Gripe Suína - verba em doses homeopáticas

Governo anunciou R$ 129 milhões para combater o vírus, mas só liberou 6,5%. Em meio a mais uma morte pela doença, especialistas criticam distribuição do dinheiro

Quando a Influenza A, conhecida como gripe suína, começou a se espalhar pelo mundo e chegou ao Brasil, o governo anunciou R$ 129 milhões para combater o novo vírus. A medida provisória que dividiu o dinheiro entre seis ministérios e a Presidência da República foi editada em 20 de maio. O problema é que a verba tem sido utilizada a conta-gotas. Até agora, menos da metade foi empenhada — quando o órgão assume o compromisso de usar o recurso — e apenas R$ 8,4 milhões (6,5%) foram, de fato, liberados: a maior parte para custear as campanhas publicitárias de orientação sobre a doença.

O levantamento foi feito pela Associação Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi). O Ministério da Saúde, a quem coube R$ 102,4 milhões da verba, empenhou R$ 62,4 milhões. Mas até agora só liberou mesmo R$ 8,2 milhões, sendo que 97% desse montante foram para pagar a empresa de publicidade responsável pela campanha de orientação, classificada como “serviço de utilidade pública”. Por Diego Moraes

O restante foi usado em diárias e locomoção de funcionários que estão ajudando na fiscalização em portos e aeroportos, assim como os R$ 217 mil pagos pelo Ministério da Defesa que também saíram das verbas previstas na medida provisória. Nos empenhos, o governo separou R$ 34,7 milhões para a compra do antiviral Tamiflu, usado no tratamento da nova gripe, R$ 1,5 milhão para a aquisição de reagentes usados nos exames que confirmam o vírus, R$ 1,1 milhão para materiais como álcool, luvas, aventais e jalecos. Outro drama: ainda não há previsão para a chegada desses materiais.

O ritmo de investimentos do governo para o combate à gripe divide especialistas. “Não acredito que o aumento do número de casos tenha ocorrido por falta de dinheiro. Até porque agora é que está começando a epidemia sustentada”, avalia o infectologista Stefan Cunha.

Mas Nancy Bellei, também infectologista, diz que o governo poderia aproveitar a folga de recursos para investir em medicamentos e exames para confirmar a doença. “Foi um ponto falho restringir nesse momento os exames apenas a casos graves. Poderia ter investido na rede de laboratórios e isso não foi feito. O governo também poderia aplicar o dinheiro em remédios que têm sido usados como uma alternativa ao Tamiflu, para quem não pode usar essa medicação”, enumera.

A Fundação Fiocruz confirmou que, mesmo com os laboratórios funcionando todos os dias da semana, não está mais conseguindo cumprir o prazo de 72 horas para a entrega dos resultados.

Os dois especialistas, no entanto, concordam num ponto: o governo precisa melhorar a publicidade. “Vejo ainda muitas pessoas com dúvidas sobre o que fazer aos primeiros sintomas”, descreve Cunha.

O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que está recorrendo à cautela na aplicação dos recursos. De acordo com o órgão, em um cenário de pandemia, não há como prever a evolução da doença e, portanto, é necessário manter uma reserva emergencial. A especialista discorda: “A questão é entender que, em epidemias, não se pode poupar dinheiro de uma etapa para gastar em outra. Ou o investimento lá na frente pode ser muito maior”, critica Nancy Bellei, que integra o comitê de acompanhamento da Influenza A da Sociedade Brasileira de Infectologia. Correio Braziliense

Um comentário:

Laguardia disse...

Comemorando o 7 de Setembro

Me desculpem os leitores que já se manifestaram por repetir a mensagem.

Aproveitando a idéia da Passeata Virtual Fora Sarney, faço aqui a sugestão de que no dia 7 de Setembro de 2009, façamos outra passeata virtual, nos organizando desde já.

Esta passeata, como a Fora Sarney, começaria no seu computador e terminaria em vários pontos:

Na presidência da República, No Congresso Nacional, No Supremo Tribunal Federal, na Procuradoria Geral da União, na Assembléia Legislativa de seu estado, no Palácio do Governo do seu estado, na Câmara de Vereadores de sua cidade e na Prefeitura de sua cidade.

A idéia é enviar o maior número possível de emails de protesto contra a situação atual, da falta de ética, de moral, de honestidade de nossos governantes e parlamentares.

Denunciaremos o governo federal por agir a margem da lei com a campanha eleitoral antecipada, o que é ilegal, e exigindo, como cidadãos, que fossem tomadas as devidas providências.

Os e mails seriam mandados para os seguintes enderêços:

Senado Federal: Alô Senado http://www.senado.gov.br/sf/senado/centralderelacionamento/sepop/?page=alo_sugestoes&area=alosenado

Câmara Federal: Fale com o deputado: http://www2.camara.gov.br/canalinteracao/faledeputado

Supremo Tribunal Federal – Central do Cidadão - http://www.stf.jus.br/portal/centralCidadao/enviarDadoPessoal.asp

Procuradoria Geral da União - pfdc@pgr.mpf.gov.br

Presidência da República – Fale com o Presidente - https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php

Gostaria de ter a opinião dos leitores com relação a idéia.