O presidente da Fundação Instituto Butantan, Isaías Raw, afirmou terça-feira, ao comentar a chegada da cepa do vírus Influenza H1N1 ao Brasil, que a instituição deverá produzir, inicialmente, 30 milhões de doses da vacina contra a doença. A cepa foi enviada ao país pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recebida no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ao participar de audiência pública sobre a influenza A (H1N1) na Câmara dos Deputados, em Brasília, Raw garantiu que não há capacidade industrial, nem no Brasil, nem no resto do mundo, para que todas as pessoas sejam vacinadas:
– Isso é conversa, não existe e não vai existir. Trinta milhões de doses não vacinam todo mundo – disse, ele ao destacar a prioridade para profissionais de saúde, dentre outros. – A meta é saúde pública não é o lucro. Prevenir é mais barato do que tratar. Ninguém vai fazer uma loucura e montar milhões de hospitais.
Em 2010
A estimativa do presidente do Butantan é que a vacina comece a ser distribuída no Brasil a partir de janeiro de 2010. Sobre a possibilidade de incluir gestantes como grupo prioritário para vacinação, diante do alto número de óbitos de grávidas provocados pela gripe suína, ele admitiu que não se sabe ainda se há algum efeito da vacina na formação do feto. Para Raw, mulheres grávidas não devem receber a vacina, mas o tratamento com Tamiflu. Crianças, segundo o médico, também devem ser vacinadas o mais rápido possível, já que muitas vezes o vírus chega aos familiares vindo das escolas:
– Mas não vão ser vacinadas este ano porque não há vacina suficiente – ressaltou. Jornal do Brasil
A MÁFIA DOS REMÉDIOS
Pelas fronteiras com Paraguai, Bolívia e Uruguai sempre houve invasão de mercadorias contrabandeadas, atividade criminosa combatida com certa apatia pelas autoridades brasileiras. Mas a situação evoluiu para estágio que convoca imediata e enérgica repressão, sobretudo para proteger de grave ameaça a saúde da população. A série de reportagens sob o título “Cura falsificada”, em publicação no Correio Braziliense e Estado de Minas, mostra a entrada em território nacional, via contrabando, de quantidades alarmantes de remédios falsificados e equipamentos médicos de origem suspeita.
O Paraguai figura como principal fonte para abastecimento do comércio ilícito. Ciudad del Leste (município fronteiriço ao Brasil) é a terceira maior zona franca do mundo. Perde apenas para Miami e Hong Kong. É ali que contrabandistas brasileiros adquirem medicamentos fajutos fabricados em fundos de quintal e produtos hospitalares sem autenticidade. Em Foz do Iguaçu, no lado brasileiro, só nos primeiros sete meses deste ano a Polícia Federal apreendeu 551.400 itens farmacêuticos made in Paraguai. Já operação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) interceptou 21 mil comprimidos com diversas indicações terapêuticas.
Entre os específicos mais procurados despontam o Tamiflu — empregado no tratamento contra o vírus H1M1, indutor da gripe suína —, o Pramil (o Viagra paraguaio), o Reumazim e o Citotec. A ingestão de semelhantes fármacos falsificados carrega efeitos catastróficos à saúde, a morte inclusive. Mais grave: não apenas pela Ponte da Amizade, que liga Ciudad del Leste a Foz do Iguaçu, ocorre a contravenção. O negócio transita por mil quilômetros de fronteiras secas e de portos clandestinos no Lago Itaipu e Rio Paraná.
Também nos limites com a Bolívia sucede a mesma atividade ilegal. Em San Mathias, cidade boliviana a 80 quilômetros de Cáceres (Mato Grosso), brasileiros se abastecem dos mesmos produtos vendidos em Ciudad del Leste. Ali, o comércio incide, em particular, sobre agentes medicamentosos proibidos no Brasil, mas vendidos a brasileiros lesados pela pregação criminosa dos delinquentes.
Entre Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e Rivera, no Uruguai, as transações também abarcam produtos farmacêuticos inautênticos, embora em quantidades menores, conforme registros da Policia Federal. O problema mais sério é que, na cidade uruguaia, é livre a compra de remédios sujeitos, no Brasil, a apresentação de receitas médicas.
Preocupação especial predomina no cenário em que se desenvolve a violação das fronteiras. Os amplos espaços a serem objeto de fiscalização e repressão dificultam a execução de medidas eficazes. Todavia, diante das consequências trágicas já anotadas e tendentes a assumir proporções incontroláveis, é imperiosa a mobilização de todos os meios disponíveis da União e dos estados para superar a situação anormal. Editorial do Correio Braziliense
– Isso é conversa, não existe e não vai existir. Trinta milhões de doses não vacinam todo mundo – disse, ele ao destacar a prioridade para profissionais de saúde, dentre outros. – A meta é saúde pública não é o lucro. Prevenir é mais barato do que tratar. Ninguém vai fazer uma loucura e montar milhões de hospitais.
Em 2010
A estimativa do presidente do Butantan é que a vacina comece a ser distribuída no Brasil a partir de janeiro de 2010. Sobre a possibilidade de incluir gestantes como grupo prioritário para vacinação, diante do alto número de óbitos de grávidas provocados pela gripe suína, ele admitiu que não se sabe ainda se há algum efeito da vacina na formação do feto. Para Raw, mulheres grávidas não devem receber a vacina, mas o tratamento com Tamiflu. Crianças, segundo o médico, também devem ser vacinadas o mais rápido possível, já que muitas vezes o vírus chega aos familiares vindo das escolas:
– Mas não vão ser vacinadas este ano porque não há vacina suficiente – ressaltou. Jornal do Brasil
A MÁFIA DOS REMÉDIOS
Pelas fronteiras com Paraguai, Bolívia e Uruguai sempre houve invasão de mercadorias contrabandeadas, atividade criminosa combatida com certa apatia pelas autoridades brasileiras. Mas a situação evoluiu para estágio que convoca imediata e enérgica repressão, sobretudo para proteger de grave ameaça a saúde da população. A série de reportagens sob o título “Cura falsificada”, em publicação no Correio Braziliense e Estado de Minas, mostra a entrada em território nacional, via contrabando, de quantidades alarmantes de remédios falsificados e equipamentos médicos de origem suspeita.
O Paraguai figura como principal fonte para abastecimento do comércio ilícito. Ciudad del Leste (município fronteiriço ao Brasil) é a terceira maior zona franca do mundo. Perde apenas para Miami e Hong Kong. É ali que contrabandistas brasileiros adquirem medicamentos fajutos fabricados em fundos de quintal e produtos hospitalares sem autenticidade. Em Foz do Iguaçu, no lado brasileiro, só nos primeiros sete meses deste ano a Polícia Federal apreendeu 551.400 itens farmacêuticos made in Paraguai. Já operação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) interceptou 21 mil comprimidos com diversas indicações terapêuticas.
Entre os específicos mais procurados despontam o Tamiflu — empregado no tratamento contra o vírus H1M1, indutor da gripe suína —, o Pramil (o Viagra paraguaio), o Reumazim e o Citotec. A ingestão de semelhantes fármacos falsificados carrega efeitos catastróficos à saúde, a morte inclusive. Mais grave: não apenas pela Ponte da Amizade, que liga Ciudad del Leste a Foz do Iguaçu, ocorre a contravenção. O negócio transita por mil quilômetros de fronteiras secas e de portos clandestinos no Lago Itaipu e Rio Paraná.
Também nos limites com a Bolívia sucede a mesma atividade ilegal. Em San Mathias, cidade boliviana a 80 quilômetros de Cáceres (Mato Grosso), brasileiros se abastecem dos mesmos produtos vendidos em Ciudad del Leste. Ali, o comércio incide, em particular, sobre agentes medicamentosos proibidos no Brasil, mas vendidos a brasileiros lesados pela pregação criminosa dos delinquentes.
Entre Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e Rivera, no Uruguai, as transações também abarcam produtos farmacêuticos inautênticos, embora em quantidades menores, conforme registros da Policia Federal. O problema mais sério é que, na cidade uruguaia, é livre a compra de remédios sujeitos, no Brasil, a apresentação de receitas médicas.
Preocupação especial predomina no cenário em que se desenvolve a violação das fronteiras. Os amplos espaços a serem objeto de fiscalização e repressão dificultam a execução de medidas eficazes. Todavia, diante das consequências trágicas já anotadas e tendentes a assumir proporções incontroláveis, é imperiosa a mobilização de todos os meios disponíveis da União e dos estados para superar a situação anormal. Editorial do Correio Braziliense
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