ALERTA EXPERT EM ANTITERRORISMO
Ely Karmon, investigador israelense, alerta sobre a penetração da milícia islâmica na América Latina.
1. O subsecretario de Defesa dos EE.UU., Robert Gates, afirmou em janeiro que o Irã está aumentando sua atividade subversiva na América Latina. ¿é certo isso?
Sim. Tem uma decisão estratégica do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadineyad, de não trabalhar na África e sim na América Latina para lograr uma coalizão de "países revolucionários". Em dois ou três anos, o regime de Teerã teve muito êxito nisto graças ao apoio de Hugo Chávez. É um Q.G. da unidade contra o imperialismo norteamericano que inclui os "companheiros bolivarianos" como Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Daniel Ortega na Nicarágua. Irã investe muitíssimo nesses países.
2. ¿Como funciona esse Q.G.?
Em vários níveis. Um é o econômico, que é a base e é legítimo. Sem embargo, por baixo tem uma penetração mais lenta e sutil, realizada por meio das mesquitas ou ONGs que se declaram revolucionárias mas, na realidade, são pro Irã e fazem proselitismo religioso.
3. ¿É possível que o islamismo radical penetre neste continente?
Em 2006 foi descoberta na Venezuela uma facção latinoamericana da milícia islamita de Hezbolá que tentou um ataque muito primitivo contra a Embaixada dos Estados Unidos em Caracas. O chefe era um líder wayúu chamado Teodoro Darnott, que havia criado a Autonomía Islámica Wayúu, conformada por conversos de sua tribo. Existem fotos dele com mulheres de sua comunidade que utilizam a mesma linguagem do Hezbolá e estão cobertas como muçulmanas, porém, não de negro mas de branco. Em dezembro, Darnott foi condenado a 10 anos de prisão.
4. ¿Como nasceu esse grupo?
Originalmente era uma organização marxista. Darnott diz que sua conversão começou em uma mesquita em Maicao. Logo foi a Cali e a Bogotá, e depois foi contatado por um membro do Hezbolá libanês na Argentina, que o convenceu de transformar sua organização em um Hezbolá venezuelano.
5. ¿A guerrilha colombiana tem algo que ver nesta historia?
Darnott diz que entre 2001 e 2004 o Hezbolá da Argentina lhe propôs que mandasse morteiros, plásticos e armas do Paraguai com ajuda das Farc.
6. ¿E o narcotráfico?
Estas organizações sempre se financiam com o narcotráfico. Há dois anos, na tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Uruguai foi descoberta uma rede de serviço do Hezbolá dedicada a lavagem de dinheiro e ao tráfico de armas e drogas. As investigações mostraram que tinham laços com outros grupos do Hezbolá em zonas de livre comercio, como Iquique no Chile, Isla Margarita na Venezuela e Maicao na Colômbia. Este é um modus operandi para implantar células.
7. ¿Quais são os outros indícios dessa penetração?
Em janeiro houve em Beirute uma conferência do Hezbolá na qual participaram 100 organizações, entre as quais havia 30 assistentes venezuelanos. A declaração final expressou sua solidariedade com Chávez, Morales e Cuba, e denunciou a "Colômbia fascista aliada dos Estados Unidos".
8. ¿Conhece mais casos da penetração do Irã ou do Hezbolá na América Latina?
Sabemos que em Rosario, Argentina, tem um professor que se converteu ao islamismo xiita que se faz chamar por Husain Alí Molina, ele criou o blog Islã Indoamericano, que está cheio de propaganda antiamericana e antisemita. Também temos visto um blog pro Irã em El Salvador. A penetração nas comunidades indígenas é um dos métodos que o Irã e o Hezbolá utilizam.
9. ¿Pode-se responsabilizar o Irã pelas ações do Hezbolá?
Sabemos que o Irã tem utilizado o terrorismo por meio do Hezbolá, como ocorreu nos atentados de 1992 y 1994 contra instituições de Israel na Argentina.
10. ¿Existe perigo real para a Colômbia?
Não sabemos, mas o fato é que o Hezbolá cometeu atentados graves em Buenos Aires, Bangkok, Singapur e em cidades da Espanha e França. Tanto na França como em Singapura, reclutaram e doutrinaram gente local. O que estamos vendo pode ser a base de uma ação futura. Em todo país onde tem interesses estadounidenses e israelenses, tem possibilidade deles atacarem para desestabilizar.
¿QUEM É ELY KARMON?
Nacionalidade: israelita
Estudos: Licenciaturas em Cultura Inglesa e Francesa, Universidade Hebrea de Jerusalém; em Relações Internacionais, Institut d'Etudes Politiques de París; e em Línguas Bantúes, Escola de Línguas Orientais de Paris; doutorado em Ciências Políticas, Universidade de Haifa.
Cargos: Investigador do Instituto Internacional para a Luta Contra o Terrorismo (ICT) de Israel, e do Instituto de Política e Estratégia do Centro Interdisciplinar (IDC) em Herzliya, Israel; professor universitário; analista sobre Oriente Médio para o diário ABC de Madrid.
Livros: A coalizão entre as organizações terroristas: revolucionários, nacionalistas, islamitas (2005); Irán-Siria-Hezbolá-Hamas: uma coalizão contra a natureza. ¿Por que funciona? (2008).
Revista Cambio - Foto: Ely Karmon, investigador israelita. Foto: Claudia Rubio / Cambio
Tradução de Arthur para o MOVCC
Ely Karmon, investigador israelense, alerta sobre a penetração da milícia islâmica na América Latina.
1. O subsecretario de Defesa dos EE.UU., Robert Gates, afirmou em janeiro que o Irã está aumentando sua atividade subversiva na América Latina. ¿é certo isso?
Sim. Tem uma decisão estratégica do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadineyad, de não trabalhar na África e sim na América Latina para lograr uma coalizão de "países revolucionários". Em dois ou três anos, o regime de Teerã teve muito êxito nisto graças ao apoio de Hugo Chávez. É um Q.G. da unidade contra o imperialismo norteamericano que inclui os "companheiros bolivarianos" como Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Daniel Ortega na Nicarágua. Irã investe muitíssimo nesses países.
2. ¿Como funciona esse Q.G.?
Em vários níveis. Um é o econômico, que é a base e é legítimo. Sem embargo, por baixo tem uma penetração mais lenta e sutil, realizada por meio das mesquitas ou ONGs que se declaram revolucionárias mas, na realidade, são pro Irã e fazem proselitismo religioso.
3. ¿É possível que o islamismo radical penetre neste continente?
Em 2006 foi descoberta na Venezuela uma facção latinoamericana da milícia islamita de Hezbolá que tentou um ataque muito primitivo contra a Embaixada dos Estados Unidos em Caracas. O chefe era um líder wayúu chamado Teodoro Darnott, que havia criado a Autonomía Islámica Wayúu, conformada por conversos de sua tribo. Existem fotos dele com mulheres de sua comunidade que utilizam a mesma linguagem do Hezbolá e estão cobertas como muçulmanas, porém, não de negro mas de branco. Em dezembro, Darnott foi condenado a 10 anos de prisão.
4. ¿Como nasceu esse grupo?
Originalmente era uma organização marxista. Darnott diz que sua conversão começou em uma mesquita em Maicao. Logo foi a Cali e a Bogotá, e depois foi contatado por um membro do Hezbolá libanês na Argentina, que o convenceu de transformar sua organização em um Hezbolá venezuelano.
5. ¿A guerrilha colombiana tem algo que ver nesta historia?
Darnott diz que entre 2001 e 2004 o Hezbolá da Argentina lhe propôs que mandasse morteiros, plásticos e armas do Paraguai com ajuda das Farc.
6. ¿E o narcotráfico?
Estas organizações sempre se financiam com o narcotráfico. Há dois anos, na tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Uruguai foi descoberta uma rede de serviço do Hezbolá dedicada a lavagem de dinheiro e ao tráfico de armas e drogas. As investigações mostraram que tinham laços com outros grupos do Hezbolá em zonas de livre comercio, como Iquique no Chile, Isla Margarita na Venezuela e Maicao na Colômbia. Este é um modus operandi para implantar células.
7. ¿Quais são os outros indícios dessa penetração?
Em janeiro houve em Beirute uma conferência do Hezbolá na qual participaram 100 organizações, entre as quais havia 30 assistentes venezuelanos. A declaração final expressou sua solidariedade com Chávez, Morales e Cuba, e denunciou a "Colômbia fascista aliada dos Estados Unidos".
8. ¿Conhece mais casos da penetração do Irã ou do Hezbolá na América Latina?
Sabemos que em Rosario, Argentina, tem um professor que se converteu ao islamismo xiita que se faz chamar por Husain Alí Molina, ele criou o blog Islã Indoamericano, que está cheio de propaganda antiamericana e antisemita. Também temos visto um blog pro Irã em El Salvador. A penetração nas comunidades indígenas é um dos métodos que o Irã e o Hezbolá utilizam.
9. ¿Pode-se responsabilizar o Irã pelas ações do Hezbolá?
Sabemos que o Irã tem utilizado o terrorismo por meio do Hezbolá, como ocorreu nos atentados de 1992 y 1994 contra instituições de Israel na Argentina.
10. ¿Existe perigo real para a Colômbia?
Não sabemos, mas o fato é que o Hezbolá cometeu atentados graves em Buenos Aires, Bangkok, Singapur e em cidades da Espanha e França. Tanto na França como em Singapura, reclutaram e doutrinaram gente local. O que estamos vendo pode ser a base de uma ação futura. Em todo país onde tem interesses estadounidenses e israelenses, tem possibilidade deles atacarem para desestabilizar.
¿QUEM É ELY KARMON?
Nacionalidade: israelita
Estudos: Licenciaturas em Cultura Inglesa e Francesa, Universidade Hebrea de Jerusalém; em Relações Internacionais, Institut d'Etudes Politiques de París; e em Línguas Bantúes, Escola de Línguas Orientais de Paris; doutorado em Ciências Políticas, Universidade de Haifa.
Cargos: Investigador do Instituto Internacional para a Luta Contra o Terrorismo (ICT) de Israel, e do Instituto de Política e Estratégia do Centro Interdisciplinar (IDC) em Herzliya, Israel; professor universitário; analista sobre Oriente Médio para o diário ABC de Madrid.
Livros: A coalizão entre as organizações terroristas: revolucionários, nacionalistas, islamitas (2005); Irán-Siria-Hezbolá-Hamas: uma coalizão contra a natureza. ¿Por que funciona? (2008).
Revista Cambio - Foto: Ely Karmon, investigador israelita. Foto: Claudia Rubio / Cambio
Tradução de Arthur para o MOVCC
Um comentário:
Estas organizações sempre se financiam com o narcotráfico. Há dois anos, na tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Uruguai foi descoberta uma rede de serviço do Hezbolá
Eu ouvi boatos que foi descoberto uma célula Hezbolá em foz do Iguaçu-PR.E faz sentido pelo fato de que todos os paises que atuaram no resgate durante a guerra do líbano, o Brasil foi o único que não se preocupou em fazer uma triagem dos grupos resgatados.
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