UNASUL: gritos e sussurros

¡ALCAGUETES E CÚMPLICES!



Nem da OEA nem da UNASUR: nada podem esperar os democratas da região desta camada castrista. Chegou a hora do relevo. Deus queira apurá-la, para contar com autênticos estadistas, não com os Esperpentos (*) que jogaram uma vez mais para escamotear suas obrigações constitucionais.

Escutou-se quase que como um sussurro, dito pela voz protelada e tremente do presidente Álvaro Uribe. Uma acusação do tamanho de uma catedral, dita como um desalinho, que nenhum dos presentes deu por ouvida, a saber: que na Venezuela estão instalados Timochenko e Iván Márquez. Uma insignificância: são os líderes fundamentais das FARC.

Dito assim “an passan”, enquanto essa corte da mediocridade e farsante com escassas exceções - Alan García, do Peru, e em parte, muito em parte, Michelle Bachelet, do Chile e atrás dos dois, Lula, o presidente honorário do Foro de São Paulo – fingia traçar algo sensato, contribuía para escamotear o único tema que merecia fazer parte da agenda da UNASUL e que sombreou toda a jornada: o assalto a democracia, que todos eles em um rasgo de sinistra hipocrisia juram representar, e que é perpetrado no coração da Colômbia pelas Farc com a ajuda e a ingerência de Hugo Chávez e seus aliados da ALBA. Por
Antonio Sánchez-García

Como marionetes serviçais todos os presentes, com a dita exceção do Peru e em parte do Chile e a discreta cumplicidade de Lula da Silva, fincaram os dentes até o osso em Álvaro Uribe. Que por razões inexplicáveis deixou no tinteiro as razões de Estado de sua aliança estratégica com os EUA, todas elas reveladas até a saciedade nos documentos de Raúl Reyes. A razão dessa necessária aliança estava ali à vista de todos, incorporada em cada um dos presidentes presentes e, sobretudo, na amável anfitriã, em um papel muito próximo ao de uma administradora de bordel: porque salvo os Estados Unidos nenhuma das nações da região está disposta a contribuir na luta contra as narcoguerrilhas colombianas. Muitíssimo menos a frear a voracidade ditatorial de Hugo Chávez e seus lacaios da ALBA.

Tirada em um rincão, parenta pobre da elegante cumbre de Bariloche, lugar de recreio invernal da burguesia argentina: os povos da América e sua doente devedora, a democracia.

Todos os presentes, salvo Uribe e Alan García, escamotearam o autêntico tema do debate: não a presença militar de algumas centenas de soldados norteamericanos e sim as democracias ensangüentadas pela ingerência brutal do fascismo chavista, em cujo projeto estratégico se encontra o derrocamento de Álvaro Uribe e a entronização na Colômbia de um governo títere que sirva ao projeto imperial do castro-comunismo chavista. Em grande medida financiado pelo narcotráfico, ante a perdida de receita devido à queda dos preços do petróleo. ¿Por que tanta preocupação de Chávez, de Correa e de Evo Morales pela presença de aviões e radares norteamericanos operando sobre território colombiano? ¿Por que o horror de que suas conversas sejam interceptadas? ¿Quais são as razões de Estado que tornam imprescindível se impedir a espionagem eletrônica na região, justamente por parte dos que espionam até os suspiros de seus opositores? Por uma razão de vulto, disfarçada de soberania: porque tais radares contribuirão de maneira efetiva para por coto às Farc e demonstrarão os caminhos do narcotráfico desde suas fontes de produção, processamento e distribuição, dos quais a Bolívia e a Venezuela são bases territoriais. ¿Ou vamos nos esquecer do grêmio ao qual pertence Evo Morales? Os cocaleiros.

Enquanto na UNASUL os presidentes da região – com a exceção de Alan García os demais são crias de Castro chegadas ao Poder pelo azar do jogo geral -, insistiam no tema das bases militares com a presença norteamericana, o fantasma de todos os chovinismos esquerdistas da região, na Venezuela se enviava onze trabalhadores da perseguida Câmara Metropolitana a uma prisão de alta periculosidade e se postergava uma vez mais a abertura do processo contra o prefeito da mesma Câmara, Richard Blanco. Como no famoso poema do chileno Carlos Pezoa Véliz: em Bariloche “tras la paletada nadie dijo nada, nadie dijo nada…”

Enquanto todos os presentes armavam espavento pela necessidade de constituir uma comissão para visitar e verificar in situ o que Álvaro Uribe está trazendo entre as mãos com sua aliança estratégica com os Estados Unidos, ninguém sequer insinuou a possibilidade de se constituir uma comissão de visita para inspecionar in situ as reiteradas e sistemáticas violações aos direitos humanos que se cometem diariamente na Venezuela. Todos - desta vez sem nenhuma exceção – fizeram como quem olha a chuva cair. O mesmo que fazem os seus embaixadores na OEA, justificando a razão esgrimida por Insulza para não tocar no tema da ditadura chavista na Venezuela: Chávez não autorizaria. Santa palavra que todos os presidentes latinoamericanos obedecem como lei divina. Nem ao Brasil, nem ao Chile nem a Argentina - ¡inclusive nem a Colômbia e México, o que já é o cúmulo! – lhes interessa tratar na OEA o que os democratas venezuelanos reclamam aos gritos. Aos governos latinoamericanos hoje regentes a democracia, de verdade, verdade, lhes interessa um pepino.

¡Alcagüetes e cúmplices!

Nem da OEA nem da UNASUR: nada podem esperar os democratas da região desta camada castrista. Chegou a hora do relevo. Deus queira apurá-la, para contar com autênticos estadistas, não com os esperpentos que jogaram uma vez mais para escamotear suas obrigações constitucionais.
Noticiero Digital

(*)
"Esperpento" relativo a um feito grotesco ou desatinado; a deformação sistemática da realidade; a aparência de burla e caricatura da realidade

Tradução de Arthur para o
MOVCC

Um comentário:

Anônimo disse...

Whаt's up, for all time i used to check webpage posts here early in the dawn, because i enjoy to learn more and more.

Feel free to surf to my site ... dallas personal injury lawyer