Bolívia: U$ 332 mi, em troca de pedido de 'carinho' de Evo

“VIVA A COCA, MORTE AOS IANQUES"

Quando assinou o acordo de lesa-pátria [Itaipu] com o presidente paraguaio, Lula voltou sem nenhum termo em favor dos brasiguaios, hostilizados pelos sem-terra daquele país.

Agora, em troca da mega campanha eleitoral a favor de Evo, envolvendo U$ 332 milhões em investimentos em infraestrutura, além de outras benesses, tudo que Lula pediu ao companheiro foi seu “carinho” para com os brasileiros que estão sendo despejados de suas propriedades de forma violenta.

Lula vai investir nas estradas daquele país, mas os nossos portos brasileiros em total estado de abandono, estagnação e decadência, estão às moscas, com uma redução drástica na atracação de navios. Leia
Portos precisam de R$ 43 bilhões em investimentos.

Lula anistiou 50 mil bolivianos que viviam ilegalmente no Brasil, enquanto Evo Morales regularizou a situação de oito brasileiros na Bolívia, desde 2006. E depois Lula tem coragem de apelar para o preconceito dos países ricos com relação aos latinos e africanos. Por Arthur/Gabriela

O que Lula pediu em favor dos brasileiros não atende as necessidades dos agricultores, que investiram muito em suas terras e não aceitam ser enxotados para uma região afastada e sem infraestrutura no interior da Bolívia.

INVESTIMENTO NOTA ZERO, DÍGNO DE PUNIÇÃO
Afora o grave erro de se investir na maior região produtora de cocaína do planeta, no Chapare, conhecida pelo refino e pela "exportação" de cocaína, especialmente para o Brasil, Lula está dando de costas para os riscos dos assentamentos de cocaleiros na divisa com o Brasil.

Não bastasse seu pouco caso para com o tráfico de drogas, o acordo comercial na área têxtil complica ainda mais a situação dos empresários brasileiros, que enfrentam uma
queda na exportação e a concorrência desleal dos produtos chineses. Washington suspendeu os negócios nesta área com a Bolívia, justamente pela falta de colaboração do governo boliviano no combate ao narcotráfico. E Lula simplesmente resolve substituir os EUA, ignorando completamente que a produção de cocaína só faz crescer no país de Evo

Sem falar que a participação de Lula no palanque de Evo foi um desrespeito à oposição boliviana, que considerou o ato como forma de promover Morales eleitoralmente. O presidente do Senado, Óscar Ortiz, reiterou seu pedido para que os mandatários de outros países se abstenham de ir à Bolívia para que “não sejam usados eleitoralmente”.

Dificilmente Evo Morales irá tratar com “carinho” aos brasileiros e Lula sabe disto. Um governo que não respeita seu próprio povo, que promove a violência para atingir seus intentos, jamais que respeitará qualquer outro povo.


FRAUDE ELEITORAL
O deputado Johnny Tórrez do partido oposicionista (MNR)
denunciou à Corte Departamental Eleitoral (CDE), que o MAS e o Governo estão trazendo bolivianos que vivem na Argentina, para inscreverem-se no “padrão biométrico”, para votar em Evo Morales nas eleições de dezembro. Os cocaleiros levados para os assentamentos na divisa com o Brasil também deverão reforçar ainda mais a fraude no “padrão”. Editoria do MOVCC



BRASIL SUBSTITUI EUA EM ACORDO COM A BOLÍVIA
Durante visita a região do Chapare, Lula usa colar de folhas de coca e discursa em apoio a reeleição do colega Evo Morales. O entendimento fechado entre os líderes implica na compra de artigos têxteis bolivianos a tarifa zero no valor de US$ 21 milhões

Em visita à região do Chapare, centro produtor de cocaína e berço político de Evo Morales, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestiu um colar feito de folhas de coca, fez um discurso de apoio à reeleição do colega e anunciou que o Brasil substituirá os EUA num acordo de preferência tarifária para a compra de têxteis suspenso por Washington sob a alegação de falta de colaboração no combate ao narcotráfico.

"O Brasil vai comprar os produtos têxteis da Bolívia com tarifa zero, para a importação de US$ 21 milhões. São exatamente as preferências perdidas nos Estados Unidos", afirmou Lula, em discurso a milhares de simpatizantes de Morales, na maioria cocaleiros, que lotaram o pequeno estádio de futebol da cidade de Villa Tunari.

“Saúdo, companheiro Lula, o seu grande esforço de nos conceder o mercado de têxteis para o Brasil”, discursou Morales. "É um ATPDEA Brasil sem nenhum condicionamento."

Morales encerrou a sua fala chamando Lula de "índio contemporâneo" e gritando, na língua quéchua: "Viva a coca, morte aos ianques."

Em 2008, o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, tirou a Bolívia do ATPDEA (Lei de Preferências Tarifárias Andinas e Erradicação de Drogas, na sigla em inglês), que condiciona incentivos à exportação ao combate ao narcotráfico. Foi uma represália à expulsão, por Morales, do embaixador americano e de funcionários da DEA (agência antidrogas dos EUA), acusados de conspirar para derrubá-lo. Em julho, a decisão foi ratificada pela Casa Branca de Barack Obama, que diz que que o "alto escalão do governo" incentiva a produção de coca, matéria-prima da cocaína.

Atualmente, a Bolívia é o principal fornecedor de cocaína ao Brasil, que recebe cerca de 70% da produção, segundo estimativa da FELCN (Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico da Bolívia).

Números do Escritório da ONU contra a Droga e o Crime (UNODC) mostram que, no ano passado, houve um aumento de 6% na área de cultivo e de 9% no potencial de produção de cocaína. É o maior índice dos três países produtores, que incluem ainda Colômbia e Peru.

Clima de campanha
Toda a visita de cerca de quatro horas foi feita em clima de campanha eleitoral -Morales é o favorito nas eleições presidenciais de dezembro.

Nos 30 km que separam o aeroporto de Chimoré a Villa Tunari e no estádio, milhares de simpatizantes esperavam com bandeiras whipala (indígena), do MAS (Movimento ao Socialismo, partido de Morales) e dos dois países. No estádio, uma faixa atrás do palco dizia: "Evo cumpre. Para viver bem, Evo presidente 2010-2015".

"Enfrentamos a ira dos poderosos, que não se conformaram em perder o poder. Eles ficam muito incomodados porque sabem que, na Bolívia, um índio, um sindicalista, um cocaleiro, e, no Brasil, um metalúrgico, um sindicalista, estão fazendo mais do que eles fizeram em todo o século 20", disse Lula.

O principal motivo da visita de Lula foi a assinatura de um empréstimo de US$ 332 milhões do BNDES para a construção de uma estrada entre Villa Tunari e o departamento de Beni, ao norte. O projeto é acusado de superfaturamento e de favorecimento à empreiteira OAS (única participante da licitação) pela oposição e por engenheiros, mas não há investigações conclusivas.

Os presidentes também discutiram a venda de aviões Tucano para o combate ao narcotráfico, mas não houve acordo. Lula viajou com apenas dois ministros -o chanceler Celso Amorim e Franklin Martins (Comunicação Social). Por Fabiano Maisonnave – Folha de São Paulo

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

Elle que adora colocar todo tipo de boné na cabeça, agora coloca um colar de folha de coca no pescoço!

Com isso elle sacramentou seu apoio incondicional aos produtores e traficantes de cocaina.

Que lástima de presidente nós temos!