Honduras. E artigo no site da TV estatal Telesur acusava a imprensa hondurenha de "semear medo entre os hondurenhos" e de ser "cúmplice" do golpe. Folha de S. Paulo

3 comentários:

bellzinham@hotmail.com disse...

Venezuela "provavelmente" teve "influência significativa" nos eventos que levaram à queda de Zelaya.

É de interesse de todos os paises membros do FSP.que todos os mandatos sejam prolongados com o intuito de se perpetuarem no poder.A idéia do terceiro mandato do Lula tbm partiu do FSP e claro com a influência do Chavez,mas o tiro saiu pela culatra,os banqueiros e empresários não aceitaram e o projeto morreu na relatoria.O Zelaya confiou no ermano Chaveco e rolou ladeira abaixo.Bem Feito!

Anônimo disse...

O castelo de Sarney: segundo o Jornal Pequeno, senador ‘escondeu’ da Justiça castelo em Portugal
10 de julho de 2009

Quinta dos Lagos foi comprada no final de sua presidência, por meio de uma ‘offshore’ com sede num ‘paraíso fiscal’. Castelo, em estilo que lembra o período medieval, teria sido do presidente do Senado por pelo menos quatro anos.


Fotos e texto POR OSWALDO VIVIANI (*)
De Sintra, Portugal

Chamado pela revista inglesa “The Economist”, em fevereiro passado, de representante do semifeudalismo na política brasileira, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), adquiriu, no final de sua Presidência, em 1990, um castelo em estilo que lembra o período medieval, na cidade de Sintra, em Portugal (a 20 km de Lisboa). Trata-se da Quinta dos Lagos – imóvel de 23.400 metros quadrados de área total, avaliado atualmente em R$ 30 milhões (10 milhões de euros), sem contar o valor histórico -, que teria pertencido a Sarney por pelo menos 4 anos. A propriedade nunca foi declarada à Justiça Eleitoral nem à Receita brasileira.

De acordo com uma reportagem investigativa publicada na ocasião pela revista portuguesa “Olá”, Sarney comprou a Quinta dos Lagos por meio da Almonde Securities S.A., uma offshore com sede no Panamá, mas que tem os fundos geridos na Suíça. Os dois países – Panamá e Suíça – são “paraísos fiscais” (locais que gente endinheirada busca para abrir empresas quando pretende driblar o Fisco).

A reportagem do Jornal Pequeno esteve em Sintra e Lisboa, de 14 a 22 de abril, e teve acesso, embora restrito, ao registro da transação imobiliária na 1ª e na 2ª Conservatórias (Cartórios) de Registro Predial de Sintra. A Quinta dos Lagos teria sido comprada por José Sarney/Almonde de representantes legais de uma certa família Sibourg.

meu endereço no youtube


http://www.youtube.com/user/TheNibiruSBO

obrigado a todos

TheNibiruSBO disse...

ebola suino