
Em reunião com general, assessor relata versão de venezuelano sobre armas
Embora responda como assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia reservou parte do seu encontro com o general Jim Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, para desempenhar o papel de porta-voz do governo de Hugo Chávez, da Venezuela.
Garcia apresentou a Jones os argumentos que ouviu de Chávez, anteontem, sobre o episódio do desvio de armas do Exército venezuelano para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Bogotá disse ter encontrado armas suecas vendidas à Venezuela com as Farc e, em resposta, Caracas congelou as relações diplomáticas com a Colômbia. Por Denise Chrispim Marin
Segundo o assessor, Chávez deve convocar hoje uma entrevista para defender que as armas seriam foguetes antitanques e, portanto, não adequadas às ações da guerrilha. O líder venezuelano deverá sustentar que a cooperação de seu governo com o da Colômbia é constante, citando nomes de rebeldes colombianos presos pela Venezuela. Essas informações foram adiantadas por Garcia ao general americano.
"A nosso juízo, está na hora de uma ação mais diplomática e menos midiática", afirmou o assessor, que advertiu Jones sobre o fato de que a conexão entre os EUA e alguns países da América Latina ainda é "muito tênue" e precisa ganhar maior intensidade.
Ao relatar sua visita a Caracas, Garcia valeu-se de um tortuoso argumento para defender que não há restrições à liberdade de imprensa na Venezuela. "Se acabou (a liberdade de imprensa) deve ter sido depois que eu saí. Porque o que eu ouvi ser dito em programas de televisão do presidente da Venezuela não está no gibi, como se dizia antigamente", afirmou, ao ser questionado sobre o ataque de aliados de Chávez ao canal opositor Globovisión. Mas ele foi mais cauteloso sobre o projeto de lei que previa prisão para quem cometesse "delitos midiáticos": "Desconheço os aspectos jurídicos. Seria precipitado dizer algo sem saber como funciona a lei." O Estado de S. Paulo
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