Embora o Ministério da Saúde diga que o governo vem investindo em políticas de esclarecimento, nas ruas, a história é bem diferente
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, vem sustentando que um dos pilares da política de combate à influenza A H1N1, conhecida como gripe suína, é a informação. E apresentou dados de uma pesquisa feita pelo próprio órgão segundo a qual 67% dos entrevistados avaliam positivamente a estratégia de comunicação adotada pelo ministério. O Correio foi às ruas para verificar. E constatou que, apesar do discurso oficial, há muita gente insatisfeita com a falta de detalhes e informações sobre a doença.
O estudante de direito Alan Diego Vieira, de 20 anos, disse que não se lembra da última vez em que viu uma propaganda do Ministério da Saúde com informações sobre a nova gripe. “É preocupante porque só fico sabendo do assunto pela imprensa e não tenho ainda algumas orientações sobre cuidados, o que evitar”, reclama. Por Diego Moraes
Um caso que chama a atenção é o do auxiliar aeroportuário Adriano Ferreira, de 30 anos. Ele está diariamente no Aeroporto Juscelino Kubitschek, um dos locais onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mais intensificou a campanha contra a nova gripe. Mesmo assim, reclama que pouco sabe sobre a prevenção e afirma que anda até com certo receio de ir ao trabalho. “Ainda tenho muitas dúvidas do que fazer quando vejo aquele monte de gente com máscara no rosto passando perto da gente”, relata.
Uma dúvida recorrente é quanto às formas de contágio. Embora difícil, ainda é possível encontrar pessoas que acreditam que a transmissão pode ocorrer no contato com o porco ou outros animais — o que é um mito. “Não estou muito segura se posso ser contaminada assim ou não”, afirma a dona de casa Eleni Pereira, 49 anos.
A estudante de letras Juliana Castro, 22 anos, já sabe que carne de porco não transmite gripe e que a doença tem taxas de letalidade semelhantes às da gripe comum. Demonstrou estar bastante informada a respeito dos sintomas e das medidas de prevenção. “Não transmite pelo ar, então não precisa de máscara. Mas precisa lavar a mão o tempo todo”, descreve. Ela diz, entretanto, que esse conhecimento é fruto do interesse pelo tema e de horas acompanhando notícias na internet. E reclama que não se lembra de ter visto propagandas do governo para alertar sobre a doença. “Todo mundo anda assustado porque não tem informação e acha que vai morrer se pegar a gripe.”
Sem nenhum constrangimento, o promotor de vendas Nilson Prestes, de 26 anos, afirma que não tem tempo para ler jornais e está “totalmente desinformado” sobre a nova gripe. “Eu pensei em comprar uma máscara para me proteger”, afirma. Já o pastor Márcio de Freitas, 33 anos, avalia que, como a doença é recente, a falta de informação é apenas temporária. “Tenho visto panfletos e cartazes nas rodoviárias. Sei como evitar a doença”, ressalta.
O Ministério da Saúde já investiu mais de R$ 8 milhões em publicidade para orientar a população sobre a nova gripe. E separou R$ 25 milhões para novas ações de comunicação.
Mortes por estado
Rio Grande do Sul – 7
28/6 — Caminhoneiro, 29 anos. Foi infectado após viajar para a Argentina. Morreu no hospital de Passo Fundo. Sem histórico de doenças pré-existentes.
05/7 — Menino de 9 anos. Morava em Sapucaia do Sul e morreu em Porto Alegre. Histório de doença neurológica.
08/7 — Comerciante, 42 anos. Morreu no hospital de Passo Fundo e sofria de hipertensão.
10/7 — Garçom, 30 anos. Morreu no hospital de Passo Fundo e também sofria de hipertensão.
11/7 — Operário, 36 anos. Morreu no hospital de Santa Maria e, segundo os médicos, tinha hipertensão, era diabético e sofria de problemas cardíacos.
15/7 — Segurança, 26 anos. Morreu no hospital de Santa Maria, sem histórico de doenças pré-existentes.
16/7 — Caminhoneiro, 35 anos. Morreu em Uruguaiana e sofria de obesidade.
São Paulo – 3
30/6 — Menina, 11 anos. Morreu em Osasco, sem vínculo com caso vindo do exterior. É a primeira evidência de circulação do vírus livremente em território nacional, segundo o Ministério da Saúde. Histórico de Hantavirose.
10/7 — Homem, 28 anos. Morreu em Botucatu e teve contato com pessoas do Chile e Argentina, países onde a doença se espalhou. Sem histórico de doenças pré-existentes.
11/7 — Estudante, 21 anos. Morreu em Osasco. Sem registro de doença pré-existente.
Rio de Janeiro – 1
14/7 — Mulher, 37 anos. Morreu na capital fluminense e não viajou para o exterior recentemente. Correio Braziliense
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, vem sustentando que um dos pilares da política de combate à influenza A H1N1, conhecida como gripe suína, é a informação. E apresentou dados de uma pesquisa feita pelo próprio órgão segundo a qual 67% dos entrevistados avaliam positivamente a estratégia de comunicação adotada pelo ministério. O Correio foi às ruas para verificar. E constatou que, apesar do discurso oficial, há muita gente insatisfeita com a falta de detalhes e informações sobre a doença.
O estudante de direito Alan Diego Vieira, de 20 anos, disse que não se lembra da última vez em que viu uma propaganda do Ministério da Saúde com informações sobre a nova gripe. “É preocupante porque só fico sabendo do assunto pela imprensa e não tenho ainda algumas orientações sobre cuidados, o que evitar”, reclama. Por Diego Moraes
Um caso que chama a atenção é o do auxiliar aeroportuário Adriano Ferreira, de 30 anos. Ele está diariamente no Aeroporto Juscelino Kubitschek, um dos locais onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mais intensificou a campanha contra a nova gripe. Mesmo assim, reclama que pouco sabe sobre a prevenção e afirma que anda até com certo receio de ir ao trabalho. “Ainda tenho muitas dúvidas do que fazer quando vejo aquele monte de gente com máscara no rosto passando perto da gente”, relata.
Uma dúvida recorrente é quanto às formas de contágio. Embora difícil, ainda é possível encontrar pessoas que acreditam que a transmissão pode ocorrer no contato com o porco ou outros animais — o que é um mito. “Não estou muito segura se posso ser contaminada assim ou não”, afirma a dona de casa Eleni Pereira, 49 anos.
A estudante de letras Juliana Castro, 22 anos, já sabe que carne de porco não transmite gripe e que a doença tem taxas de letalidade semelhantes às da gripe comum. Demonstrou estar bastante informada a respeito dos sintomas e das medidas de prevenção. “Não transmite pelo ar, então não precisa de máscara. Mas precisa lavar a mão o tempo todo”, descreve. Ela diz, entretanto, que esse conhecimento é fruto do interesse pelo tema e de horas acompanhando notícias na internet. E reclama que não se lembra de ter visto propagandas do governo para alertar sobre a doença. “Todo mundo anda assustado porque não tem informação e acha que vai morrer se pegar a gripe.”
Sem nenhum constrangimento, o promotor de vendas Nilson Prestes, de 26 anos, afirma que não tem tempo para ler jornais e está “totalmente desinformado” sobre a nova gripe. “Eu pensei em comprar uma máscara para me proteger”, afirma. Já o pastor Márcio de Freitas, 33 anos, avalia que, como a doença é recente, a falta de informação é apenas temporária. “Tenho visto panfletos e cartazes nas rodoviárias. Sei como evitar a doença”, ressalta.
O Ministério da Saúde já investiu mais de R$ 8 milhões em publicidade para orientar a população sobre a nova gripe. E separou R$ 25 milhões para novas ações de comunicação.
Mortes por estado
Rio Grande do Sul – 7
28/6 — Caminhoneiro, 29 anos. Foi infectado após viajar para a Argentina. Morreu no hospital de Passo Fundo. Sem histórico de doenças pré-existentes.
05/7 — Menino de 9 anos. Morava em Sapucaia do Sul e morreu em Porto Alegre. Histório de doença neurológica.
08/7 — Comerciante, 42 anos. Morreu no hospital de Passo Fundo e sofria de hipertensão.
10/7 — Garçom, 30 anos. Morreu no hospital de Passo Fundo e também sofria de hipertensão.
11/7 — Operário, 36 anos. Morreu no hospital de Santa Maria e, segundo os médicos, tinha hipertensão, era diabético e sofria de problemas cardíacos.
15/7 — Segurança, 26 anos. Morreu no hospital de Santa Maria, sem histórico de doenças pré-existentes.
16/7 — Caminhoneiro, 35 anos. Morreu em Uruguaiana e sofria de obesidade.
São Paulo – 3
30/6 — Menina, 11 anos. Morreu em Osasco, sem vínculo com caso vindo do exterior. É a primeira evidência de circulação do vírus livremente em território nacional, segundo o Ministério da Saúde. Histórico de Hantavirose.
10/7 — Homem, 28 anos. Morreu em Botucatu e teve contato com pessoas do Chile e Argentina, países onde a doença se espalhou. Sem histórico de doenças pré-existentes.
11/7 — Estudante, 21 anos. Morreu em Osasco. Sem registro de doença pré-existente.
Rio de Janeiro – 1
14/7 — Mulher, 37 anos. Morreu na capital fluminense e não viajou para o exterior recentemente. Correio Braziliense
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