Ultimamente tem sido repugnante assistir às sessões do Senado Federal. Deprimente ver que os debates giram em torno de trapaças, corrupções, amantes, bordéis, enriquecimentos pessoais, chantagens. Temas que nem de longe margeiam os interesses nacionais e da sociedade.
A imagem que se tem hoje do Senado Federal é de que seja um ajuntamento de criaturas taradas, desonradas, uma troça de delinqüentes. O brasileiro chega a imaginar, até com certa nostalgia, a candura do tempo em que nobres senadores defendiam a honra à bala. Tempo em que a chantagem era crime, se não legal, moral. Ora, em seu pronunciamento, o senador Renan Calheiros, como um mascate de biscates que já foi, detalhou despudoradamente a chantagem que fez a outro senador. Se as biscates ele já não embala à custa do tesouro, mascateia agora a honra alheia.
Mas a honra de quem este mascate negocia? A honra do Brasil que hoje a olhos nus, pode parecer que é Sarney e sua defesa deliqüescente e cafajeste, pode parecer que é Collor e seus surtos psíquicos, ou Simon de cócoras engolindo suas palavras. Mas não. O Brasil não é isso. Por Adriana Vandoni
O Brasil hoje é o estarrecimento de Tião Viana que assustado, disse que democracia não é esse jogo de chantagens e intimidações. Que diferenças são debatidas, mas que “a Casa chegou a um nível de desencontro tal que não há mais racionalidade”.
O Brasil hoje é Arthur Virgílio. Uma pátria chantageada, abismada com o cinismo de homens, que no lugar de representarem a nação, agem como corretores de moral. Ímprobos que são, habituais comensais do erário, perderam a noção de virtude e tentam fazer do Senado seu bordel particular freqüentado por ignóbeis.
O Brasil hoje é o desencanto de Demóstenes Torres, que após o deplorável espetáculo de baixaria, se perguntou: é esta a Casa que desejei entrar? É aqui o local dos grandes homens?
De certo que é. Mas está sucumbindo à politicalha desta camarilha, representada por farrapos podres de homens, desprezíveis coronéis de merda, cortesões de idéias que para se manterem poderosos salalés do Tesouro, se aliam a qualquer um e a qualquer preço.
No episódio em que discute com Tasso, Renan, sem perceber, repete várias vezes o mesmo gesto. Tenta abotoar o já abotoado paletó, como se seu inconsciente tentasse esconder a própria imagem. Mas não consegue. E revela cada vez mais o seu perfil iníquo, biltre.
Sarney em sua defesa tentou desviar a atenção dos crimes que é acusado de ter cometido. Vangloriou-se da bravura de um passado que existiu, mas não foi bravo. Reescreveu a história em sua fala, mas mau escritor que é, forjou uma glória que não existiu e ao fazer isso, reafirmou o que tenta esconder. Que é agora o que foi no passado. Um presidente vacilante, situacionista e oportunista.
Hoje a nação pode até estar de cócoras, abismada com a degradação do Senado, mas há de reagir. Há de expurgar da vida pública esses mascates da moral. Há de jamais se acanhar à chantagem desses marreteiros da honra. O povo há de não lhes errar a identidade. Há de apurar a visão e enxergar em cada ato, por mais secreto que seja, as digitais enlameadas destes borrões de homens.
É isso que o cidadão espera. Que se vista novamente o Senado Federal. Não com o manto da hipocrisia, mas com a bravura, o respeito e a dignidade que merece. Fonte Prosa e Política
COMENTÁRIO
O Supremo Tribunal da desonra e do crime, julga e pune. Foi da forma mais nojenta e atrevida que o senador Renan leu aquela indecente representação contra o Senador Arthur Virgílio.
O Brasil inteiro assistiu ao cinismo daquela leitura de Renan, como se ele tivesse moral para representar contra quem quer que fosse. Foi exatamente, assim, chantageado, que muitos brasileiros se sentiram naquele momento, como descreve Adriana em seu artigo. Um erro menor colocado na vitrine do mundo, como se fosse o maior dos crimes com direito à destruição total da moral de um homem, com direito ao "prêmio" da pena de morte. Foi a maior barbaridade de todos os tempos. Um facinoroso julgando e condenando quem ousou a cumprir com seu papel de Senador, fiscalizando, investigando e representando.
Tenho certeza que cada um de nós que assistiu aquela sessão plenária ficou a imaginar o quanto está perigoso ser correto e não mentir. Acho melhor mentir, e não assumir erros, caso contrário, correremos o risco de sermos punidos e julgados por todos os Renans, Collors e Lulas da vida. Por Gabriela/Arthur
A imagem que se tem hoje do Senado Federal é de que seja um ajuntamento de criaturas taradas, desonradas, uma troça de delinqüentes. O brasileiro chega a imaginar, até com certa nostalgia, a candura do tempo em que nobres senadores defendiam a honra à bala. Tempo em que a chantagem era crime, se não legal, moral. Ora, em seu pronunciamento, o senador Renan Calheiros, como um mascate de biscates que já foi, detalhou despudoradamente a chantagem que fez a outro senador. Se as biscates ele já não embala à custa do tesouro, mascateia agora a honra alheia.
Mas a honra de quem este mascate negocia? A honra do Brasil que hoje a olhos nus, pode parecer que é Sarney e sua defesa deliqüescente e cafajeste, pode parecer que é Collor e seus surtos psíquicos, ou Simon de cócoras engolindo suas palavras. Mas não. O Brasil não é isso. Por Adriana Vandoni
O Brasil hoje é o estarrecimento de Tião Viana que assustado, disse que democracia não é esse jogo de chantagens e intimidações. Que diferenças são debatidas, mas que “a Casa chegou a um nível de desencontro tal que não há mais racionalidade”.
O Brasil hoje é Arthur Virgílio. Uma pátria chantageada, abismada com o cinismo de homens, que no lugar de representarem a nação, agem como corretores de moral. Ímprobos que são, habituais comensais do erário, perderam a noção de virtude e tentam fazer do Senado seu bordel particular freqüentado por ignóbeis.
O Brasil hoje é o desencanto de Demóstenes Torres, que após o deplorável espetáculo de baixaria, se perguntou: é esta a Casa que desejei entrar? É aqui o local dos grandes homens?
De certo que é. Mas está sucumbindo à politicalha desta camarilha, representada por farrapos podres de homens, desprezíveis coronéis de merda, cortesões de idéias que para se manterem poderosos salalés do Tesouro, se aliam a qualquer um e a qualquer preço.
No episódio em que discute com Tasso, Renan, sem perceber, repete várias vezes o mesmo gesto. Tenta abotoar o já abotoado paletó, como se seu inconsciente tentasse esconder a própria imagem. Mas não consegue. E revela cada vez mais o seu perfil iníquo, biltre.
Sarney em sua defesa tentou desviar a atenção dos crimes que é acusado de ter cometido. Vangloriou-se da bravura de um passado que existiu, mas não foi bravo. Reescreveu a história em sua fala, mas mau escritor que é, forjou uma glória que não existiu e ao fazer isso, reafirmou o que tenta esconder. Que é agora o que foi no passado. Um presidente vacilante, situacionista e oportunista.
Hoje a nação pode até estar de cócoras, abismada com a degradação do Senado, mas há de reagir. Há de expurgar da vida pública esses mascates da moral. Há de jamais se acanhar à chantagem desses marreteiros da honra. O povo há de não lhes errar a identidade. Há de apurar a visão e enxergar em cada ato, por mais secreto que seja, as digitais enlameadas destes borrões de homens.
É isso que o cidadão espera. Que se vista novamente o Senado Federal. Não com o manto da hipocrisia, mas com a bravura, o respeito e a dignidade que merece. Fonte Prosa e Política
COMENTÁRIO
O Supremo Tribunal da desonra e do crime, julga e pune. Foi da forma mais nojenta e atrevida que o senador Renan leu aquela indecente representação contra o Senador Arthur Virgílio.
O Brasil inteiro assistiu ao cinismo daquela leitura de Renan, como se ele tivesse moral para representar contra quem quer que fosse. Foi exatamente, assim, chantageado, que muitos brasileiros se sentiram naquele momento, como descreve Adriana em seu artigo. Um erro menor colocado na vitrine do mundo, como se fosse o maior dos crimes com direito à destruição total da moral de um homem, com direito ao "prêmio" da pena de morte. Foi a maior barbaridade de todos os tempos. Um facinoroso julgando e condenando quem ousou a cumprir com seu papel de Senador, fiscalizando, investigando e representando.
Tenho certeza que cada um de nós que assistiu aquela sessão plenária ficou a imaginar o quanto está perigoso ser correto e não mentir. Acho melhor mentir, e não assumir erros, caso contrário, correremos o risco de sermos punidos e julgados por todos os Renans, Collors e Lulas da vida. Por Gabriela/Arthur
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